Falar sobre diversidade humana é reconhecer que os corpos e o desenvolvimento sexual não seguem um único padrão. E as pessoas intersexo fazem parte dessa diversidade natural. Elas nascem com características físicas, hormonais, cromossômicas ou anatômicas que não se encaixam nas definições tradicionais de masculino ou feminino. Essas variações fazem parte da ampla expressão biológica humana e não devem ser vistas como um problema ou uma condição a ser corrigida.
Da mesma forma, as possibilidades relacionadas à fertilidade também são amplas e diversas. Algumas pessoas intersexo conseguem gestar ou gerar filhos biologicamente, enquanto outras podem ter limitações nesse aspecto. A Dra. Daiane Pagliarin, especialista em reprodução assistida, destaca que em todo caso, o acesso à informação clara, acolhedora e livre de preconceitos é essencial para que cada pessoa possa fazer escolhas conscientes e exercer sua autonomia sobre o próprio corpo e seus desejos reprodutivos.
Nesse contexto, a reprodução assistida é uma importante aliada na realização do desejo de ter filhos. Técnicas como a fertilização in vitro (FIV) e o congelamento de gametas, entre outras, ampliam as possibilidades de quem nasceu com variações do desenvolvimento sexual e deseja formar uma família.Neste conteúdo, você vai conhecer um pouco mais sobre o universo intersexo, entender como a medicina reprodutiva pode apoiar esses caminhos. Se desejar, também pode acessar nosso material sobre o significado de LGBTQIAPN+ para aprofundar o entendimento em relação ao tema.
O que significa ser uma pessoa intersexo?
Ser uma pessoa intersexo significa nascer com características físicas, hormonais, cromossômicas ou anatômicas que não se enquadram nas definições tradicionais do sexo biológico masculino ou feminino. Essas características podem se manifestar de diferentes formas e em graus variados, e fazem parte da diversidade do corpo humano.
É importante lembrar que a intersexualidade não está relacionada à identidade de gênero ou à orientação sexual, mas sim a aspectos biológicos do desenvolvimento.
Desta forma, a intersexualidade pode envolver, por exemplo, variações nos órgãos sexuais internos ou externos, nos níveis hormonais ou na configuração cromossômica. Em alguns casos, essas características são perceptíveis ao nascimento; em outros, podem ser identificadas apenas ao longo da vida, como na puberdade ou durante exames médicos.
Infelizmente, ainda existem muitos mitos e desinformação sobre o tema. Por isso, é fundamental reforçar que ser intersexo não é uma condição que exige “correção” ou que precise ser associada a termos como “anomalia” ou “distúrbio”. Trata-se de uma expressão legítima e natural da biologia humana. Nesse sentido, estima-se que cerca de 1,7% da população mundial seja intersexo, o que demonstra o quanto essa realidade é mais comum do que muitos imaginam.
Fertilidade em pessoas intersexo: o que pode acontecer?
Assim como os corpos são diversos, as possibilidades de fertilidade em pessoas intersexo também variam de pessoa para pessoa. Não existe uma única resposta, por isso, cada caso precisa ser avaliado de forma individual e cuidadosa.
Algumas pessoas intersexo possuem ovários ou testículos funcionais, o que pode permitir a gestação ou a geração de filhos biologicamente. Em outros casos, pode ser necessário contar com o apoio da medicina reprodutiva, como o uso de óvulos, espermatozóides ou embriões doados, útero de substituição, para realizar o desejo de ter filhos.
De acordo com a Dra. Daiane Pagliarin, o mais importante é lembrar que não há certo ou errado quando o assunto é fertilidade. Cada trajetória é única, e o respeito às particularidades de cada um vem sempre em primeiro lugar. Por isso, procurar o acompanhamento de profissionais especializados, que possam oferecer uma avaliação personalizada e orientações seguras, é fundamental para apoiar decisões conscientes e alinhadas aos desejos de quem nasceu com características intersexo.
Quais alternativas reprodutivas existem para pessoas intersexo?
Para pessoas intersexo que desejam ter filhos, existem diferentes possibilidades de realização desse projeto. A escolha é feita de acordo com as características biológicas individuais e as condições de saúde do indivíduo.
Nesse sentido, as técnicas de reprodução assistida para intersexo dependem se a pessoa produz óvulos ou espermatozoides. Neste caso, uma das opções é a fertilização in vitro (FIV) com os próprios gametas. Essa técnica consiste na fertilização do óvulo em laboratório e na transferência do embrião para o útero de uma pessoa do próprio casal, ou para um útero de substituição (solidário).
Se a produção de gametas próprios não for viável, existem alternativas como o uso de óvulos, espermatozóides ou embriões doados. A doação de gametas é um recurso seguro, regulamentado e ético, que possibilita a formação de uma família, mesmo quando a pessoa intersexo não pode contribuir geneticamente para a gestação.
Além disso, técnicas como o congelamento de óvulos e espermatózoides em intersexo, dependendo de suas características físicas e da sua fisiologia reprodutiva.
