A reprodução assistida (RA) compreende técnicas da medicina reprodutiva indicadas para casais e indivíduos com dificuldades para engravidar de forma natural. Nesse sentido, são diferentes tratamentos para ajudar homens e mulheres que enfrentam infertilidade, bem como casais homoafetivos e pais e mães solos que buscam formar suas famílias. Além disso, a RA também é útil para preservar a fertilidade através do congelamento de óvulos ou tecido ovariano, e para pessoas que necessitam de tratamento contra o câncer, como quimioterapia, que pode afetar a capacidade reprodutiva.
Desta forma, reconhecer o momento certo para considerar a reprodução assistida é fundamental para otimizar as chances de sucesso dos tratamentos. Afinal, o tempo é crucial na fertilidade, especialmente para mulheres, pois a qualidade e a quantidade de óvulos diminuem com o passar dos anos.
Portanto, Identificar o momento certo permite tomar decisões informadas, baseadas em diagnósticos precisos, aumentando as chances de sucesso e tornando todo o processo mais tranquilo.
Quando a reprodução assistida deve ser considerada?
A reprodução assistida deve ser considerada quando um casal enfrenta dificuldades para conceber naturalmente, o que pode significar problemas de infertilidade. Nesse sentido, para mulheres com menos de 35 anos é recomendado buscar orientação médica após 12 meses de tentativas sem sucesso. Já para quem tem mais de 35, esse período é reduzido para 6 meses, uma vez que a fertilidade feminina tende a diminuir mais rapidamente com o avançar da idade.
Além disso, alguns fatores de saúde podem acelerar a decisão de procurar tratamentos de reprodução assistida, independentemente do tempo de tentativas. Problemas como endometriose, síndrome dos ovários policísticos (SOP), obstrução das trompas de falópio e baixa contagem de espermatozoides afetam as chances de uma gravidez natural.
Casais homoafetivos, e pessoas que optam pela produção independente também podem pensar na reprodução assistida como um caminho para formarem suas famílias. Da mesma forma, indivíduos que irão enfrentar tratamento contra câncer também devem avaliar a reprodução assistida como uma alternativa para ter filhos.
Ou seja, a reprodução assistida oferece diferentes alternativas para superar as barreiras e aumentar as chances de casais e indivíduos conseguirem gerar uma nova vida. Para isso, consultar um especialista é fundamental para identificar o melhor tratamento, permitindo decisões informadas e adequadas para cada caso.
Vejas em que casos considerar a reprodução assistida:
Indicações médicas e sinais de infertilidade
Como já vimos, a reprodução assistida é uma opção para quem enfrenta dificuldades para conceber naturalmente. Neste cenário, segundo a Organização Mundial da Saúde, uma a cada seis pessoas é infértil por alguma razão, o que representa 17,5% da população mundial.
Assim, reconhecer os sinais de infertilidade, tanto feminina quanto masculina, é fundamental para saber quando é a hora de procurar ajuda médica especializada. Afinal, identificar possíveis problemas de fertilidade e buscar um diagnóstico preciso é o primeiro passo para tomar decisões sobre a reprodução assistida, garantindo um tratamento eficaz e mais assertivo.
Sinais de Infertilidade Feminina:
Ciclos menstruais irregulares: Menstruações desreguladas ou ausentes indicam possíveis problemas na ovulação, uma das principais causas de infertilidade.
Ausência de ovulação (anovulação): A falta de menstruação por longos períodos pode sinalizar problemas. Sem ovulação durante o ciclo menstrual, a concepção fica inviável, tornando necessária ajuda médica.
Histórico de doenças pélvicas ou infecções: Doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), infecções pélvicas, síndrome dos ovários policísticos (SOP) ou endometriose afetam negativamente a fertilidade.
Menstruações dolorosas: Cólicas intensas e desconforto menstrual podem ser sinais de condições como endometriose, que prejudicam a capacidade de engravidar.
Histórico de abortos espontâneos: Mulheres que enfrentaram múltiplos abortos espontâneos podem estar lidando com questões de infertilidade.
Alterações hormonais: Ganho de peso inexplicável, queda de cabelo, acne ou mudanças na libido sugerem desequilíbrios hormonais que afetam a ovulação e a fertilidade.
Sinais de Infertilidade Masculina:
Baixa contagem de espermatozoides (oligospermia): Uma quantidade insuficiente de espermatozoides no sêmen diminui significativamente as chances de fertilização do óvulo.
Problemas de motilidade dos espermatozoides (atenozooospermia): Quando os espermatozoides não se movem de forma eficaz, encontrar e fertilizar o óvulo se torna mais difícil.
Alterações na forma dos espermatozoides (teratozoospermia): Espermatozoides com formato anormal podem ter dificuldade em penetrar no óvulo, comprometendo a fertilização.
Problemas estruturais nos órgãos reprodutivos: Quadros como varicocele ou obstruções podem interferir na produção e na liberação dos espermatozoides. Desta forma, é importante estar atento a dor ou desconforto nos testículos que tendem a indicar problemas que afetam a produção de espermatozoides.
Histórico de infecções: Infecções nos órgãos reprodutivos como orquite e epididimite podem causar danos que afetam a fertilidade.
Problemas hormonais: Níveis baixos de testosterona e outros hormônios impactam diretamente a produção de espermatozoides e a função sexual masculina.
Condições genéticas e casos especiais (doação de gametas e embriões)
A reprodução assistida é também uma opção para casais e indivíduos sem problemas de infertilidade, mas com histórico familiar de doenças genéticas. Assim, com ajuda da medicina reprodutiva é possível evitar a transmissão dessas condições aos filhos.
