A taxa de sucesso FIV é a mais alta entre as técnicas de Reprodução Assistida. Nesse sentido, a Fertilização In Vitro tem ajudado muitos casais com problemas de infertilidade a realizarem o sonho de ter um filho. O tratamento também possibilita que casais homoafetivos, pais e mães independentes possam formar suas famílias.
Mas afinal, quais são as taxas de sucesso da FIV? Como essa taxa é avaliada? Quais são os fatores que influenciam o sucesso do tratamento? Para saber mais sobre este assunto leia o texto abaixo.
Qual é a taxa de sucesso FIV?
As taxas de sucesso da FIV, ou seja, dos tratamentos de Fertilização In Vitro variam entre 5% a 50%, e dependendo do caso pode chegar a 60%. Mas por que a variação é tão grande? Pois assim como na gravidez natural, o resultado da FIV está diretamente relacionado a muitos fatores, em especial, a idade da mulher.
Nesse sentido, é importante lembrar que cada organismo é único e pode reagir de forma diferente à FIV. Assim, também é importante considerar que existe a chance de gestação cumulativa, que seria considerar a chance total após mais de uma tentativa.
Mas afinal, o que é FIV?
A Fertilização In Vitro (FIV) é uma técnica de Reprodução Assistida que tornou-se conhecida em 1978, com o nascimento de Louise Brown, na Inglaterra, o primeiro bebê de proveta do mundo. Desde então, a Fertilização In Vitro vem evoluindo muito e ajudando milhares de pessoas a realizarem o sonho de ter um filho.
Nesse sentido, o tratamento consiste em realizar a fecundação do óvulo com o espermatozoide em ambiente laboratorial. Assim, os embriões formados são cultivados em meio de cultura em uma incubadora, e após, são selecionados e transferidos para o útero da paciente.
Dessa forma, para quem não consegue engravidar de forma natural ou com outras técnicas de menor complexidade, a FIV é um dos procedimentos mais indicados. Isto porque ela é um tratamento seguro e que apresenta as melhores taxas de sucesso.
Como é definida a taxa de sucesso da FIV?
Quando falamos em taxa de sucesso dos tratamentos de Fertilização In Vitro (FIV) é importante entender como ela é definida. Nesse sentido, há diferentes maneiras de se avaliar o sucesso de um tratamento de Reprodução Assistida.
Desta forma, uma delas é considerar o resultado positivo do teste de gravidez. Outra é analisar a taxa de gestação clínica, ou seja, a visualização do saco gestacional e seu conteúdo na ultrassonografia realizada após duas semanas do beta hCG positivo.
Porém, a definição da taxa de sucesso da FIV considerada internacionalmente é a taxa de nascimento de bebês.
Quais fatores alteram a taxa de sucesso FIV?
Muitos fatores impactam no sucesso do tratamento, mas sem dúvida, a idade feminina é o elemento mais importante. Isto porque as chances de resultados positivos caem progressivamente com o avanço da idade.
Veja os fatores que alteram a taxa de sucesso da FIV:
Idade da mulher
Como vimos, a idade da mulher é fator decisivo nos tratamentos de Fertilização In Vitro. Isto porque ao contrário dos homens, que produzem espermatozoides ao longo da vida, as mulheres já nascem com um número determinado de gametas.
Desta forma, com o passar dos anos, tanto a quantidade como a qualidade dos óvulos vai caindo, e consequentemente, diminui também as chances de engravidar.
Nesse sentido, a fertilidade feminina começa a declinar a partir dos 30 anos interferindo na capacidade reprodutiva, seja naturalmente ou com o auxílio de tratamentos.
Qualidade do embrião
Outro aspecto que afeta a taxa de sucesso da FIV é a qualidade do embrião. Nesse sentido, para que uma gestação aconteça, depois da fecundação é preciso que ocorra a implantação do embrião no útero.
