Muita gente pergunta se quem tem hipotireoidismo pode engravidar. Nesse sentido, é importante esclarecer que hipotireoidismo é uma disfunção da tireoide que afeta o metabolismo, podendo impactar inclusive a fertilidade feminina e masculina.
Mas você sabe o que é hipotireoidismo? Quais suas causas? Como é feito o diagnóstico e o tratamento? Para conhecer mais sobre este assunto leia o texto abaixo.
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O que é hipotireoidismo e seus principais sintomas?
O Hipotireoidismo é uma situação caracterizada pela queda na produção dos hormônios T3 (tri-iodotironina) e T4 (tiroxina) que são produzidos pela glândula tireoide. Nesse sentido a tireoide regula o metabolismo do corpo humano.
Dessa forma, distúrbios envolvendo esses hormônios podem atingir pessoas de qualquer idade, sexo ou gênero, embora seja mais comum entre mulheres cisgênero na idade reprodutiva.
Quais são as causas do hipotireoidismo?
Uma das causas mais comuns do hipotireoidismo é a deficiência de iodo, geralmente ligada à alimentação. Dessa forma, pessoas que consomem poucos alimentos ricos em iodo, como peixes, crustáceos, moluscos, leite e ovos, podem apresentar falta desse mineral no organismo.
Além disso, muitas vezes, a origem do hipotireoidismo pode estar em alterações imunológicas como no caso de pessoas com Tireoidite de Hashimoto. Esta doença autoimune acontece quando o organismo produz anticorpos que atacam a tireoide. Assim, esses anticorpos provocam a destruição da glândula, ou a redução da sua atividade, levando ao hipotireoidismo por carência na produção dos hormônios T3 e T4.
Quais são os tipos de hipotireoidismo?
Como vimos, o hipotireoidismo é uma das disfunções tireoidianas mais comuns e ocorre quando a tireoide não produz hormônios suficientes para suprir as necessidades do corpo. Nesse sentido, pode ser classificado como subclínico ou franco.
Hipotireoidismo Subclínico
O hipotireoidismo subclínico é a forma mais leve e inicial da doença, podendo afetar até 10% da população, especialmente mulheres e idosos.
Nesses casos, embora a glândula não funcione como deveria, ela ainda é capaz de produzir hormônios estimulada pelos níveis elevados de TSH. Assim, o hipotireoidismo subclínico é determinado quando os níveis de TSH no sangue estão altos, e os do T4 Livre se mantém normais.
Nesse sentido, como muitas vezes este quadro não apresenta sintomas, o hipotireoidismo subclínico pode não ser diagnosticado, ou ainda confundido com outras doenças.
Hipotireoidismo Clínico
Já o hipotireoidismo clínico, também chamado de franco, é a fase seguinte ao hipotireoidismo subclínico. Dessa forma, ele acontece quando os níveis de TSH estão elevados e os de T4 Livre e T3 aparecem abaixo dos valores de referência.
Nessa situação, as pessoas podem apresentar os sintomas clássicos da doença como aumento do volume da tireoide (bócio), cansaço, queda de cabelo, pele seca, ganho de peso, aumento do colesterol, entre outros.
Quais são os sintomas do hipotireoidismo?
Como vimos, os hormônios produzidos pela tireoide regulam nosso corpo. Dessa forma, o hipotireoidismo causado pelo mau funcionamento da glândula interfere no metabolismo, causando sintomas associados ao funcionamento mais lento do organismo.
Veja alguns sinais e sintomas do hipotireoidismo:
- Sonolência e fadiga;
- Aumento de peso;
- Cansaço;
- Alterações no humor;
- Perda de memória;
- Pele seca;
- Prisão de ventre;
- Unhas fracas;
- Queda de cabelo;
- Pés e mãos gelados;
- Sensação de frio excessivo;
- Anemia;
- Alteração na libido;
- Colesterol alto;
- Problemas cognitivos;
- Depressão;
- Aumento do fluxo menstrual;
- Dificuldade de engravidar.
O hipotireoidismo afeta a fertilidade?
Definitivamente sim. O hipotireoidismo atinge a fertilidade feminina, pois os hormônios liberados pela tireoide exercem efeitos sobre a função ovariana. Nesse sentido, eles interagem com hormônios da hipófise, que são responsáveis por estimular a ovulação. Dessa forma, prejudicam a maturação dos óvulos, interferem no ciclo menstrual e também no período fértil.
Além disso, o hipotireoidismo está relacionado também a casos de abortamento e de complicações obstétricas e fetais.
Já nos homens, a infertilidade causada pelo hipotireoidismo ocorre em razão do comprometimento da produção dos espermatozoides. Outro fator preocupante é a possibilidade da doença desencadear casos de disfunção erétil, que não deixa o homem infértil, mas dificulta a gravidez. Por esses motivos, exames de rotina para diagnosticar qualquer alteração na glândula tireoide é fundamental.
Como já vimos, o hipotireoidismo atinge ambos os sexos e todas as faixas etárias, porém, alguns grupos apresentam maior chance de desenvolver esse problema como:
- Mulheres acima dos 40 anos;
- Homens acima dos 65 anos;
- Pacientes em tratamento radioterápico de cabeça ou pescoço;
- Pessoas que já tiveram alguma outra doença na tireoide;
- Pacientes em tratamento com lítio ou amiodarona.
