O indutor de ovulação é uma grande alternativa para as mulheres que possuem problemas na ovulação e desejam ter um filho. Nesse sentido, ele estimula o processo ovulatório auxiliando a gravidez. Porém, se o medicamento não tiver indicação e acompanhamento médico, pode trazer problemas à saúde.
No texto a seguir vamos esclarecer tudo sobre o assunto: como funciona o indutor de ovulação, para quais casos é indicado, que tipos existem, além de possíveis sintomas e riscos para as mulheres.
O que é indutor de ovulação?
O indutor de ovulação é um medicamento à base de citrato de clomifeno que auxilia mulheres que não ovulam ou possuem uma ovulação irregular. Dessa forma, o uso deste remédio pode ser uma solução para casais que querem engravidar, mas encontram na anovulação um empecilho para realizar esse sonho.
Atualmente, os indutores de ovulação são considerados bastante eficientes: 70% das pacientes ovulam nos primeiros três meses de tratamento. Já as taxas de gravidez ficam entre 15 a 50%. Todavia, estes percentuais variam muito, pois a fecundação também depende de diversos fatores como a idade da mulher, seu peso, a velocidade e motilidade dos espermatozoides, entre outros.
Sendo assim, o indutor de ovulação pode ser extremamente útil para as relações sexuais programadas, e até mesmo como parte de um ciclo de Fertilização in Vitro (FIV) ou Inseminação Artificial (IIU).
Como o indutor de ovulação funciona?
A indução da ovulação é feita quando o histórico médico de um casal comprova que a anovulação feminina é o principal empecilho para ter um bebê.
Dessa forma, o indutor de ovulação procura aumentar a quantidade no sangue do Hormônio Folículo Estimulante (FSH), que, por sua vez, estimula o crescimento dos folículos ovarianos. Assim, quando o folículo cresce, há também o aumento do Hormônio Luteizante (LH), que leva ao amadurecimento e a liberação dos óvulos.
Nesse sentido, para conseguir o aumento da concentração no sangue destes hormônios, os indutores de ovulação levam a uma maior liberação de FSH e LH pela hipófise (glândula na base do cérebro responsável por produzir esses hormônios). Dessa maneira, estas medicações estimulam o processo ovulatório.
Tipos de indutor de ovulação
Existem disponíveis no mercado dois tipos de indutor de ovulação: via oral e injetável. Confira as diferenças:
Via oral
Indica-se os indutores orais, à base de clomifeno, como o Indux, Clomid e Serophene para casos mais simples. Apesar de terem venda em farmácia, com receita médica, muitas mulheres têm conseguido o medicamento sem controle algum. Por esta razão, esta facilidade em obter os indutores passou a se tornar uma ameaça para quem quer engravidar, pois a automedicação pode também trazer riscos à saúde reprodutiva da mulher.
Via injetável
Os indutores injetáveis (parenterais) como o Bravele, Menopur, Gonal-f, Puregon e Elonva são mais caros. Portanto, seu uso ocorre principalmente em clínicas de reprodução assistida para os processos de fertilização in vitro ou inseminação artificial. Assim, quando administrados em conjunto com medicamentos à base de HCG (gonadotrofina), fazem com que a ovulação aconteça de fato, aumentando as taxas de sucesso dos tratamentos.
Quando tomar indutor de ovulação?
Como já vimos anteriormente, o indutor de ovulação, se bem usado, é uma ótima ajuda para a fertilidade. Porém, se tomado de forma errada pode atrapalhar e, em alguns casos, se tornar um pesadelo para quem quer ter um filho. Por esta razão, não se deve utilizar o indutor de ovulação sem avaliação médica adequada. Nesse sentido, antes da indicação de qualquer tratamento para engravidar, é importante que aconteça uma análise do quadro para estabelecer os possíveis diagnósticos.
Sendo assim, a investigação deve ser simultânea para o casal. Assim, avaliam-se os fatores relacionados à ovulação, à produção e características dos espermatozoides, bem como possíveis alterações relacionadas ao útero e às trompas. Somente a partir do diagnóstico se define o tratamento, que pode envolver o uso dessas medicações.
Dessa maneira, quando há o diagnóstico de Síndrome dos Ovários Policísticos(SOP), ou outras alterações que levam à ausência de ovulação em alguns ciclos, como distúrbios hormonais, o uso de indutores pode aumentar as chances de gravidez. Além disso, também se recomenda o indutor de ovulação para pacientes jovens com o diagnóstico de infertilidade sem causa aparente.
Vale lembrar ainda que o diagnóstico de infertilidade leva em consideração no tempo em que o casal tentante busca a gravidez: de um ano para mulheres com menos de 35 anos e seis meses a partir desta idade.
Quantos dias após o uso do indutor acontece a ovulação?
O tratamento com indutor de ovulação acontece geralmente do 3º ao 7º dia do ciclo menstrual. Nesse sentido, a ultrassonografia deve ocorrer para acompanhar o desenvolvimento dos folículos e definir a melhor data da relação sexual ou da Inseminação Artificial.
Além disso, o especialista também mede a dosagem de progesterona para saber se a medicação foi efetiva. Sendo assim, geralmente a ovulação ocorre após sete dias do último comprimido.
Quais são os efeitos do indutor de ovulação?
Apesar de simples, a técnica da indução da ovulação causa alguns efeitos colaterais, assim como acontece com qualquer remédio ligado à fertilidade. Contudo, estes efeitos podem ser leves, moderados e até mesmo mais sérios, trazendo riscos à saúde.