Entretanto, muitas vezes, embriões de baixa qualidade ou com falhas genéticas inviabilizam a gravidez e causam abortos. Esta é uma realidade comum tanto na gravidez espontânea quanto naquelas geradas através de Fertilização In Vitro.
Cabe ressaltar que a qualidade do embrião está diretamente relacionada à qualidade dos óvulos e espermatozoides. Nesse sentido, a idade materna impacta negativamente já que óvulos mais velhos apresentam maiores chances de gerar embriões com problemas.
Hoje é possível avaliar a qualidade do embrião antes da sua transferência ao útero. Nesse sentido, um dos exames disponíveis é o PGT (teste genético pré-implantacional) utilizado para rastrear possíveis anomalias cromossômicas do embrião e melhor selecionar o mais adequado para transferência.
Ele é feito a partir de biópsia embrionária com o objetivo de evitar doenças cromossômicas e abortos de repetição de causa genética e, assim, melhorar os resultados dos tratamentos de reprodução humana.
Resposta ovariana
A resposta ovariana é outro fator que interfere nas taxas de sucesso da FIV já que para se formar embriões viáveis é preciso um bom número de óvulos disponíveis para a fecundação. Desta forma, a FIV inicia com a estimulação ovariana feita através da administração de hormônios para aumentar a quantidade de óvulos e, consequentemente, de embriões disponíveis para a transferência.
Nesse sentido, o protocolo de indução da ovulação é individual e vai depender de cada caso. Uma das estratégias usadas para pacientes com baixa reserva ovariana é o DuoStim, que promove dupla estimulação ovariana realizada durante o mesmo ciclo menstrual da mulher.
Outra técnica é o duplo trigger, que utiliza simultaneamente dois medicamentos para o disparo da ovulação: o agonista de GnRH e a gonadotrofina coriônica humana (hCG).
No entanto, é importante explicar que algumas mulheres não respondem bem ao estímulo ovariano. Nesse sentido, as causas podem ser idade mais avançada, baixa quantidade de folículos ou mesmo incapacidade de responderem ao estímulo com FSH.
Receptividade do endométrio
A receptividade endometrial é outra questão a ser avaliada quando pensamos nas taxas de sucesso da FIV. Nesse sentido, é no endométrio que ocorre a implantação do embrião, e sua receptividade varia durante o ciclo menstrual.
É importante ressaltar que cada mulher tem uma janela de implantação única, ou seja, o período mais propício para que a implantação aconteça. Desta forma, normalmente o embrião se fixa no útero entre os dias 19 e 21 de cada ciclo, porém, em algumas mulheres pode ser antes ou depois deste período.
Qual a taxa de sucesso na primeira FIV?
Como já vimos, as taxas de sucesso da FIV dependem de vários fatores. Entretanto, devido à evolução das técnicas de Reprodução Assistida, as chances de gravidez têm aumentado bastante.
Confira abaixo, um gráfico mostrando a porcentagem com as taxas de sucesso de bebês nascidos, através de FIV, baseadas na idade da mulher usando óvulos próprios ou óvulos doados:
Nesse sentido, considera-se que mulheres com menos de 30 anos tem cerca de 50% de chance de engravidar na primeira tentativa. Todavia, quando a mulher chega na casa dos 35 anos, a média de sucesso já passa para 40%, enquanto aos 40 anos cai para 20%.
Quanto tempo leva para fazer uma 2ª tentativa de FIV?
Embora as taxas de sucesso da FIV sejam animadoras, em muitos casos a gravidez não acontece logo na primeira tentativa. Mas não é preciso desanimar. Nesse sentido, após uma primeira fertilização, é possível analisar o que causou o insucesso do tratamento e tentar outra vez o procedimento.
Desta forma, assim que as taxas hormonais da mulher se normalizarem é possível partir para a segunda tentativa, o que costuma ocorrer geralmente em cerca de um ciclo menstrual.
Entretanto, essas condições podem variar a cada caso, assim, apenas o especialista em reprodução humana poderá confirmar o período ideal que o casal deve aguardar.
A taxa de sucesso FIV diminui conforme as tentativas?
