Um dos fatores decisivos para prever se a tentativa de engravidar terá sucesso, é a idade em que a mulher opta por ser mãe.
É sabido que após os 35 anos, a quantidade de óvulos férteis diminui significativamente, reduzindo bastante as chances de engravidar.
No entanto, de acordo com estudo do Hospital Universitário de Copenhague, existe outra variável que pode influenciar a infertilidade feminina: a hereditariedade.
O estudo aponta que existe uma forte relação estatística entre a idade em que mãe entrou na menopausa e o reservatório de óvulos da filha, independentemente da sua faixa etária.
Neste post, você vai conhecer sobre a hereditariedade e como ela afeta a fertilidade feminina.
Boa leitura!
Hereditariedade e a infertilidade feminina
Antes do estudo dos pesquisadores dinamarqueses, já havia sido demonstrado que mulheres cujas mães entraram na menopausa antes do tempo previsto, ou seja, antes dos 45 anos, correm o risco de desenvolver o mesmo problema.
Outra inovação também trazida pela pesquisa comprovou que existe uma relação entre a menopausa materna e a redução anual da quantidade de óvulos, mesmo em mulheres que se encontram em idade fértil.
Nesse estudo, os pesquisadores compararam a idade em que a mãe das participantes entraram na menopausa com os resultados de exames realizados. Basicamente, foram realizados dois exames: o primeiro para analisar os níveis de hormônio antimülleriano (AMH) no sangue e o segundo, uma infografia para fazer a contagem dos folículos na fase antral.
Os resultados revelaram que filhas de mulheres que pararam de menstruar precocemente, têm uma diminuição anual do AMH de 8,6% e de 5,8% de folículos antrais.
Já no caso das mulheres cujas mães entraram na menopausa entre os 46 a 54 anos, sofreram reduções menores: 6,8% de redução de AMH e 4,7% de decréscimo de folículos antrais.
Isto significa que, quanto mais tardia for a menopausa materna, menores são os índices que sugerem a diminuição da fertilidade da filha.
Alguns casais que adiam a gravidez até depois dos 30 anos da mulher, podem não saber ou perceber que algumas mulheres já são ou podem ficar estéreis nessa idade, devido à sua predisposição genética.
Já Janne G. Bentzen, a principal autora do estudo, interpreta os resultados com mais cuidado. Segundo a autora, a idade da menopausa é um fator adicional que pode ser considerado para avaliar o potencial de fertilidade de uma mulher.
Ainda de acordo com a médica, embora o resultado da pesquisa demonstre o declínio de AMH e dos folículos antrais, ele não confere um atestado de infertilidade.
Nesse sentido, cujas mães tiveram um quadro de menopausa precoce, não precisam ficar preocupadas. Atualmente, existem diversos tratamentos para preservar a fertilidade feminina.
Fora isso, a recomendação continua a mesma: o período ideal para engravidar é até os 35 anos de idade para a mulher.
Continuação da pesquisa
Os pesquisadores interpretaram os resultados da pesquisa como uma diretriz para continuar a investigação.
Segundo eles, é necessário fazer um acompanhamento das voluntárias que participaram da pesquisa para mensurar seus níveis do hormônio antimülleriano até à menopausa.
Pois só assim será possível estabelecer uma relação definitiva entre a redução do AMH e o fim do ciclo reprodutivo
Isso quer dizer que o estudo ainda não está completo, mas, a partir da contagem do AMH e dos folículos após longos anos, será possível ter um direcionamento mais acurado.
Existem relatos de casos de mulheres cujas mães ou irmãs entraram na menopausa precocemente e que apresentaram dificuldades para engravidar mesmo antes dos 30 anos.
No caso das mulheres que preferem adiar a gestação, o ideal é que o congelamento de óvulos seja realizado até os 35 anos. Após essa idade, fica mais difícil fertilizar a célula e aumentam os riscos de doenças genéticas no bebê. Além disso as taxas de aborto são maiores.
Outra solução possível caso não tenha sido realizado o congelamento, ou que os óvulos produzidos não tenham sido fertilizados com sucesso, é a recepção de óvulos, através de um programa de doações.
Considerações finais
Como vimos ao longo do artigo, a cada dia que passa, pesquisadores e cientistas descobrem mais variáveis para explicar as causas da infertilidade feminina.
No caso da fertilidade masculina, já era sabido da relação hereditária da infertilidade, no entanto, estudos recentes demonstraram que pode existir uma forte relação da infertilidade feminina em mulheres cujas mães entraram na menopausa precocemente.
Vimos também que atualmente, existem diversos tratamentos para preservar a fertilidade, como o congelamento de óvulos, ou criopreservação. No entanto, vale ressaltar que a recomendação é realizar esse tratamento antes dos 35 anos de idade. Outra solução seria a doação de óvulos.
Para finalizar, vale lembrar que se você apresenta dificuldades para engravidar ou desconfia que possa ter algum problema de fertilidade herdado, o ideal é consultar um especialista para obter um diagnóstico preciso e planejar as formas de tratamento mais adequadas.
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