É fundamental lembrar que o conceito de família vai muito além de modelos tradicionais. As alternativas reprodutivas estão disponíveis para viabilizar a parentalidade para intersexo, independentemente do formato familiar: produção independente, casais heteroafetivos ou homoafetivos, com ou sem vínculo biológico.
O importante é que cada decisão seja tomada com apoio de profissionais especializados, informação clara e acolhimento para pessoas intersexo.
O papel do aconselhamento genético e psicológico
O caminho da reprodução assistida para pessoas intersexo vai muito além dos exames e dos procedimentos médicos. É um processo que envolve acolhimento, escuta qualificada e preparação tanto do ponto de vista técnico quanto emocional.
Nesse contexto, o aconselhamento genético oferece informações claras e individualizadas sobre as possibilidades e os eventuais riscos relacionados à fertilidade e ao desenvolvimento de uma gestação. Através de exames e da análise do histórico de saúde, os profissionais podem identificar, por exemplo, se há condições genéticas que precisam ser observadas ou se há necessidade do uso de gametas doados. Esse cuidado contribui para decisões mais seguras e conscientes, sempre respeitando o desejo e a autonomia da pessoa ou do casal.
Além disso, o acompanhamento psicológico também é fundamental para lidar com os aspectos emocionais dessa trajetória. A reprodução assistida pode despertar sentimentos intensos, dúvidas e inseguranças, além de exigir escolhas importantes. O suporte profissional proporciona um espaço seguro para elaborar essas questões, respeitar o tempo de cada pessoa e fortalecer o vínculo com o próprio corpo e com o projeto de parentalidade.
Por que respeitar a autonomia reprodutiva é essencial
Quando falamos sobre os direitos de pessoas intersexo, respeitar a autonomia reprodutiva é um dos pontos centrais. Isso significa reconhecer que a decisão de formar ou não uma família deve partir da própria pessoa, de forma livre, informada e sem imposições externas, seja da medicina, da sociedade ou de familiares.
Infelizmente, ainda hoje, muitas pessoas intersexo são submetidas a cirurgias precoces ou intervenções médicas não consentidas, com o objetivo de “adequar” seus corpos a padrões binários de masculino ou feminino. Além de serem invasivas, essas práticas podem ter impactos irreversíveis na saúde física e emocional, além de comprometer, de forma definitiva, as possibilidades reprodutivas futuras.
Por isso, é preciso garantir o direito de cada pessoa intersexo viver sua trajetória de forma plena e respeitosa, com acesso à informação, acompanhamento especializado e liberdade para fazer escolhas sobre o próprio corpo.
Como destaca a Dra. Daiane, valorizar a autonomia é também reconhecer a diversidade de vivências, identidades e projetos de vida, sem julgamentos ou expectativas impostas. A medicina reprodutiva pode ser uma aliada nesse processo, mas sempre com base no diálogo, no consentimento e no respeito às escolhas individuais.
A Nilo Frantz como espaço seguro para pessoas intersexo
Na Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, entendemos que cada corpo e cada história merecem ser respeitados. Por isso, nos dedicamos a oferecer um espaço seguro e acolhedor para pessoas intersexo e para todas as expressões da diversidade corporal e de projetos de vida. Aqui, ninguém precisa se encaixar em padrões ou expectativas: cada pessoa é ouvida, compreendida e acompanhada de forma individualizada.
Nossa equipe é formada por profissionais qualificados e comprometidos com uma abordagem ética, inclusiva e humanizada. Isso significa que o cuidado vai muito além dos exames e dos tratamentos: envolve o respeito à identidade, às escolhas e ao tempo de cada pessoa.
Sabemos que questões como fertilidade, parentalidade e reprodução podem ser delicadas, e por isso garantimos um ambiente livre de preconceitos, no qual todas as dúvidas podem ser acolhidas com seriedade e empatia.
Conclusão
A medicina reprodutiva, quando conduzida com ética e empatia, pode ser uma grande aliada para a parentalidade de pessoas intersexo. Lembrando que cada trajetória é única, assim como as possibilidades de fertilidade, podendo envolver o uso de gametas próprios ou de doação.
Na Nilo Frantz, entendemos que respeitar a autonomia é fundamental. Por isso, todas as decisões são tomadas de forma conjunta, com acesso a informações claras, acolhimento e suporte de uma equipe especializada e inclusiva. Aqui, não há espaço para imposições ou julgamentos, apenas para o cuidado e o respeito às escolhas individuais.
Se você deseja entender melhor suas possibilidades ou conversar sobre caminhos reprodutivos com profissionais experientes, agende um atendimento com a nossa equipe. Estamos aqui para caminhar ao seu lado, com acolhimento, ciência e respeito à diversidade.
Assim, procure a Nilo Frantz Medicina Reprodutiva para saber mais sobre Reprodução Assistida – Os tratamentos que geram novas possibilidades para a vida