Não, ao contrário. Nesse sentido, para muitas pessoas a FIV representa a última esperança para realizar o sonho de ter um filho, e quando a primeira tentativa falha é muito frustrante.
Entretanto, um estudo divulgado no site MNT (Medial News Today) em 2015 mostrou que realizar mais tentativas de FIV, além de três ou quatro, podem aumentar em até 65% as taxas de sucesso da Fertilização In Vitro.
Quais são as taxas de sucesso da FIV com ICSI?
De acordo com diferentes estudos mundiais, as taxas de sucesso da FIV com ICSI variam de acordo com diversos fatores, como a qualidade dos gametas, presença de alterações genéticas, etc. Nesse sentido, a ICSI se mostrou uma técnica mais eficiente que a FIV Clássica, trazendo melhores resultados para os tratamentos de Reprodução Assistida.
Mas qual a diferença da FIV clássica para a FIV com ICSI?
Os pacientes da FIV clássica assim como os da ICSI passam pelas mesmas etapas de tratamento. O processo inclui a estimulação ovariana, coleta dos gametas (masculino e feminino), fertilização do óvulo em laboratório, cultivo do embrião e a transferência ao útero materno. Porém, a fertilização ocorre de formas diferentes nos dois tipos de FIV.
Desta forma, na FIV clássica os óvulos e uma quantidade pré-determinada de espermatozoides são colocados em uma placa e mantidos em incubadora com as condições ideais à fecundação. Assim, o objetivo é deixar os espermatozoides fecundarem o óvulo de maneira similar à fertilização natural, com menos interferência do embriologista.
Já na FIV com ICSI, os espermatozoides são selecionados e injetados, um a um, dentro de cada um dos óvulos, para que ocorra a fecundação. Nestes casos, a fertilização não ocorre espontaneamente, e há total interferência do embriologista. Sendo a ICSI a principal técnica utilizada na maioria dos laboratórios de Reprodução Assistida.
Como aumentar a taxa de sucesso da FIV?
Como vimos, a idade da mulher impacta fortemente nas taxas de sucesso da FIV, mas infelizmente este é um fator que não pode ser mudado. Entretanto, existem atitudes e hábitos de vida que podem aumentar as chances de resultados positivos nos tratamentos de Fertilização In Vitro.
Veja o que fazer para melhorar os resultados da FIV:
Mantenha peso saudável
Mulheres que estão muito abaixo ou acima do peso saudável correm risco de ter os hormônios desregulados, o que prejudica a ovulação. Já nos homens, o peso interfere na contagem e qualidade do esperma podendo prejudicar a formação do embrião.
Cuide da alimentação
Prefira o consumo de alimentos cozidos, bem como uma dieta com pouca carne vermelha e mais rica em peixes, frutas e verduras. Assim, uma alimentação rica em antioxidantes, como a dieta mediterrânea, pode aumentar as chances de uma gravidez para mulheres em tratamento de Fertilização In Vitro.
Não fume
As mulheres que fumam reduzem suas taxas de gestação com FIV à metade, e aumentam em 25% suas chances de abortamento. Também os homens fumantes diminuem o sucesso das técnicas de reprodução assistida.
Não use álcool
O álcool reduz as taxas de sucesso da FIV e aumenta as taxas de abortamento. Desta forma, as pessoas em tratamento devem se abster de álcool antes e durante os ciclos de FIV.
Limite o uso da cafeína
A orientação para as mulheres que tentam engravidar através da Fertilização In Vitro é limitar o uso da cafeína durante o tratamento de FIV.
Evite estresse
É confirmado que estresse, ansiedade e depressão impactam negativamente o sucesso das técnicas de FIV. Por isso, formas de relaxar como massagem terapêutica, ioga, ou acupuntura são bem-vindas.
Realize exercícios físicos
Realizar atividades físicas é sempre bom para a saúde, e exercício moderado para o casal melhora as qualidades dos gametas e os resultados da FIV.
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