Você já ouviu falar em translucência nucal? Sabe do que se trata?
Esse importante exame, que faz parte do pré-natal de todas as gestantes, alerta para eventuais riscos no desenvolvimento do bebê. Mas afinal, qual a sua utilidade?
Como acontece esse exame? Em que idade gestacional ele deve ser feito? O texto a seguir vai esclarecer essas e outras dúvidas sobre este tema. Confira.
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O que é translucência nucal?
A translucência nucal (TN), popularmente conhecido como “Ultrassom da Nuquinha”, é um exame realizado durante o pré-natal, e registra a medida da nuca do feto. Nesse sentido, através de ultrassom, ele mede o tamanho e a quantidade de líquido na região atrás da nuca do bebê.
O exame da translucência nucal começou a ter uso na década de 90 com objetivo de estimar o risco dos fetos apresentarem alguma malformação, e sua assertividade é de cerca de 80 a 90%.
Para que serve a translucência nucal?
A translucência nucal serve para calcular o risco do feto apresentar algum tipo de malformação ou síndrome, como a síndrome de Down e as cardiopatias congênitas. Nesse sentido, fetos com doenças genéticas ou malformações têm uma tendência a acumular líquido na região da nuca. Medidas aumentadas significam um maior risco de haver algum problema no desenvolvimento do bebê.
Porém, é importante ressaltar que a medida da translucência nucal não é um teste de diagnóstico, ou seja, ela não confirma que o feto tem alguma alteração. Desta forma, o exame apenas estima se há risco maior de complicações. Assim, quando o exame mostra medidas elevadas, é preciso a realização de outros exames complementares para realmente confirmar um possível diagnóstico.
O que fazer se meu bebê tem translucência nucal aumentada?
Como já vimos, quando o exame da medida da translucência nucal está alterado, recomenda-se a realização de novos exames que possam confirmar ou descartar o diagnóstico de alguma síndrome ou malformação.
Veja alguns exames solicitados quando a translucência nucal tem resultados alterados:
Biópsia de vilosidades coriônicas
As vilosidades coriônicas são tecidos placentários que têm a mesma composição genética do feto. Desta forma, a análise de uma pequena amostra desse tecido permite detectar anomalias genéticas ou cromossômicas do bebê.
Nesse sentido, a biópsia das vilosidades coriônicas é capaz de detectar mais de 200 doenças. Para isto, o exame ocorre a partir da coleta de um pequeno fragmento da placenta obtida através da punção, realizada a partir da 11ª semana de idade gestacional.
Amniocentese
A amniocentese é um exame intrauterino realizado no segundo trimestre de gestação para identificar possíveis complicações ou alterações genéticas no bebê.
Nesse sentido, a análise é feita a partir de uma pequena quantidade de líquido amniótico, este fluido que envolve e protege o bebê e contém células do feto e substâncias liberadas ao longo do desenvolvimento.
O exame é feito com uma amostra coletada através de uma agulha bem fina e comprida inserida no abdômen até o interior da cavidade uterina. Desta forma, para garantir maior segurança, todo o procedimento é acompanhado e monitorado através de ultrassonografia.
Cordocentese
A cordocentese, ou amostra de sangue fetal, é um exame de diagnóstico pré-natal, feito a partir das 18 semanas de gestação.
Ele consiste na retirada de uma amostra de sangue do feto a partir do cordão umbilical, para detectar alguma alteração cromossômica no bebê. A Síndrome de Down, ou doenças como toxoplasmose, rubéola, anemia fetal ou citomegalovírus, por exemplo, podem ser detectadas no exame.
Ecocardiografia fetal
A ecocardiografia fetal é um exame específico de ultrassom para avaliar o coração do feto. Neste exame, conferem-se as estruturas anatômicas do coração, como câmaras cardíacas, valvas, arteriais, e veias, além de verificar se há defeitos cardíacos. Este exame possibilita também identificar como está o ritmo cardíaco do feto.
Com quantas semanas se faz o ultrassom translucência nucal?
O ultrassom com translucência nucal é normalmente feito quando o feto tem entre 45 e 84 mm de comprimento, medidos da cabeça até as nádegas. Nesse sentido, corresponde entre 11 e 14 semanas de gestação, contadas a partir do primeiro dia da última menstruação.
Porém, recomenda-se que o exame aconteça no início da 13ª semana, quando o bebê já é um pouco maior. Isso possibilita melhores imagens e, consequentemente, maiores chances de identificar alguma malformação.
Como é feita a translucência nucal?
A translucência nucal é um exame simples e rápido, realizado através de uma ultrassonografia obstétrica. Para tanto, a grávida deita-se em uma maca e um gel é aplicado em seu abdômen para que o aparelho possa ser movimentado com facilidade. Através da imagem gerada pelo ultrassom, é possível medir e calcular a quantidade de líquido presente na região da nuca do feto.
Nesse sentido, em cerca de 95% dos casos o exame é feito pela via abdominal. Porém, dependendo da posição do bebê, às vezes é necessário que o procedimento seja complementado pela via transvaginal. De qualquer forma, vale esclarecer que o exame da translucência nucal não apresenta nenhuma contraindicação, assim como não requer preparo prévio.
Translucência nucal e morfológico é a mesma coisa?
A translucência nucal é um dos exames mais importantes do pré-natal, que pode ocorrer de forma isolada, através de uma ultrassonografia obstétrica, ou então, durante o ultrassom morfológico do primeiro trimestre.
Nesse sentido, o morfológico é um exame mais completo que além da translucência nucal, também avalia o fluxo de sangue através do coração fetal e do ducto venoso, e a presença de osso nasal do feto. Desta forma, a ausência do osso do nariz representa maior risco de alterações, já que esta situação é muito comum em síndromes.
No casos da síndrome de Down, além da medição da translucência nucal e da observação do osso nasal, outros fatores de risco devem ser avaliados, como o histórico familiar de doenças genéticas, alterações cromossômicas e também a idade da mãe.
Qual o valor normal da translucência nucal?
Na verdade, os valores da translucência nucal variam de acordo com a idade gestacional. Entretanto, como parâmetro, são considerados valores normais, que representam baixo risco, os índices menores que 2,5 mm. Medidas superiores a 2,5 mm geralmente significam um risco maior do feto apresentar alguma malformação.
Mas lembrando: a medida da translucência nucal elevada não quer dizer que o bebê tenha necessariamente algum problema. Nestes casos, outros testes precisam ser feitos para chegar a um possível diagnóstico.
Valores referências para Translucência Nucal:
- Translucência Nucal normal: Abaixo de 2,5mm;
- Translucência Nucal aumentada: Maior ou igual a 2,5mm.
A translucência nucal aumentada pode diminuir?
A resposta é sim. É comum que bebês que tiveram o teste da “nuquinha” alterado em um primeiro momento apresentem um segundo exame normalizado.
Entretanto, o fato da medida da translucência nucal diminuir não significa que o bebê tenha menos risco. Nesse sentido, para fins de determinação de risco, sempre se considera o exame onde o valor foi maior.
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