Como se faz o diagnóstico do hipotireoidismo?
O diagnóstico de hipotireoidismo é feito através de exame clínico, de sangue. Nesse sentido, primeiramente o médico examina o pescoço do paciente procurando possíveis alterações na tireoide. Além disso, através do teste sanguíneo é possível medir os níveis de T3, T4 e também do TSH, que podem confirmar o diagnóstico. Já o ultrassom é o exame de imagem complementar que ajuda a detectar o hipotireoidismo e outras anomalias na tireoide.
Por outro lado, em recém-nascidos, o hipotireoidismo pode ser diagnosticado pelo “Teste do Pezinho” que deve ser feito entre o terceiro e o sétimo dias de vida do bebê. Dessa forma, em caso de resposta positiva, o tratamento precisa ser iniciado imediatamente para evitar consequências, entre elas, os problemas cognitivos. Assim, o bebê poderá ficar curado e ter uma vida normal.
Existe tratamento para hipotireoidismo?
Existe sim tratamento para hipotireoidismo, que basicamente é feito por meio de reposição com uma versão sintética dos hormônios da tireoide.
Nesse sentido, para reproduzir o funcionamento ideal da glândula, é preciso tomar diariamente a medicação certa, sendo que a dose depende do grau da disfunção. Desta forma, normalmente o tratamento para o hipotireoidismo precisa ser feito por toda a vida.
Quem tem hipotireoidismo pode engravidar?
Como vimos, o hipotireoidismo é um fator de risco para a fertilidade, pois interfere diretamente na ovulação, o que prejudica as chances de gravidez. Desta forma, avaliar o funcionamento da tireoide é indicado para quem planeja uma gestação e para tentantes que apresentam dificuldade para engravidar.
Nesse sentido, quando o hipotireoidismo é diagnosticado ele pode ser tratado ou controlado, possibilitando assim que o potencial reprodutivo seja recuperado. Desta maneira, pode-se afirmar que com o hipotiroidismo controlado é possível se alcançar a gravidez.
Quais as chances de uma pessoa engravidar com hipotireoidismo?
Na verdade, não existem relatos de que mulheres com hipotireoidismo não possam engravidar. Nesse sentido, o que acontece é que se a mulher não estiver adequadamente tratada, o processo torna-se mais difícil já que a doença prejudica a ovulação.
Quais os riscos do hipotireoidismo na gravidez?
Assim como o hipotireoidismo pode surgir antes da gravidez, às vezes também aparece durante a gestação. Nesses casos, quando não é tratado, há chances de causar problemas como parto prematuro, hipertensão, descolamento da placenta e aborto.
Além disso, o hipotireoidismo na gravidez também é prejudicial para o bebê. Isto porque os hormônios tireoidianos são determinantes para o desenvolvimento sistema nervoso central do feto. Dessa forma, sem tratamento, aumentam os riscos de comprometimento neurocognitivo do bebê.
Nesse sentido, é importante que hipotireoidismo na gravidez seja diagnosticado e devidamente tratado o quanto antes. Para isso, é fundamental estar atento aos sintomas que às vezes são confundidos com experiências comuns da gravidez.
Veja sintomas que podem indicar hipotireoidismo na gravidez:
- Desanimo;
- Cansaço;
- Pele seca e fria;
- Cabelos ressecados;
- Ganho de peso;
- Diminuição da concentração.
Quem tem hipotireoidismo pode ter parto normal?
Sim, o hipotireoidismo não impede ou inviabiliza o parto normal. Nesse sentido, é importante que o pré-natal seja realizado com todo o cuidado, contando com acompanhamento do obstetra e de um endocrinologista. Dessa forma, se os níveis de hormônios tireoidianos estiverem normalizados e a gestação transcorrer normalmente, o bebê poderá nascer de parto normal.
Vale ressaltar que o controle da tireoide deve seguir mesmo após o parto. Assim, caso a medicação seja suspensa, será preciso fazer novos exames de sangue para avaliar os hormônios seis semanas após o parto, pois o problema pode reaparecer.
Quem tem hipotireoidismo pode amamentar?
Sim. As mães com hipotireoidismo, mesmo aquelas em tratamento, podem amamentar seus filhos. Nesse sentido, durante o período de aleitamento materno é recomendado que os medicamentos sejam tomados nas menores doses possíveis, de acordo com a orientação médica.
Como evitar hipotireoidismo?
Infelizmente, não há uma prevenção específica para o hipotireoidismo, entretanto, algumas precauções podem ajudar a evitar a doença. Nesse sentido, o fator mais importante é a ingestão adequada de iodo, sendo que 150 microgramas é a quantidade perfeita para resguardar a tireoide.
Além disso, é fundamental monitorar o funcionamento da tireoide periodicamente, através de exames, para verificar se está tudo conforme o esperado.
Veja cuidados importantes em relação a tireoide:
- Faça exercícios físicos regularmente;
- Faça uma suplementação com iodo de pelo menos 150 mcg diariamente;
- Faça exames de sangue T3, T4 e TSH regularmente;
- Adote uma dieta alimentar equilibrada;
- Evite o cigarro.
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