A fase lútea é a terceira etapa do ciclo menstrual da mulher, que começa logo após a ovulação e vai até o dia anterior da próxima menstruação. O desenvolvimento dessa fase varia se o óvulo for fecundado ou não. Dessa forma, se a mulher não engravidar, a etapa caracteriza-se pela síndrome pré-menstrual.
Nesse sentido, para entender melhor a fase lútea é importante conhecer como funciona o ciclo menstrual, que começa com a fase folicular, segue para o período ovulatório e na sequência entra na fase lútea. Veja abaixo mais informações sobre as três etapas:
Fase folicular
A fase folicular é a primeira etapa do ciclo menstrual e acontece entre o primeiro dia da menstruação e a ovulação. Neste período, que dura, em geral, entre 12 e 16 dias, os folículos ovarianos crescem e começam a preparar o corpo para uma possível gravidez.
Nesse sentido, há um aumento da produção do hormônio folículo estimulante (FSH), que faz com que os folículos que contêm os óvulos se desenvolvam. Além disso, com esse amadurecimento, o ovário também libera mais estrogênio, hormônio responsável por tornar o revestimento do útero pronto para uma eventual gestação.
Fase ovulatória
A fase ovulatória é a segunda etapa do ciclo menstrual e consiste na ovulação. Neste momento, ocorre a liberação do óvulo maduro que será captado pelas trompas de Falópio, onde poderá acontecer a fecundação. Como o óvulo sobrevive apenas 24 horas fora do ovário, é preciso que ele encontre os espermatozoides neste curto espaço de tempo para dar início a uma gravidez.
Dessa forma, considerando que os espermatozoides duram até 5 dias dentro do corpo da mulher, é possível que a gestação ocorra se o casal tiver relações sexuais até 5 dias antes da ovulação. Contudo, é importante ressaltar que o dia da ovulação varia conforme a duração do ciclo. Em muitos casos ocorre no 14º dia, todavia, há mulheres que ovulam em dias diferentes.
Fase lútea
A fase lútea do ciclo menstrual é aquela que ocorre após a ovulação e é caracterizada pela formação do corpo lúteo, que serve para preparar o útero para uma possível concepção. Nesse sentido, caso o óvulo tenha sido fecundado, ele viaja até o útero e se fixa no endométrio.
Entretanto, caso não haja a fecundação, os hormônios femininos começam a reduzir gradativamente sua concentração no organismo e o endométrio, que estava pronto para receber o embrião, passa a descamar. Essa descamação do endométrio constitui a menstruação que marca o início de um novo ciclo reprodutivo.
Fase lútea: como seu funcionamento afeta a gravidez?
A fase lútea inicia após a libertação do óvulo no período fértil . Neste momento surge um tecido amarelado chamado de corpo lúteo, que é bastante rico em colesterol e produz grandes quantidades de progesterona. O hormônio, por sua vez, é o responsável por preparar o endométrio para viabilizar e manter a gestação. Nesse sentido, os demais hormônios ficam em baixa, já que a progesterona é quem domina este período.
Veja abaixo as funções da progesterona produzida pelo corpo lúteo.
Além disso, é fundamental esclarecer que a fase lútea desenvolve-se de dois modos diferentes: em função de o óvulo ter sido fecundado ou não. Veja abaixo o que acontece em cada situação:
Óvulo fecundado
Se o óvulo foi fecundado e o embrião implantar, as células que formarão a placenta começam a produzir um hormônio chamado gonadotrofina coriônica humana (hCG). Esse hormônio mantém o corpo lúteo, que continua a produzir progesterona até que o feto em crescimento possa produzir seus próprios hormônios. Dessa maneira, os testes de gravidez são baseados na detecção de um aumento na concentração do hCG.
Óvulo não fecundado
Se o óvulo não for fecundado ou se o óvulo fecundado não se implantar, o corpo lúteo se degenera após 14 dias. Por isso o folículo, que se encontra vazio, contrai-se e os níveis de estrogénio e progesterona diminuem gradativamente.
