A Inseminação Artificial (IA) é um procedimento da medicina reprodutiva de baixa complexidade para casos de infertilidade conjugal. Desta forma, o sêmen é previamente selecionado e inserido na cavidade uterina da mulher durante o período fértil aumentando as chances de uma gravidez.
No texto abaixo, vamos tirar todas as dúvidas sobre a Inseminação Artificial, explicando o que é a técnica e como funciona.
Boa leitura!
Atualizado em: 04/10/2023
O que é a Inseminação Artificial?
A Inseminação Artificial é um tratamento de infertilidade que introduz espermatozoides selecionados na cavidade uterina da mulher, com o objetivo de facilitar a fecundação do óvulo. Dessa forma a fertilização acontece dentro do corpo feminino.
A técnica foi testada na década de 70 e durante muito tempo foi a única alternativa para casais com problemas de infertilidade. Atualmente, a Inseminação Artificial é usada apenas em casos leves de infertilidade masculina e feminina, e uma de suas vantagens é ter poucos efeitos colaterais.
Etapas da inseminação artificial
Para que a Inseminação Artificial aconteça é preciso que sejam realizadas algumas etapas. Além disso, é necessário que a mulher tenha pelo menos uma das trompas pélvicas e que o homem possua uma concentração mínima de espermatozoides móveis.
Sendo assim, o médico acompanha o desenvolvimento do óvulo através de ultrassonografias, o sêmen é coletado e introduzido no colo uterino.
Confira as fases da Inseminação Artificial:
Estimulação ovariana
A Inseminação Artificial ocorre durante a ovulação da mulher. No entanto, para aumentar o potencial do tratamento, é realizada a estimulação ovariana. Este processo consiste no uso de medicações que induzem o desenvolvimento folicular
Durante o período de estimulação, realizam-se ultrassonografias e podem ser verificados os níveis de estradiol no sangue para comprovar o crescimento dos folículos.
Maturação dos óvulos/Indução da ovulação
Depois que os folículos alcançaram o tamanho adequado, administra-se a injeção de hCG, hormônio que provoca a maturação e liberação dos óvulos. Deste modo, a inseminação acontece de 24 a 36 horas depois de aplicada a medicação, quando a mulher estará ovulando.
Portanto, este será o momento ideal para introduzir os espermatozoides no útero.
Preparação do sêmen
A preparação dos espermatozoides acontece duas horas antes da inseminação programada. Ela consiste na coleta dos gametas masculinos por meio de masturbação e na sequência, a seleção em laboratório dos espermatozoides com maior potencial de fecundação.
Contudo, para obter uma melhor qualidade espermática, é recomendado respeitar um período de 2 a 5 dias de abstinência sexual. Além disso, deve-se evitar estresse, consumo exagerado de álcool e não fumar.
Inseminação
A etapa final do processo é a inseminação, na qual são introduzidos os espermatozoides selecionados no corpo da mulher. O procedimento é rápido e não tem a necessidade do uso de anestesia, sendo semelhante ao exame de papanicolau.
Nesse sentido, insere-se um bico de pato na vagina da e depois um cateter bem fino, por onde passam os gametas.
Após esse procedimento, o tratamento está concluído. Então, inicia a beta espera, que é o tempo de espera para a confirmação da gravidez.
Diferença entre Inseminação Artificial e Fertilização In Vitro
Muita gente acredita que Inseminação Artificial e Fertilização In Vitro (FIV) são a mesma coisa, mas não são. Apesar das técnicas terem semelhanças como a indução da ovulação e a coleta de esperma, são procedimentos da reprodução assistida diferentes. Confira os dois tratamentos:
Inseminação Artificial
Como já vimos, a Inseminação Artificial (IA) é uma técnica de baixa complexidade e muito usada em casos leves de infertilidade do casal. Nesse sentido, o tratamento consiste na introdução dos espermatozoides qualificados diretamente na cavidade uterina da mulher. Desta forma, o procedimento facilita o encontro dos gametas para que a gravidez aconteça dentro do corpo feminino.
Fertilização In Vitro
A Fertilização In Vitro (FIV) é uma técnica mais complexa, de várias etapas, que consiste na fecundação em laboratório, ou seja, fora do corpo da mulher. Nesse sentido, o procedimento pode durar cerca de 20 dias, em casos de transferências de embriões a fresco.
Desta forma, no tratamento é preciso fazer a estimulação ovariana com o auxílio de altas doses de medicamentos hormonais para que cresçam vários folículos dominantes. Depois, há a punção dos óvulos e a coleta de espermatozoides. A fecundação e o cultivo embrionário são realizados em laboratório, e na sequência, acontece a transferência do embrião ao útero da mulher.
