A endometriose é uma das causas mais comuns que ocasiona a infertilidade na mulher e por esse motivo, é um assunto que gera muitas dúvidas.
A doença, de acordo com o IBGE, acomete cerca de 14% das mulheres entre os 19 e 44 anos, ou seja, em sua fase reprodutiva. Além disso, cerca de 50% das mulheres inférteis, que apresentam dificuldades para engravidar, podem estar com a doença.
Porém, os métodos de diagnóstico e os tratamentos existentes nos dias de hoje, permitem uma avaliação precisa de cada caso, a remoção da doença e, principalmente, a restauração da fertilidade.
Pensando nisso, elaborei este artigo para que você conheça os principais tipos de endometriose, as suas origens e os tratamentos existentes.
Boa leitura!
O que é Endometriose?
Antes de entender o que é endometriose, é necessário saber o que é o endométrio. O endométrio é o tecido que reveste a parte interna do útero. A sua espessura varia durante o ciclo menstrual de acordo com a concentração de hormônios no sangue.
A implantação do embrião que dá início à gravidez ocorre no endométrio, mas para que isso aconteça, é necessário que ele tenha a espessura ideal e não apresente mais problemas de fertilidade. Quando não acontece a fecundação, ocorre a descamação do tecido, que sai durante a menstruação.
Quando o endométrio se fixa em outros órgãos, como por exemplo, nos ovários, tubas, intestinos, bexiga e peritônio, dá-se o nome de endometriose.
Tipos e Classificação
A endometriose é classificada em três tipos, de acordo com os sintomas, grau de intensidade e local de acometimento. Embora possuam o mesmo nome, cada tipo é considerada uma doença diferente. Isso porque a origem da anomalia e os tratamentos são diferentes.
Os principais tipos são:
Endometriose Superficial
Como o próprio nome indica, a endometriose superficial se caracteriza pela presença de pequenas lesões com várias cores (negras, brancas e vermelhas) e aspectos. Normalmente, essas lesões têm entre 1mm e 3mm.
Os focos da doença estão implantados, principalmente, no peritônio – camada que reveste internamente todo o abdômen. Esses focos estão localizados, maioritariamente, na região pélvica e não provocam alterações anatômicas no ovário, tubas e útero.
Embora seja considerada menos agressiva que os outros tipos, esta doença requer um acompanhamento constante para não progredir para outras formas.
Endometriose Ovariana
É caracterizada pela presença de cistos de ovário, contendo um líquido chamado de endometriomas ovarianos.
Quando o líquido vaza, a paciente sente uma dor abdominal súbita e intensa, embora nem sempre a doença apresenta sintomas.
O tamanho dos endometriomas variam de acordo com a gravidade da doença, podendo alcançar um diâmetro entre 0,5 cm até 10 cm.
Embora a origem dos endometriomas ovarianos não seja exata, alguns estudos mais recentes indicam que eles resultam da invasão de cistos ovarianos normais por parte de células do endométrio, que caem na cavidade pélvica durante a menstruação.
Endometriose Profunda
É caracterizada pela presença de lesões de 5mm no mínimo e a mulher apresenta fortes sintomas parecidos com uma cólica menstrual. Esse tipo de endometriose fica agarrada no peritônio e forma nódulos de diversos tamanhos.
Esse tipo de endometriose pode se localizar no peritônio, região retrocervical, vagina, septo reto-vaginal, intestino, bexiga e ureteres.
Diagnóstico
Na maioria das vezes, o diagnóstico ocorre com o surgimento de sintomas como: dor profunda durante a relação sexual e cólicas fortes. Além disso, a doença pode gerar problemas intestinais como inchaço abdominal permanente, dor, dificuldade e sangramento na evacuação.
Através do toque vaginal e retal, a(o) ginecologista(o) vai perceber nodulações na região posterior do útero, espessamentos e dor durante o exame. Nos casos em que a doença esteja localizada no intestino, alguns exames complementares podem ajudar com o diagnóstico.
No entanto, a melhor forma de diagnosticar a endometriose é através de exame de imagens, como por exemplo, o ultrassom endovaginal e caso não seja suficiente, o médico responsável poderá solicitar exames adicionais como, por exemplo, Ressonância Magnética Pélvica e Ecocolonoscopia.
Endometriose e a infertilidade
A relação entre a endometriose e a fertilidade feminina tem sido amplamente discutida no meio médico. Embora muitas vezes o diagnóstico não seja tão claro, todos os tipos e graus da patologia podem causar infertilidade.
Isso acontece porque a endometriose influencia o hormônio no processo de ovulação e na implantação do embrião. Além disso, ela altera tambèm os hormônios prolactina e prostaglandinas que têm um impacto negativo na fertilidade.
Ela também prejudica a liberação do óvulo dos ovários em direção às trompas e interfere no transporte do óvulo pela trompa.
Outras consequências causadas pela doença são alterações imunológicas, receptividade endometrial, que dificulta a implantação do embrião.
Por fim, a endometriose pode causar alterações no desenvolvimento da gestação, aumentando as chances de aborto.
Considerações finais
Como dissemos na introdução, cada tipo de endometriose têm origens distintas e os tratamentos diferem para cada uma delas.
Embora não haja a certeza de cura, através dos exames médicos e tratamentos disponíveis atualmente, a Medicina Reprodutiva tem conseguido um alto índice de restauração da fertilidade.
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