Progesterona: entenda como o hormônio afeta a gravidez

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Sumário

A progesterona é um hormônio feminino, produzido pelos ovários, responsável por regular o ciclo menstrual da mulher e preparar o útero para receber e manter uma eventual gestação. Nesse sentido, ele é liberada a partir da ovulação, perto do 14º dia do ciclo menstrual, após a ação do hormônio luteinizante (LH). 

Dessa forma, os níveis de progesterona aumentam após a ovulação e mantêm-se altos caso exista uma gravidez. No entanto, se a fecundação não ocorrer, os ovários deixam de produzir progesterona e o revestimento do útero (endométrio) é destruído e eliminado naturalmente através da menstruação.

Assim, concluímos que a presença equilibrada de progesterona no corpo assegura a capacidade reprodutiva da mulher em idade fértil. Já a diminuição dos níveis normais deste hormônio pode resultar em problemas de fertilidade, gravidez ectópica ou abortos de repetição.

Qual é a função do hormônio?

Os hormônios são pequenas moléculas que viajam pela corrente sanguínea até chegarem a um órgão. Nesse sentido, a progesterona tem a função de interagir com o útero, a vagina, o colo do útero, as mamas, bem como o cérebro, os vasos sanguíneos e os ossos.

Dessa forma, associada à gravidez, a progesterona prepara o endométrio para a gestação e aciona este revestimento a ficar mais espesso para receber o óvulo fertilizado. Além disso, ela inibe as contrações musculares do útero, evitando a expulsão do embrião através de um aborto. Nesse sentido, a progesterona é fundamental para que o embrião sobreviva. Assim, nas mulheres gestantes, ela também ajuda as glândulas mamárias a se desenvolverem colaborando para a lactação.

Contudo, entre outras funções, a progesterona também auxilia o corpo feminino a utilizar a gordura como fonte energética. Além disso, ela ajuda na ação dos hormônios relacionados à tireoide, renova a libido, regula o sono, ajuda a manter a densidade óssea e diminui o risco de câncer de endométrio.

Confira resumidamente, no quadro abaixo, as funções da progesterona no corpo feminino:

Funções da progesterona no corpo feminino

Progesterona durante a menstruação

Vale ressaltar que os níveis de progesterona alternam de acordo com a ovulação. Sendo assim, no início do ciclo menstrual (durante a menstruação) o hormônio fica baixo e continua assim durante a fase folicular. 

Por outro lado, os índices de progesterona aumentam no meio da fase lútea. Se houver gravidez, a progesterona continuará sua produção, estimulando a formação de vasos sanguíneos no endométrio que alimentarão o feto em crescimento. Uma vez que a placenta se desenvolve, ela começa também a secretar progesterona, substituindo o corpo lúteo. Por esta razão, os níveis de progesterona permanecem elevados durante a gravidez, para que o corpo não produza mais óvulos.

Entretanto, se a concepção não acontecer durante a ovulação, o corpo lúteo se decompõe diminuindo os níveis de progesterona no organismo. Neste momento, encerra esta fase do ciclo e inicia a menstruação.

Veja no gráfico abaixo como a progesterona muda durante o ciclo menstrual:

gráfico da alteração de progesterona na gravidez

Progesterona alterada: quais são os sintomas e diagnóstico?

Como já observamos, os níveis de progesterona se alteram ao longo do ciclo menstrual. No entanto, as alterações de forma exagerada ou prolongada para mais ou para menos, podem indicar problemas no corpo feminino. Saiba o que pode significar cada uma delas:

Progesterona alta

A progesterona alta normalmente não é uma condição, mas consequência de outra alteração hormonal no corpo. Nesse sentido, caso não ocorra a fecundação, um nível elevado de progesterona, pode ser um indicativo de problemas como cisto no ovário, hiperfuncionamento de glândulas suprarrenais e câncer de ovário ou de endométrio.