Confira, na imagem abaixo, o que os indutores de ovulação podem causar:
Saiba mais: o que é síndrome do hiperestímulo ovariano?
Como já mencionamos, o indutor de ovulação estimula a glândula hipófise a liberar mais o hormônio estimulante da ovulação (FSH). Este, por sua vez, vai impulsionar o desenvolvimento inicial dos folículos. Entretanto, algumas mulheres podem ter uma resposta exagerada a estes medicamentos, e como consequência, a chamada Síndrome de Hiperestimulação Ovariana (SHO). Sendo assim, o hiperestímulo ovariano é um excesso de produção dos óvulos nos ovários.
Desta forma, essa disfunção pode trazer um grande sofrimento, causando aumento generalizado da permeabilidade vascular. Assim, a mulher pode ter um acúmulo de líquido no abdômen gerando aumento do tamanho dos ovários, muita dor, inchaço abdominal anormal, irritabilidade, dores na relação sexual, náuseas, vômitos, diarréia e febre.
Além disso, vale lembrar que mulheres que têm a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) são mais propensas a ter a síndrome do hiperestímulo ovariano. Isto ocorre porque elas já possuem um grande número de folículos.
Por esta razão, o uso do indutor de ovulação precisa de acompanhamento por um médico para evitar um problema maior, como por exemplo a necessidade de retirar o ovário afetado.
Tratamento
O tratamento da Síndrome de Hiperestimulação Ovariana consiste em aliviar os sintomas com o uso de analgésicos. Para prevenir complicações futuras, deve haver também um monitoramento com exames de ultrassom para medir os ovários e o líquido no abdômen das pacientes.
Além disso, recomenda-se a diminuição das atividades físicas e o aumento do consumo de líquidos ricos em eletrólitos (mais de 3,5 litros por dia). Em casos raros pode ser necessária a drenagem do fluido abdominal para aliviar os sintomas.
Quais são os cuidados para usar indutor de ovulação?
É sempre bom reforçar que qualquer indutor de ovulação deve ser prescrito por um médico, pois não são todos os casais que conseguem utilizar a medicação. Sendo assim, o uso de forma inadequada pode gerar efeitos colaterais graves, até mesmo prejudicando as chances de uma gravidez.
Por esta razão, o cuidado mais importante é seguir as orientações médicas quanto à dose e ao uso correto do indutor de ovulação, bem como realizar controle adequado do tratamento. Nesse sentido, realizam-se exames de ultrassonografia e verificadas as dosagens hormonais para avaliar a resposta ovariana, como o número de folículos existentes e a data provável da ovulação.
Além disso, indica-se uma dose inicial baixa, de 50mg diária, por um período de cinco dias. Contudo, se for necessário, pode-se aumentar gradativamente a medicação até 150mg. Caso não haja resultados satisfatórios, o tratamento com indutor injetável deve ter uma nova análise.
Indução ovariana e reprodução assistida: saiba mais
A estimulação ovariana acontece para aumentar as chances de gravidez nas técnicas de reprodução assistida como o Coito Programado (CP), a Inseminação Artificial ou Intrauterina (IIU) e a Fertilização in Vitro (FIV).
Embora sejam utilizados protocolos diferentes para técnicas de baixa e de alta complexidade, o objetivo é sempre obter uma quantidade maior de folículos e de óvulos. Assim, o aumento da probabilidade de gravidez se deve a um número maior de óvulos disponíveis para fecundação.
Veja abaixo a relação do indutor de ovulação em cada técnica de reprodução assistida:
Coito Programado (CP)
Técnica considerada de baixa complexidade e indicada para casos leves de infertilidade, especialmente nas situações de anovulação. Nesse sentido, busca-se estimular o crescimento de até três folículos, para que não ocorra uma gestação gemelar.
Depois da estimulação, caso o procedimento tenha tido sucesso, orienta-se o casal a manter relações sexuais durante o período fértil. Assim, a fecundação ocorre naturalmente na tuba uterina da mulher.
Inseminação Artificial ou Intrauterina (IIU)
Também considerada técnica de baixa complexidade e com a estimulação de até três folículos. No entanto, o processo é um pouco diferente do coito programado.
Nesse sentido, quando a mulher está em seu período fértil, o homem vai à clínica de reprodução assistida para a coleta do sêmen, do qual selecionam-se os melhores espermatozoides para a inseminação artificial. Desta forma, eles são colocados em um cateter e inseridos diretamente no útero para facilitar a fecundação.
Fertilização in Vitro (FIV)
Esta é uma técnica de alta complexidade na qual a fecundação dos óvulos pelos espermatozoides é feita em laboratório. Por essa razão, a estimulação ovariana é diferente. Como os especialistas escolhem os embriões de melhor qualidade, para implantação posterior no útero da mulher, o protocolo utilizado provoca uma produção de óvulos muito maior que na baixa complexidade.
Desta forma, a quantidade de óvulos que pode ser coletada depende da resposta da paciente à estimulação. Há casos de mulheres que liberaram mais de 30 óvulos em um único ciclo. Sendo assim, dependendo da idade da paciente (quanto maior a idade, menor a chance de gravidez), implantam-se de dois a três embriões na cavidade uterina. Contudo, mesmo com um maior controle, ainda há chance de uma gravidez gemelar. Tudo vai depender se o embrião vai se fixar ou não no endométrio.
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