Desta forma, o principal fato que diferencia os dois tratamentos é a etapa da fertilização do óvulo. Enquanto na Inseminação Artificial a fecundação acontece dentro do corpo da mulher, na FIV o embrião é formado no laboratório e posteriormente transferido ao útero materno.
Vale ressaltar ainda que se por um lado a Inseminação Artificial é um procedimento mais simples por outro, a FIV é mais assertiva, com taxas de sucesso por volta do 45%.
No entanto, uma avaliação completa de cada caso é o que vai determinar qual o melhor método para realizar o sonho de ter um filho.
Influência da idade no sucesso da inseminação artificial
De forma geral, as taxas de sucesso do tratamento de Inseminação Artificial, por ciclo, ficam em torno de 20%. No entanto, quanto maior for a idade da mulher, menores são as chances de engravidar. Logo, depois dos 35 anos, a probabilidade de engravidar é menor do que 15%, e acima de 40 anos, a porcentagem cai para 1% a 5%.
Veja quando não se indica a Inseminação Artificial:
- Risco de doenças genéticas que requerem estudo dos embriões, o que só é possível na Fertilização in Vitro;
- Casos de laqueadura ou vasectomia;
- Casos de endometriose, dependendo do estágio das regiões afetadas pela patologia;
- Casos de obstrução tubária bilateral.
Cuidados e preparativos antes da inseminação
Toda a preparação antes da Inseminação Artificial é acompanhada por um especialista. No caso das mulheres, cerca de 10 dias antes do procedimento é preciso fazer a estimulação ovariana com medicamentos hormonais. Assim, os espermatozoides serão introduzidos no dia da ovulação tendo um maior potencial de fecundação.
Já nos homens, o sêmen é coletado através da masturbação no dia da inseminação. Nesse sentido, aconselha-se abstinência sexual de 2 dias para que haja maior contagem espermática, e aumente, assim, as chances de sucesso de gravidez.
Após, o material é enviado ao laboratório que avalia e seleciona os melhores espermatozoides para a aplicação no colo uterino. Contudo, em alguns casos, como em casais homoafetivos ou mulheres sem parceiro, o esperma utilizado pode ser do banco de sêmen.
Depois de realizado o procedimento, a mulher continua tomando suplementos hormonais de acordo com indicação médica. Assim, passados 14 dias, é indicado fazer um teste de gravidez para verificar se o tratamento teve sucesso.
Perguntas frequentes sobre Inseminação Artificial
Como vimos, a Inseminação Artificial é uma das técnicas da medicina reprodutiva para casos leves de infertilidade conjugal. No entanto, mesmo sendo um procedimento de baixa complexidade, ainda existem algumas dúvidas sobre o tratamento. A seguir vamos tentar responder as perguntas mais frequentes sobre o assunto.
Para quem é indicado a Inseminação Artificial?
A Inseminação Artificial é indicada, principalmente, para mulheres e homens que apresentem casos leves de infertilidade. Da mesma forma, casais homoafetivos femininos e mulheres solteiras que desejem ter filhos biológicos também podem recorrer ao método.
Qual a duração do tratamento?
O tratamento, entre o início das medicações e a confirmação ou não da gravidez dura em torno de um mês. Deste modo, a mulher começa o procedimento no princípio do ciclo menstrual por cerca de 15 dias, e a inseminação é realizada próxima à ovulação, que normalmente coincide com o período fértil da mulher.
Após 14 dias é feito o teste de gravidez para verificar o sucesso da Inseminação Artificial.. Caso não tenha havido fecundação, é possível tentar novamente no próximo ciclo.
Posso escolher o sexo do bebê?
Não! Uma vez que o sexo do bebê é determinado pelo espermatozoide (que pode conter o cromossomo X ou Y), a colocação de milhões de espermatozoides no útero torna possível a fertilização do óvulo tanto por espermatozoides X como Y. Além disso, tratamentos para escolha do sexo só são permitidos em situações específicas como algumas doenças hereditárias. No entanto, a técnica que permite esta avaliação é a Fertilização in Vitro com biópsia dos embriões.
Posso ter gêmeos com uma Inseminação Artificial?
Pode! O estímulo ovariano que precede a Inseminação Artificial pode fazer com que ocorra o desenvolvimento simultâneo de mais de um óvulo. Desta forma, há a possibilidade de ocorrer a implantação de mais de um embrião, transformando-se em uma gestação gemelar.
Quais as possíveis complicações?
Apesar de serem raros, algumas mulheres relatam sangramentos após a inseminação, o que deve ser comunicado ao médico ou à gestação de gêmeos. Embora estes problemas não sejam muito frequentes, a mulher deve ser acompanhada pela clínica de reprodução assistida e pelo médico obstetra para tratar a sua ocorrência.
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