Assim, dentre os sintomas comuns de mulheres que estão com seus níveis acima do normal, podem ser citados:

sintomas de progesterona mais elevada que o normal

Progesterona baixa

Caso os níveis de progesterona fiquem abaixo do normal, as mulheres podem ter dificuldades para engravidar porque o endométrio não é preparado para receber o óvulo fecundado. Além disso, mulheres com baixos níveis de progesterona e que conseguem engravidar correm maior risco de aborto espontâneo ou parto prematuro. Isto ocorre porque o hormônio ajuda a manter a gravidez. 

Conheça alguns sintomas que indicam o baixo nível de progesterona no corpo:

sintomas de progesterona abaixo do normal

Vale ainda ressaltar, que algumas condições como prolactina elevada, hipotireoidismo ou síndrome dos ovários policísticos (SOP) podem originar uma ovulação rara ou ausente, o que levaria a níveis baixos de progesterona. Nestes casos, a causa da progesterona baixa deve ter um diagnóstico e tratamento.

Progesterona na gravidez: entenda a relação

Como já abordamos, o papel da progesterona na gravidez é preparar o corpo inteiro da mulher para receber um outro ser vivo.

Nesse sentido, durante a gestação, a produção de progesterona ocorre inicialmente no corpo lúteo, uma estrutura que surge assim que o óvulo é liberado no ovário e que também tem a função de manter a placenta no seu período inicial. 

Além disso, a progesterona ajuda ainda a manter a gravidez, causa o relaxamento da musculatura do útero e por fim, auxilia no desenvolvimento das glândulas mamárias, necessárias para amamentação.

Entretanto, quando ocorre a deficiência da progesterona, pode acontecer falhas no processo de implantação do embrião. Dessa forma, pode haver prejuízo da fase inicial da gravidez, levando muitas vezes a abortos de repetição. 

Como diagnosticar a alteração da progesterona?

Para verificar se há alteração nos níveis de progesterona, é fundamental procurar um médico ginecologista ou endocrinologista que vai solicitar um exame de sangue laboratorial.

Sendo assim, os valores de referência utilizados por laboratórios são os seguintes:

  • Início do período menstrual: 1 ng/mL ou inferior;
  • Antes da ovulação: inferior a 10 ng/mL;
  • 7 a 10 dias depois da ovulação: superior a 10 ng/mL;
  • No meio do ciclo menstrual: 5 a 20 ng/mL;
  • Primeiro trimestre de gravidez: 11 a 90 ng/mL;
  • Segundo trimestre de gravidez: 25 a 90 ng/mL;
  • Terceiro trimestre de gravidez: 42 a 48 ng/mL.

Como corrigir os níveis de progesterona?

O tratamento para corrigir os níveis de progesterona normalmente acontece quando a quantidade do hormônio é mais baixa que o normal. Nesse sentido indica-se o uso de comprimidos de progesterona, como Utrogestan, principalmente no caso de mulheres com dificuldade para engravidar. Já nas grávidas com elevado risco de aborto, a progesterona normalmente é injetada diretamente na vagina, pelo obstetra ou ginecologista.

Sendo assim, na maioria dos casos, a ingestão deste tipo de medicamento acontece durante 10 dias seguidos e após o 17º dia do ciclo menstrual. A duração do tratamento e as doses dos medicamentos devem ter cálculos específicos para cada caso.

Já para as mulheres na menopausa, a reposição hormonal, apesar de ser polêmica, é ainda muito indicada para normalizar os índices dos hormônios no corpo.

Por esta razão, independente do caso, ter o acompanhamento médico é imprescindível para assegurar a saúde e o bom funcionamento do organismo como um todo.

Como aumentar os níveis de progesterona naturalmente?