Nesses casos, a reprodução assistida, especificamente o tratamento de Fertilazação in Vitro (FIV) com diagnóstico genético pré-implantacional (PGT), pode ser uma solução eficaz. Isto pois o PGT é uma técnica que permite a análise genética dos embriões antes de serem transferidos ao útero, identificando possíveis mutações genicas ou anomalias cromossômicas.
Essa abordagem ajuda a selecionar embriões saudáveis, reduzindo as chances de que a criança herde a condição genética dos pais. Assim, o PGT aumenta as chances de sucesso da gravidez, selecionando embriões sem alterações cromossômicas, com maior potencial de implantação e desenvolvimento saudável, proporcionando segurança e tranquilidade.
Outras situações que fazem a reprodução assistida ser considerada são aquelas que envolvem doação de óvulos, de espermatozoides ou de embriões. Essas técnicas da RA podem ajudar pessoas com infertilidade feminina, masculina ou sem causa aparente, bem como casais homoafetivos e pais solos a formarem suas famílias. Entretanto, em alguns casos o sucesso do tratamento vai depender também do uso de um útero de substituição (barriga solidária).
Veja alguns casos quando a doação de gametas ou embriões pode ser necessária:
Doação de óvulos: útil para mulheres com baixa reserva ovariana, idade avançada, falhas repetidas em tratamentos de fertilização ou com doenças genéticas que poderiam ser transmitidas ao bebê. Desta forma, a doação de óvulos oferece a chance de concepção com óvulos saudáveis, aumentando as chances de sucesso.
Doação de espermatozoides: recomendada para homens com baixa contagem de espermatozoides, problemas de motilidade ou morfologia, ou em casos de doenças genéticas que possam ser herdadas pelo filho. Desta forma, a doação de espermatozoides permite a possibilidade de formar uma família, mesmo diante de desafios de infertilidade masculina.
Doação de embriões: indicada para quem não conseguem produzir óvulos e espermatozoides de qualidade para formar embriões viáveis, ou para aqueles que passaram por tentativas de FIV sem sucesso. Assim, a doação de embriões oferece uma solução completa, permitindo a transferência direta de um embrião saudável para o útero.
Avaliação do tempo e da idade
As pessoas que pretendem ter filhos devem levar em consideração um dos fatores que mais impactam na fertilidade: a idade, especialmente a da mulher. Isto acontece pois com o passar dos anos a qualidade e a quantidade dos óvulos diminui significativamente dificultando a gravidez.
Assim, mulheres com mais de 35 anos têm maior probabilidade de enfrentar problemas de infertilidade, reduzindo as chances de uma gravidez natural e saudável. Por isso, em muitos casos, as técnicas de reprodução assistidas como a Fertilização in Vitro (FIV) podem ser necessárias para ajudar mulheres de idade mais avançada a terem filhos.
Esse tipo de tratamento permite uma melhor seleção dos óvulos e aumentam as chances de implantação e desenvolvimento do embrião. Além disso, estratégias como o congelamento de óvulos podem ser consideradas preventivamente para preservar a fertilidade e possibilitar uma gravidez futura com óvulos de melhor qualidade.
Já a idade masculina, embora tenha um impacto menos acentuado que a feminina, ainda influencia significativamente a fertilidade e os resultados da reprodução assistida. Nesse sentido, a qualidade do esperma tende a diminuir à medida que os homens envelhecem, principalmente após os 40 anos. Esse declínio inclui redução na contagem de espermatozoides, piora da motilidade e aumento na fragmentação do DNA, fatores que dificultam a concepção.
Além disso, com o avanço da idade, os homens enfrentam um maior risco de mutações nos espermatozoides aumentando as chances de distúrbios genéticos nos filhos. Nesses casos, a reprodução assistida pode ser uma solução eficaz para minimizar os riscos e garantir uma gravidez mais segura e saudável.
Considerações psicológicas e emocionais
O processo de reprodução assistida é muitas vezes emocionalmente desafiador, portanto, o suporte psicológico é essencial para lidar com o impacto emocional desse momento. Pois além de enfrentar questões médicas, muitas pessoas se deparam com níveis elevados de estresse e ansiedade que afetam o resultado dos tratamentos.
Por isso, é importante contar com acompanhamento de um profissional que ajude a gerenciar as emoções e as expectativas em todas as etapas do tratamento. Além disso, o apoio psicológico também auxilia na comunicação entre os parceiros, fortalecendo o relacionamento e garantindo que ambos estejam alinhados em suas decisões. Isto é especialmente importante quando os tratamentos não apresentam sucesso imediato ou quando surgem obstáculos inesperados.
Além disso, práticas como terapia, técnicas de relaxamento e mindfulness são recomendadas para manter o equilíbrio emocional e a resiliência durante esse momento delicado.
Conclusão
Como vimos, saber qual o momento certo para considerar a reprodução assistida depende de diversos fatores e da situação de cada casal ou indivíduo. Nesse sentido, a idade, principalmente da mulher, as condições de saúde e o histórico reprodutivo são elementos que influenciam muito essa decisão. Por isso, buscar orientação médica especializada é essencial para obter um diagnóstico preciso e identificar as técnicas mais adequadas às suas necessidades.
O primeiro passo é agendar uma consulta com um especialista de RA para esclarecer dúvidas, entender as melhores abordagens e aumentar as chances de sucesso no tratamento.