A Síndrome dos ovários policísticos (SOP), descrita pela primeira vez em 1935, é caracterizada pela associação entre ovários com aspecto micropolicístico nas ecografias transvaginais, iregularidades menstruais, aumento de oleosidade da pele e, em muitos casos, sobrepeso e dificuldade para engravidar. A gama de manifestações, ou seja, de sinais e de sintomas varia muito de pessoa para pessoa. Algumas mulheres apresentam um quadro de sintomatologia intensa. Outras têm um diagnóstico limítrofe, difícil, tênue entre a normalidade e a presença da alteração. Por esse motivo, ouvem ao longo da vida diferentes opiniões médicas e, assim, ficam em dúvida se são mesmo portadoras da síndrome ou não. Trata-se da alteração endocrinológica feminina mais comum, afetando 5 a 10% das mulheres em idade reprodutiva. Em cerca de 75% dos casos são observados distúrbios hormonais, por isto classificada como uma endocrinopatia associada a irregularidades do ciclo, sendo muito comuns os atrasos menstruais
Existem várias opções de tratamento visando amenizar os incômodos e prevenir futuras repercussões negativas à saúde. Uma das opções terapêuticas mais utilizadas é a prescrição de pílulas anticoncepcionais, uma alternativa eficaz e de baixo custo. Além dessas vantagens, o anticoncepcional obviamente também protege contra gestações indesejadas. No entanto, muitas vezes a dificuldade reside justamente em tratar os casos de mulheres que desejam gestar e têm ciclos irregulares, com longos períodos sem menstruar. Tal quadro está associado à escassez de ovulações, o que pode levar a uma subfertilidade ou, até mesmo, à infertilidade.
Ciclos de indução da ovulação com comprimidos e controle por ecografia, inseminação intra-uterina (artificial) e fertilização in vitro (FIV) estão entre os tratamentos mais utilizados. Cabe ao ginecologista da paciente ou a um especialista em reprodução humana definir, em cada caso, qual a melhor estratégia para conquistar a tão desejada gestação.
Texto: Dr. Marcos Höher