A ovulação é um importante evento no ciclo reprodutivo feminino, pois é quando o ovário libera o óvulo e a mulher pode, então, engravidar. Nesse sentido, este processo ocorre, geralmente, uma vez por mês, em cada ciclo menstrual.
No texto a seguir, vamos detalhar mais o que é a chamada ovulação. Ou seja, como ela ocorre no organismo feminino, sua importância para a gestação e quais os sintomas possíveis no período.
O que é ovulação?
A ovulação é o nome que se dá ao momento do ciclo menstrual em que o óvulo é liberado pelo ovário e está pronto para ser fecundado pelo espermatozoide. Nesse sentido, em mulheres saudáveis acontece, normalmente, no meio do ciclo menstrual, através do acionamento de alguns hormônios femininos.
No entanto, muitas mulheres pensam que ovulam exatamente no 14º dia do ciclo, mas isso é apenas uma média, pois a maioria das mulheres ovula em um dia diferente em cada mês. Sendo assim, da mesma forma que a duração do ciclo menstrual varia de mulher para mulher e de ciclo para ciclo (geralmente de 23 a 35 dias), a ovulação também pode variar de pessoa para pessoa. Nesse sentido, o óvulo é geralmente liberado de 12 a 16 dias antes da próxima menstruação.
Qual a diferença entre período fértil e ovulação?
É importante esclarecer que ovulação e período fértil não são a mesma coisa. Enquanto o primeiro é o dia em que o ovário libera o óvulo maduro, estando pronto para ser fecundado, o segundo engloba os dias que precedem e sucedem a ovulação. Dessa forma, marca o período em que a mulher tem maiores chances de engravidar.
Isso ocorre, pois, depois de liberado, o óvulo só sobrevive 24 horas no organismo da mulher. Já os espermatozoides podem durar de três a cinco dias no trato genital feminino. Logo, é considerado período fértil por volta de três dias antes da ovulação e até dois dias depois da mesma.
Quais são os sintomas da ovulação?
Como já vimos, a ovulação é o processo que ocorre normalmente uma vez em cada ciclo menstrual, quando as alterações hormonais acionam o ovário para liberar um óvulo. Isso geralmente ocorre 14 dias antes do início da próxima menstruação e pode gerar alguns sintomas característicos nas mulheres.
Veja no quadro abaixo quais são:
- Alta libido: no período ovulatório é comum a mulher se sentir mais estimulada sexualmente. Isto ocorre pois a testosterona feminina, responsável por manter a libido e controlar o desejo sexual, sobe nos dias prévios à ovulação favorecendo as chances de gravidez;
- Alteração da secreção: durante o ciclo menstrual de uma mulher, o tipo e a quantidade de muco cervical, uma secreção produzida pelas glândulas do colo do útero, se alteram. Ele pode ser pegajoso ou elástico, esbranquiçado ou turvo. Portanto, nos dias que antecedem a ovulação ele torna-se mais transparente e elástico, e frequentemente é comparado à clara do ovo. Esse muco é favorável ao espermatozoide e o ajuda a chegar ao óvulo;
- Aumento da temperatura: o organismo normalmente mede entre 36 e 37 graus. Durante o período ovulatório, ocorre um aumento de 0,3 a 0,5º na temperatura basal, que é quando o corpo está em repouso durante o sono. Dessa forma, sua medição deve ocorrer assim que acordar;
- Alterações na saliva: Foi observado que a saliva de uma mulher muda de acordo com a quantidade do estrogênio. Alguns dias antes da ovulação, portanto, há um grande aumento do hormônio no corpo feminino;
- Dor: Algumas mulheres sentem dor pélvica durante o período ovulatório. Isso acontece porque quando o óvulo se solta do ovário, ele rompe a estrutura que o envolve.
É importante esclarecer que muitos destes sintomas podem passar despercebidos à maior parte das mulheres e por isso, acaba sendo difícil de identificar o momento exato da ovulação. Assim, mesmo de forma imprecisa, a melhor maneira de saber se a mulher está ovulando é fazendo o cálculo de quando será a próxima menstruação.
Além disso, vale lembrar que mulheres que tomam anticoncepcionais orais, não têm ovulação. Consequentemente, não apresentam sintomas, nem podem engravidar.
É normal sentir dor no período de ovulação?
Existem mulheres que sentem uma pontada de dor quando ovulam, mas muitas acabam nem apresentando sintomas. Nesse sentido, não é comum que a mulher tenha dores fortes durante a ovulação. Porém, devido ao processo inflamatório que pode gerar na liberação do óvulo, algumas sensações desagradáveis podem aparecer, como:
- Incômodo abdominal;
- Sensação de estufamento;
- Dor durante a penetração.
Entretanto, se a dor permanecer por mais de um dia ou ficar muito intensa e constante, os especialistas alertam que pode ser sinal de endometriose, mioma, cistos, entre outros males que acometem a região pélvica. Por isso, é importante a consulta com um ginecologista.
Como acontece o ciclo da ovulação?
Como já vimos, o período da ovulação na mulher é a fase do ciclo menstrual em o ovário libera o óvulo para sua fecundação. Para entender melhor este ciclo, vamos explicar tudo o que acontece com o corpo feminino antes, durante e após o período ovulatório.