Para as mulheres que optam por não tomar a progesterona sintética, existem alguns cuidados que podem ajudar a aumentar a concentração do hormônio produzido naturalmente pelo corpo. Veja quais são:

  • Tomar chá de cúrcuma, de tomilho ou orégano;
  • Aumentar a ingestão de alimentos ricos em vitamina B6, como bife de fígado, banana ou salmão;
  • Tomar um suplemento de magnésio, com orientação de um nutricionista;
  • Preferir alimentos com elevada quantidade de proteína;
  • Fazer uma alimentação rica em vegetais, fruta e legumes de folhas escuras, como espinafre.

Além disso, dar preferência para alimentos orgânicos também pode ajudar na produção de progesterona. Essa recomendação acontece uma vez que os químicos utilizados nos alimentos embalados podem prejudicar a capacidade do corpo para produzir hormônios.

Como métodos anticoncepcionais interferem na progesterona?

Os contraceptivos hormonais são métodos para prevenção da gravidez à base de formas sintéticas de hormônios femininos: o estrogênio e a progesterona. Alguns destes métodos combinam os dois hormônios, enquanto outros têm apenas progesterona. Nesse sentido, os contraceptivos podem agir de duas maneiras para evitar a gravidez:

  • Eles atuam para que os níveis da progesterona do corpo fiquem baixos e uniformes, inibindo o pico da ovulação. Dessa maneira, as mulheres não ovulam;
  • Engrossando o muco do colo do útero, dificultando a chegada do espermatozóide ao útero;

Além disso, eles podem ser tomados via oral, injetados, inseridos na vagina, aplicados em forma de adesivos ou implantados sob a pele. Veja mais detalhes sobre os tipos de contraceptivos hormonais:

  • Pílula oral: Existem vários tipos de pílulas, inclusive de uso contínuo;
  • Anel Vaginal: É um objeto de silicone que a mulher insere na vagina, onde os hormônios liberam-se lentamente para prevenção da gravidez. O anel, portanto, deve ficar no lugar por três semanas contínuas. Na sequência, deve ser retirado para ocorrer a menstruação;
  • Adesivo anticoncepcional: Com aspecto semelhante a um curativo, o adesivo é colocado no corpo e os hormônios são absorvidos através da pele. Utiliza-se em esquema semelhante ao anel vaginal: três semanas com e uma semana sem o adesivo;
  • Anticoncepcional injetável: Aplica-se uma injeção a cada um ou três meses, dependendo do tipo. Contudo, quando se interrompem as injeções, a fertilidade pode demorar até sete meses para voltar;
  • Implantes contraceptivos – É um pequeno bastão implantado pelo médico sob a pele, na parte inferior do braço, que libera progesterona. O procedimento é rápido, feito com anestesia local e é eficaz por até três anos.

Estrogênio e progesterona: conheça as diferenças

Os principais hormônios sexuais femininos são o estrogênio e a progesterona, produzidos principalmente pelos ovários (sob o comando da hipófise) durante a fase reprodutiva da mulher. Nesse sentido, eles são fundamentais para a puberdade e desenvolvimento das características sexuais femininas como o crescimento das mamas, pelos pubianos, contornos do corpo e pela fertilidade da mulher.

Todavia, apesar de atuarem conjuntamente no corpo feminino, eles possuem funções diferentes. Saiba mais sobre cada hormônio:

Estrogênio: É o principal hormônio feminino. Ele promove o desenvolvimento das características sexuais da mulher, além de ser responsável pelo crescimento do útero, tamanho de músculos, mamas, glândulas e coxas.

Na adolescência, o estrogênio é o hormônio de maior importância. Nesse sentido, é ele quem define as características dos órgãos sexuais femininos (pilificação, mamas, vagina), além de ser o responsável pela feminilidade da mulher como o brilho do cabelo, a textura da pele e o timbre de voz.    

Progesterona: Hormônio que regula o ciclo menstrual, ajuda na formação do embrião e dá viabilidade à gestação. Contudo, sua principal função está relacionada com o preparo do endométrio para o recebimento e manutenção do embrião. Dessa forma, se a mulher tiver alguma deficiência neste hormônio durante a fase reprodutiva, ela pode ter dificuldade para engravidar.

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