Este processo de regressão faz com que muitas mulheres tenham os sintomas pré-menstruais como inchaço, irritabilidade, dor de cabeça, acne e dores nos seios. Depois disso, o endométrio que estava preparado para receber o embrião começa a se romper e, assim, é expulso pela menstruação.
Quanto tempo dura a fase lútea?
A fase lútea, em média, tem duração de 11 a 16 dias, que pode variar de mulher para mulher e, também, de ciclo para ciclo. Porém, o mais comum entre as mulheres é que ela tenha, pelo menos, 14 dias.
Entretanto, se a duração do período for diferente do ideal, as mulheres devem ficar atentas, pois a possibilidade de gravidez pode diminuir. Saiba mais o que pode ocorrer na fase lútea curta e longa:
Fase lútea curta:
Se a duração da fase lútea for igual ou inferior a 10 dias, a mulher deve consultar o seu médico, já que pode ser um indicador de insuficiência lútea. Neste caso, os níveis de progesterona são baixos para manter o revestimento endometrial normal, o que garantiria a implantação do embrião. Nesse sentido, esse déficit pode ser uma causa de infertilidade, pois o tempo de viagem do embrião que sai das trompas em direção ao útero é encurtado e, assim, ele não consegue se fixar ao útero.
Além disso, esta insuficiência de progesterona também pode ser causada por outras doenças endocrinológicas, como os transtornos da tiroide (hipotiroidismo e hipertiroidismo) ou por hiperprolactinemia.
Sintomas da fase lútea curta:
Existem alguns sintomas que podem fazer você suspeitar de uma fase lútea curta, como:
- Aborto espontâneo;
- Dificuldade em engravidar;
- Ciclos muito curtos.
Diagnóstico da fase lútea curta:
Para diagnosticar a fase lútea curta, o médico pode solicitar um exame de sangue que examina os níveis de progesterona, que traduz a adequação do período.
- Progesterona, que causa espessamento do revestimento do útero;
- Hormônio luteinizante, que inicia a ovulação;
- Hormônio folículo-estimulante, que controla a função dos ovários.
Além disso, o ginecologista também pode prescrever um ultrassom pélvico para verificar o grau de espessamento do revestimento do útero.
Tratamento da fase lútea curta:
Se constatada uma fase lútea menor do que a desejada, há formas de ajudar a prolongar este período. Nesse sentido, o uso de medicamentos à base de progesterona sintética pode fazer toda a diferença, e geralmente traz bons resultados.
Fase lútea longa:
A fase lútea longa é superior a 16 dias e não é necessariamente uma indicação de algo errado. Contudo, é preciso uma investigação médica para verificar o que está ocorrendo com a mulher.
Causas para fase lútea longa:
- Excesso de produção de progesterona: A alta da progesterona não deixa que o endométrio se desfaça e, assim, não há uma brecha para a menstruação acontecer;
- Em alguns casos, se associada a outros sintomas, a fase lútea longa pode ocorrer devido a um desequilíbrio hormonal, como a síndrome dos ovários policísticos (SOP);
- Possível gravidez: Normalmente, esta é a causa mais provável que aconteça em uma fase lútea maior do que a de costume. O corpo lúteo dá suporte a gravidez até que a placenta inicial assuma o seu papel. Isso ocorre por volta da 6º semana de gravidez.
Diagnóstico da fase lútea longa:
Para diagnosticar a fase lútea longa, o especialista prescreve exame de sangue laboratorial que examina os níveis dos hormônios envolvidos. Além disso, pede uma ultrassonagrafia.
Teste de gravidez na fase lútea: saiba como escolher a data certa
O teste de gravidez deve ser feito após a fase lútea. Todavia, como nem todas as mulheres sabem exatamente de quantos dias é a sua, recomenda-se que o teste aconteça após cinco dias do atraso menstrual.
Assim, fazer o teste cedo demais pode dar um resultado falso-negativo, já que o hCG pode não estar ainda em níveis detectáveis no corpo. Nesse sentido, a indicação vale principalmente para as mulheres que têm o período mais longo do que a média.
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