O resultado positivo no tratamento de Fertilização in Vitro com óvulos doados, obrigatoriamente, terá como um dos seus desdobramentos a questão sobre revelar, ou não, a respeito da origem do gameta feminino. Conforme o estudo de Montagnini et al. (2012), quando há semelhança física entre a criança gerada e o casal de receptores, há uma tendência menor de se revelar a verdadeira identidade do óvulo. Por mais que alguns casais acreditem que a criança tem direito de saber essa parte de sua história, comparando, de alguma forma, com a adoção, vale ressaltar que a criança proveniente de um óvulo doado não tem história prévia, tampouco outra família, diferente da adoção. Por isso, reforça-se que, no momento da transferência do embrião para o útero da mulher receptora, este era apenas um acumulado de células, desprovido de qualquer passado que pudesse contar como experiência ou história pregressa. (MONTAGNINI et al., 2012).
Dessa forma, pela inexistência de consenso sobre a temática, não existe certo ou errado quando a dúvida é contar ou não. Por esse motivo, foram trazidas algumas falas de pacientes que participaram do estudo. Porém, vale lembrar que alguns desses participantes ainda estão gestando seus bebês e outros têm crianças de no máximo dois anos de idade. Logo, as crianças já nascidas ainda não possuem o entendimento necessário caso houvesse o interesse pela revelação. Parte dos pacientes entrevistados demonstraram vontade de contar sobre a forma como seu filho foi concebido, alguns ainda têm dúvidas sobre a revelação e outros acreditam não haver necessidade de falar sobre o assunto.
Seguem alguns depoimentos: