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Queer e reprodução assistida: caminhos diversos para formar famílias

O termo “queer” refere-se a identidades e expressões de gênero e orientações sexuais que fogem das normas tradicionais. Nesse sentido,  pode abranger pessoas LGBTQIA+ que não se encaixam ou não se identificam com rótulos binários ou heteronormativos. Mais do que um termo, ser queer é afirmar o direito à autenticidade, à pluralidade e ao amor em suas mais diversas forma, sem rótulos.

Dentro desse universo plural, a parentalidade queer representa um avanço fundamental no reconhecimento do direito de formar uma família, independentemente da identidade de gênero ou orientação sexual. Assim, são pessoas que também sonham, planejam e constroem famílias, e suas jornadas merecem ser respeitadas e legitimadas.

No entanto, o caminho nem sempre é simples, como destaca a Dra. Daiane Pagliarin, especialista em reprodução assistida. Pessoas queer ainda enfrentam barreiras e preconceitos no acesso à reprodução assistida. Isso acontece por falta de informação adequada e devido a restrições legais ou ambientes pouco acolhedores nos serviços de saúde.

É nesse cenário que a Nilo Frantz Medicina Reprodutiva se destaca como clínica de fertilidade inclusiva, oferecendo muito mais do que tecnologia de ponta e excelência científica. Aqui, cada história é acolhida com empatia, respeito e o compromisso genuíno de tornar o sonho da parentalidade possível para todos, sem exceções.

O que significa ser queer e como isso impacta a parentalidade

O termo queer é amplo, e engloba uma variedade de identidades e experiências. Não é uma identidade única, mas sim um termo que permite que pessoas que não se encaixam em categorias fixas se identifiquem e se sintam representadas.

Mais do que um rótulo, ser queer é afirmar o direito de existir de forma autêntica. É reconhecer que gênero e sexualidade podem ser vividos de maneiras plurais, legítimas e igualmente dignas de respeito.

Nesse sentido, essa compreensão vai além da esfera afetiva. Ela também impacta o modo como as pessoas constroem seus projetos de vida, incluindo o sonho de formar uma família. Para muitos, o desejo de ter filhos permanece, mas o caminho para a parentalidade queer e a formação de famílias não tradicionais pode ser diferente.

Desta forma, pessoas queer podem recorrer a alternativas como a reprodução assistida, a coparentalidade ou a adoção para realizar o sonho da parentalidade. Ainda assim, enfrentam barreiras sociais, jurídicas e estruturais que tornam esse processo mais desafiador.

Por isso, é fundamental que clínicas e profissionais de saúde estejam preparados para acolher a diversidade de famílias que existem e que merecem ser respeitadas e apoiadas em sua trajetória.

Por que a reprodução assistida tradicional pode excluir pessoas queer

Apesar dos avanços na medicina, muitos serviços de reprodução assistida ainda reproduzem padrões excludentes. Isso acontece porque grande parte das clínicas mantém linguagem, formulários e protocolos pensados principalmente para casais cisgêneros e heterossexuais.

Em muitos casos, essa exclusão é sutil. Está presente em documentos que só admitem as categorias “homem” e “mulher” ou que presumem automaticamente a existência de um casal heterossexual. Também se revela em atendimentos pouco preparados para compreender e acolher identidades de gênero e orientações sexuais diversas.

Para pessoas queer, esses detalhes têm grande impacto. Eles podem gerar desconforto, insegurança e até o abandono do processo de buscar um filho por meio da reprodução assistida.

Por isso, o acolhimento precisa começar no primeiro contato com a clínica, algo que a Nilo Frantz Medicina Reprodutiva coloca em prática todos os dias. Desde a recepção até as consultas médicas, cada detalhe é pensado para garantir um ambiente seguro, inclusivo e acolhedor. Aqui, todas as pessoas, independentemente da identidade de gênero, orientação sexual ou configuração familiar, são recebidas com respeito, empatia e acesso integral às possibilidades que a medicina reprodutiva oferece.

Possibilidades de parentalidade para pessoas queer

O desejo de ter filhos é legítimo e faz parte da vida de muitas pessoas queer. Desta forma, independentemente da orientação sexual, identidade de gênero ou formato de relacionamento, construir uma família é um direito que deve ser respeitado.

Nesse sentido, de acordo com a Dra. Daiane Pagliarin,  existem diferentes possibilidades para tornar a parentalidade queer realidade. Cada caminho exige planejamento, informação e, acima de tudo, suporte de uma equipe especializada que compreenda e respeite essas dinâmicas familiares.

Entre as possibilidades mais comuns estão:

  • Produção independente: pessoas solteiras ou em relacionamentos não tradicionais que decidem ter filhos de forma autônoma contam com o apoio da reprodução assistida ou da doação de gametas. A produção independente é uma caminho viável para a parentalidade queer.
  • Coparentalidade entre amigos:  a coparentalidade planejada ocorre quando duas ou mais pessoas, que não necessariamente formam um casal, decidem compartilhar a responsabilidade de criar um filho.
  • Redes afetivas: são famílias formadas por vínculos de afeto e cuidado, independentemente de laços biológicos ou jurídicos, como ocorre em algumas configurações de famílias LGBTQIA+.
  • Famílias não monogâmicas ou multiparentais: modelos em que mais de duas pessoas assumem, de forma consciente e organizada, o papel de cuidar e educar a criança.

Como a reprodução assistida pode apoiar famílias plurais

A medicina reprodutiva desempenha um papel fundamental para a formação de   famílias formadas por pessoas queer. Graças ao avanço das técnicas, é possível viabilizar diferentes projetos de parentalidade de forma segura e respeitosa.

Desta forma, como destaca a Dra. Daiane, o acesso a essas técnicas representa muito mais do que um recurso médico, significa liberdade, autonomia e reconhecimento das diferentes formas de existir e formar família. Para pessoas queer, o planejamento reprodutivo não é apenas uma etapa técnica, mas um ato de afirmação identitária e de cuidado com o próprio futuro.

Entre os métodos mais utilizados estão:

  • Fertilização in vitro (FIV): técnica em que óvulos e espermatozoides são fecundados em laboratório. Pode ser utilizada por casais homoafetivos, pessoas trans ou em casos de coparentalidade. Desta forma, é um dos principais tratamentos da reprodução assistida para pessoas LGBTQIAPN+.
  • Inseminação com doador: procedimento no qual o sêmen de um doador é utilizado para fertilizar o óvulo, sendo uma opção comum para mulheres cis, homens trans ou pessoas não binárias com útero.
  • Doação de óvulos ou sêmen: permite que pessoas que não produzem seus próprios gametas ou que desejam ampliar as possibilidades genéticas recorram a doadores anônimos ou conhecidos.
  • Congelamento de gametas:  a técnica oferece a possibilidade de preservar óvulos ou espermatozoides, permitindo o planejamento da parentalidade no momento mais adequado para cada pessoa.

Casais homoafetivos e reprodução assistida

É importante ter em mente que casais homoafetivos se enquadram na definição de “queer”, mas nem toda pessoa em um casal homoafetivo se identifica como queer. Como vimos, os avanços da medicina reprodutiva permitem que casais queer também possam construir suas famílias de forma segura e planejada. No caso de casais de mulheres e de homens, existem diferentes tratamentos de reprodução assistidas que respeitam as particularidades de cada trajetória.

Para casais de mulheres:

  • Inseminação artificial com doador: a Inseminaçã Artificial (IA) é uma das técnicas mais comuns da medicina reprodutiva e pode ser uma excelente alternativa para casais de mulheres que desejam ter filhos. Nesse procedimento, os espermatozoides de um doador são selecionados e introduzidos diretamente na cavidade uterina de uma das parceiras. O objetivo é facilitar o encontro entre o espermatozoide e o óvulo, promovendo a fecundação dentro do próprio corpo. No caso de casais homoafetivos femininos, utiliza-se sêmen de um doador anônimo ou conhecido, conforme o desejo e o planejamento do casal.
  • Fertilização in vitro (FIV) com óvulo da parceira: a FIV é uma alternativa muito utilizada por casais de mulheres que desejam compartilhar ativamente o processo de gestação. Nessa técnica, os óvulos de uma das parceiras são coletados e fertilizados em laboratório com o sêmen de um doador. Em seguida, o embrião formado é transferido para o útero da outra parceira, que irá gestá-lo. Esse procedimento é conhecido como gestação compartilhada, pois possibilita que ambas tenham um papel ativo na construção da parentalidade, uma contribuindo com o material genético e a outra com a gestação.