Antes da ovulação (fase folicular)
Durante o ciclo menstrual, o cérebro produz o Hormônio Estimulante Folicular . O FSH, como é chamado, estimula os folículos que estão dentro dos ovários para que se desenvolvam.
Conforme vão crescendo, um dos folículos destaca-se e torna-se dominante (com 10mm de diâmetro). Além disso, os níveis de estrogênio (hormônio que causa o espessamento do revestimento do útero) começam a aumentar.
Pronto para ser liberado (ovulação)
Quando a quantidade de estrogênio atinge o seu máximo, o óvulo está pronto para ser liberado. O cérebro, por sua vez, produz um pico de hormônio luteinizante (LH), desencadeando a ovulação. O aumento de LH causa a liberação do óvulo maduro do ovário. Sendo assim, a ovulação normalmente ocorre de 24 a 36 horas após o aumento de LH e, por isso, testar o nível deste hormônio é bom para prever o pico da fertilidade.
A partir daí, o óvulo segue para a trompa de falópio, onde se encontra com o espermatozoide. Depois de o embrião ser formado na tuba, ele se desloca para a cavidade uterina onde será implantado no endométrio.
Depois da ovulação (fase lútea)
Após a ovulação o trabalho do folículo continua. Nesse sentido o hormônio luteinizante (LH) transforma o grande folículo produtor de estrogênio em uma máquina de fazer progesterona.
E assim, esta máquina chama-se corpo lúteo. Dessa forma, se ocorrer a fertilização, este corpo fornece progesterona suficiente para a gravidez se desenvolver neste período, até que a placenta possa assumir o controle da gestação.
É importante ressaltar que o óvulo pode ser fertilizado em até 24 horas após a ovulação. Se isso não ocorrer, os níveis dos hormônios baixam e o revestimento do útero e o corpo lúteo são descartados em forma de menstruação, iniciando o próximo ciclo menstrual.
Ovulação tardia e ovulação precoce: saiba mais
Como já vimos, a ovulação acontece em torno do 14º dia do ciclo menstrual, considerando uma mulher com ciclo regular de 28 dias. No entanto, uma série de fatores podem afetar o processo hormonal de liberação do óvulo. Assim, esta previsão pode ser alterada em uma ovulação tardia ou ovulação precoce.
Confira abaixo as características de cada situação:
Ovulação tardia:
É denominada de ovulação tardia quando o óvulo é liberado do ovário após o 21º dia do ciclo menstrual. Nesse sentido, a ovulação tardia pode ser um problema para quem quer prevenir a gravidez (e não usa métodos anticoncepcionais) e também para o casal que planeja engravidar. Dessa forma, se a mulher não possui sintomas na ovulação e o seu período ovulatório estiver alterado, ela não tem ideia de quando será o seu período fértil.
Além disso, quando a ovulação retarda, a menstruação também deve atrasar e o fluxo provavelmente virá mais intenso. Isto ocorre devido a maior concentração do estrogênio, hormônio responsável pelo espessamento do endométrio.
Existem algumas causas para a ovulação tardia. Confira na imagem abaixo:
Ovulação precoce:
A ovulação precoce acontece quando o óvulo maduro é liberado entre o 8º ao 10º dia do início do ciclo menstrual. Sendo assim, como na ovulação tardia, se a mulher não tem sintomas, ela também não tem ideia de quando ocorrerá a sua ovulação.
Além disso, as causas podem ser semelhantes às da ovulação tardia. Veja abaixo:
Tratamento para ovulação tardia e ovulação precoce:
O tratamento para a ovulação tardia ou precoce vai depender da causa do problema. Muitas mulheres, inclusive, conseguem rapidamente normalizar o período ovulatório, apenas diminuindo o estresse. No entanto, caso as alterações sejam constantes, a procura por um especialista é essencial.
Desta forma, se a situação não for tão simples ou fácil de tratar, o médico pode ainda aconselhar às mulheres que querem engravidar, o uso de técnicas de reprodução assistida. Aqui, a Inseminação Artificial ou a Fertilização in Vitro são aliadas para a realização do sonho da maternidade.
Qual a importância da ovulação para a gravidez?
É sempre importante relembrar que a ovulação é o nome dado ao processo de liberação de um óvulo maduro pelo ovário. Ocorre, geralmente, uma vez por mês e é quando há maiores chances de acontecer uma gravidez, pois o corpo feminino está no ápice de sua fertilidade.
Dessa forma, mulheres que querem engravidar devem, então, manter relações sexuais desprotegidas durante o “período fértil”, que é considerado o conjunto de três dias antes e três dias depois da ovulação.
Sendo assim, se o óvulo for fecundado, pode se implantar com sucesso no revestimento do útero, o que geralmente ocorre cerca de uma semana após a fertilização. A partir daí, o corpo começa a produzir o hormônio da gravidez, Gonadotrofina coriônica humana (hCG). Ele mantém ativo o folículo esvaziado, que neste momento continua a produzir os hormônios estrogênio e progesterona para evitar que o revestimento do útero seja descartado até que a placenta esteja madura o suficiente para manter a gestação.
Entretanto, se o óvulo não for fecundado, os níveis de estrogênio e progesterona diminuirão e o revestimento espesso do útero começa a se decompor. Assim, se dá a menstruação e o início do próximo ciclo menstrual.
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