Infertilidade, constantes tentativas de engravidar e abortos de repetição podem estar associadas a diversos fatores, sendo uma dessas causas uma inflamação do endométrio chamada endometrite crônica. Já ouviu falar?
Silenciosa, esta condição nem sempre é percebida pela mulher, já que não possui sinais e sintomas aparentes. Aliás, muitas não sabem que a causa de sua infertilidade é por conta da endometrite crônica, que atinge aproximadamente 30% das pacientes inférteis.
Segundo estudos, a doença afeta aproximadamente 30% das mulheres com diagnóstico de infertilidade, enquanto a prevalência em pacientes com Repetidas Falhas de Implantação (RIF) e Perda Gestacional Recorrente (RPL) pode chegar a 66%.
Em muitos casos em que não se encontra a causa da infertilidade, a endometrite crônica pode ser a única causa. Logo após o tratamento adequado, a gravidez pode ocorrer, de forma espontânea ou após tratamentos de fertilização in vitro.
A endometrite crônica é detectada por meio de um diagnóstico específico. Se confirmada, existe um tratamento adequado que busca reverter o quadro e favorecer as chances de fertilização. Quer saber qual?
Continue lendo, preparamos esse texto para te ajudar a entender um pouco mais sobre a endometrite crônica, de que forma é feito o seu diagnóstico e como é realizado o seu tratamento.
Desejamos uma boa leitura!
O que é endometrite crônica
A endometrite crônica é uma inflamação do endométrio causada pelo desequilíbrio na flora bacteriana do útero.
Não há uma causa específica para sua manifestação. Ela pode vir de fatores como doenças sexualmente transmissíveis (sífilis ou clamídia), e doença inflamatória pélvica.
Outra característica da endometrite crônica é a ausência de sinais e sintomas específicos, o que prejudica a sua identificação sem ser por meio de um diagnóstico preciso e eficaz.
Entre as consequências desta condição, estão: a infertilidade, os abortos de repetição – quando há a ocorrência de três ou mais abortos consecutivos – e o impedimento da implantação do embrião após a fecundação.
Por isso, recomendamos que a mulher que possui dificuldade em engravidar realize exames que comprovem o diagnóstico. Explicaremos sobre eles mais adiante.
Relação da endometrite crônica com a infertilidade feminina
Um endométrio saudável possui um equilíbrio de bactérias saudáveis, chamado de flora endometrial. Sua presença favorece a implantação do embrião e evita o crescimento de bactérias patogênicas.
Porém, há outros microorganismos que, se presentes em grande quantidade na cavidade uterina, comprometem a região com inflamações – é o caso da endometrite
Outro motivo que também impacta a fertilidade feminina é a quantidade de certas bactérias presentes no endométrio. A baixa presença de lactobacilos, por exemplo, é um dos fatores que podem implicar na infertilidade.
Logo, tomar ciência das condições de sua cavidade uterina pode melhorar os resultados dos métodos de reprodução assistida.
Diagnóstico da endometrite crônica
A endometrite crônica não mostra sinais e sintomas aparentes. Por isso, o seu diagnóstico é um pouco mais específico e, se não for feito adequadamente, pode passar despercebido.
A presença da endometrite crônica no organismo pode ser detectada por meio de uma biópsia do endométrio ou por uma histeroscopia. Resultados de exames de sangue, de urina e de imagem que identifiquem alterações no organismo complementam o diagnóstico.
Além disso, há a aplicação de dois testes que verificam quais são as bactérias presentes no endométrio e a quantidade, que podem sugerir o equilíbrio ou desequilíbrio da flora bacteriana, que são: ALICE e EMMA.
O exame ALICE (Análise de Endometrite Crônica Infecciosa) faz o diagnóstico das bactérias presentes no microbioma endometrial que causam a endometrite crônica, bem como orienta no tratamento adequado.
Já o EMMA (Análise Metagenômica do Microbioma Endometrial) avalia a porcentagem das bactérias mais abundantes no microbioma endometrial da mulher. Dependendo da porcentagem, há a indicação ou não de endometrite crônica.
Tratamento da endometrite crônica
Após o diagnóstico de endometrite crônica, seu tratamento será indicado à paciente pelo médico especialista, de forma que vise o restabelecimento da flora microbiana da mulher e o apaziguamento do processo inflamatório.
De forma geral, o tratamento é realizado com antibióticos, via oral ou injetáveis. Se houver a formação de abscessos ou de aderências causadas pela endometrite, é necessária intervenção por meio de videolaparoscopia ou histeroscopia cirúrgica.
Nos casos em que a endometrite for causada por doenças sexualmemente transmissíveis, é recomendado que o parceiro também realize o tratamento com antibióticos.
Prevenção
A forma mais eficaz de prevenção contra a endometrite crônica é pelo uso de preservativos em relações sexuais, já que a possível causa mais aparente são as doenças sexualmente transmissíveis.
Mais sobre infertilidade feminina
A infertilidade feminina conta com variadas causas. Um diagnóstico eficaz consegue identificar o histórico da mulher e entender os fatores genéticos ou rotineiros que levaram a esta condição.
Para saber como é feito o diagnóstico de infertilidade, os exames que o compõe e quais mitos existem acerca do assunto, indicamos a leitura do material “Entenda os parâmetros analisados no diagnóstico de infertilidade feminina”.
Esperamos que goste!
Considerações finais
Por não ter causas intrínsecas, nem sintomas precisos, a endometrite crônica só é diagnosticada por exames mais específicos, realizados por meio de histeroscopia ou biópsia do endométrio, assim como dos testes: ALICE e EMMA.
Esta condição afeta 30% das mulheres inférteis – portanto, as pacientes que possuem este quadro devem realizar os exames para saber se a causa de sua infertilidade se dá por conta da endometrite crônica.
Se ainda houver dúvidas acerca desse assunto, não deixe de entrar em contato com uma equipe especializada e que possa te ajudar a sanar essas questões.
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