Para casais de homens:

  • Doação de óvulos: a ovodoação ocorre quando uma mulher doa seus óvulos para que outra pessoa possa utilizá-los em um tratamento de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV). Esses óvulos podem ser provenientes de uma doadora anônima ou de parentes de até quarto grau, desde que não exista vínculo de consanguinidade que inviabilize o procedimento. No caso de casais homoafetivos masculinos, a formação do embrião ocorre a partir dos óvulos doados e do sêmen de um dos parceiros. Para que a gestação aconteça, é necessário o apoio de uma barriga solidária.
  • Barriga solidária: Também chamada de útero de substituição, a barriga solidária ocorre quando uma mulher, em geral parente até o quarto grau ou amiga próxima, se dispõe a gestar o bebê para outra pessoa. No Brasil, essa prática é regulamentada pelo CFM e exige cuidados jurídicos e médicos.

O suporte vai além do médico

É fundamental lembrar que o processo de reprodução assistida não envolve apenas aspectos médicos. O suporte jurídico e psicológico é indispensável, especialmente para casais queer.

Questões como a regularização legal da filiação, os contratos de barriga solidária ou de doação de gametas e o acolhimento emocional ao longo do processo são etapas essenciais para garantir segurança e tranquilidade.

Pessoas trans e não-binárias: visibilidade e acolhimento

As possibilidades de parentalidade inclusiva também devem ser acessíveis a pessoas trans e não-binárias. No entanto, ainda existem desafios importantes nesse caminho, especialmente quando o ambiente não respeita a identidade de gênero ou não oferece informações adequadas.

Um dos pontos mais relevantes é a preservação da fertilidade antes do início da hormonização. Homens trans, mulheres trans e pessoas não-binárias podem recorrer ao congelamento de óvulos ou espermatozoides como forma de garantir a possibilidade de ter filhos biológicos no futuro, caso esse seja o desejo.

Além disso, o respeito à identidade de gênero precisa estar presente em todas as etapas do tratamento. Isso inclui o uso de linguagem neutra, a adequação de formulários e a garantia de que o ambiente da clínica seja acolhedor e seguro para todos.

O diferencial da clínica inclusiva: protocolos que se adaptam a você

Quando falamos em reprodução assistida, sabemos que não basta oferecer tecnologia de ponta. É fundamental garantir que cada pessoa ou casal seja acolhido em sua individualidade, com protocolos que respeitem suas histórias, identidades e desejos.

Nas clínicas verdadeiramente inclusivas, como a Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, o cuidado começa com a escuta ativa. Antes de qualquer exame ou procedimento, a equipe se dedica a compreender as necessidades específicas de cada paciente, sem julgamentos ou suposições baseadas em padrões tradicionais. Por isso, os protocolos clínicos são adaptados conforme as necessidades de cada pessoa ou casal, sempre com base no respeito, na ciência e no compromisso com a inclusão.

Além disso, boas práticas são essenciais para tornar o ambiente acolhedor e seguro. Entre elas, destacam-se:

  • Linguagem acessível e inclusiva em todas as etapas do atendimento, garantindo que qualquer pessoa se sinta respeitada, independentemente de sua identidade de gênero ou configuração familiar;
  • Equipe capacitada em diversidade, preparada para lidar com as especificidades de pessoas LGBTQIA+, casais homoafetivos, pessoas trans e não-binárias;
  • Formulários adaptáveis, que não se limitam a categorias rígidas de “pai”, “mãe” ou “casal heterossexual”, mas refletem as diferentes formas de parentalidade e família;
  • Estrutura de custos transparente, com informações claras e detalhadas sobre cada etapa do tratamento, permitindo planejamento financeiro sem surpresas;
  • Ambiente físico acolhedor, com sinalização inclusiva e espaços pensados para o conforto de todes.

Conclusão

Todas as pessoas têm o direito de sonhar com a parentalidade e de construir suas famílias com dignidade, inclusive pessoas queer. Desta forma, a diversidade de identidades, configurações familiares e trajetórias deve ser reconhecida e respeitada também no acesso aos tratamentos de reprodução assistida.

A medicina reprodutiva é, sim, um caminho possível, seguro e acolhedor para quem deseja ter filhos, desde que realizada em um ambiente que una respeito, ciência e sensibilidade.

Na Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, todas as histórias de parentalidade são bem-vindas. Aqui, o cuidado vai além da técnica: cada pessoa é acolhida de forma integral, com protocolos adaptados, linguagem inclusiva e profissionais capacitados para lidar com a diversidade.

Se você faz parte da comunidade LGBTQIA+ e deseja conhecer as possibilidades de ter filhos com autonomia e segurança, saiba que não está só. Nossa equipe está preparada para caminhar ao seu lado, respeitando quem você é e apoiando seu projeto de família.

Venha conhecer nossos tratamentos e descubra como a reprodução assistida pode ser um caminho humano, livre e inclusivo para tornar o sonho da parentalidade uma realidade.

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