Pólipo uterino é um tecido anormal que se forma na parte interna do útero. Nesse sentido, dependendo do tamanho e da sua localização, pode trazer alguns sintomas e dificuldades para a mulher engravidar.
No texto abaixo vamos explicar o que causa os pólipos, quais os sintomas e os possíveis tratamentos para a retirada das lesões.
O que é pólipo uterino?
O pólipo uterino, também chamado de pólipo endometrial, consiste em crescimento hiperplásico das glândulas endometriais (camada interna do útero) e de seu estroma (células ao redor das glândulas), ao redor de vasos, formando uma projeção a partir da superfície do endométrio.
Dessa forma, são lesões que podem ser únicas ou múltiplas e ter poucos milímetros ou vários centímetros, sendo que a quantidade de pólipos, o tamanho e a localização é que vão definir a gravidade do problema. Os pólipos uterinos podem ser endocervicais ou endometriais.
Pólipos Endocervicais: são lesões benignas que surgem no canal do colo do útero e o sintoma mais prevalente é o sangramento após a relação sexual;
Pólipos Endometriais: são localizados no endométrio e que na grande maioria das vezes são benignos, com baixo potencial de malignidade. Podem ocorrer em todas as idades, mas são raros entre as mulheres com menos de 20 anos, no entanto, sua incidência aumenta progressivamente com o aumento da idade, atingindo sua máxima incidência na quinta década de vida, e regredindo gradualmente após a menopausa.
Sintomas do pólipo uterino
Em muitas situações os pólipos uterinos são assintomáticos e as pacientes só vão saber do problema em exames de rotina. Entretanto, quando há sintomas costumam ser percebidos nas seguintes situações:
- Aumento do fluxo sanguíneo;
- Sangramentos vaginais entre as menstruações (escapes menstruais) e após relações sexuais;
- Sangramento vaginal após a menopausa;
- Se o pólipo endometrial causar grande distorção da cavidade uterina pode causar infertilidade (mas ainda é controverso);
- Pode estar associado ao mau prognóstico gestacional, como aborto (mas ainda é controverso).
O que o pólipo uterino pode causar?
Como já vimos, na maioria das vezes o pólipo uterino está associado a situações benignas de sangramentos, como aumento do fluxo menstrual ou escapes entre as menstruações.
Sugere-se que a remoção histeroscópica de pólipos endometriais possa aumentar a taxa de gravidez em mulheres submetidas aos tratamentos de reprodução assistida. Assim, considerando-se estes dados e outras evidências de que a distorção da cavidade uterina possa diminuir a taxa de gestação, recomenda-se a remoção dos pólipos endometriais antes de um ciclo de FIV.
No entanto, não há a comprovação das repercussões desta anomalia sobre os aspectos funcionais da fertilidade. Quando um pólipo endometrial é diagnosticado em uma paciente com dificuldades para engravidar ou com abortos de repetição, a terapia cirúrgica com remoção, ou correção destas afecções deve ser considerada, pois os pólipos podem atuar como uma barreira física dificultando a implantação do embrião no endométrio e causando infertilidade feminina.
Sendo assim, como a doença muitas vezes é assintomática, é fundamental que as mulheres façam exames de rotina para avaliar os órgãos reprodutivos.
Pólipo uterino pode virar câncer?
É importante ressaltar que os pólipos uterinos de forma geral são benignos e, portanto, não são perigosos. Porém 3% acabam, sim, evoluindo para quadros de câncer. No entanto, essas situações geralmente acometem pacientes com mais de 60 anos.
Pólipo uterino: diagnóstico da doença
Em muitos casos, os pólipos uterinos podem ser detectados a partir de um ultrassom transvaginal. Nesse sentido, o melhor período para realizar o exame é entre o 6º e o 12º dia do ciclo menstrual, quando o endométrio está trilaminar, e a sensibilidade da ultrassonografia aumenta.
Porém, o mais indicado para o diagnóstico de pólipos uterinos é a histeroscopia. O procedimento ginecológico é realizado com um aparelho chamado histeroscópio que permite a visualização do interior da cavidade uterina com mais precisão. Nesse sentido, esse exame consegue avaliar e classificar alterações endocervicais e endometriais. Assim é possível enxergar com clareza se há pólipos, miomas, endometrite, adenomiose, sinéquias, malformações, entre outros.
Pólipo uterino: principais tratamentos
O tratamento de pólipos uterinos consiste na realização de uma histeroscopia cirúrgica, procedimento feito em um hospital, já que exige a internação da paciente por algumas horas.
Desta forma, na cirurgia os pólipos são retirados e enviados para biópsia com objetivo de saber se há presença de alguma célula anormal. A partir desse estudo, será possível determinar as características do pólipo e definir os próximos passos do tratamento.
Confira os cuidados para o pré e pós operatório:
Pré-operatório
A histeroscopia cirúrgica é um procedimento de baixa complexidade, por isso não exige nenhum tipo de cuidado da paciente no período pré-operatório.
Pós-operatório
Após a operação, é necessária a interrupção de relações sexuais nos primeiros dias depois da cirurgia.
Quando a cirurgia de pólipo uterino é indicada?
A indicação de cirurgia para pólipos uterinos vai depender de alguns fatores como a idade da paciente, o desejo de engravidar, assim como o tamanho, quantidade de pólipos e sintomas associados.
Sendo assim, se a paciente é jovem e possui um pólipo pequeno, sem indício de malignidade, a abordagem do médico pode ser apenas o acompanhamento ginecológico periódico.
Entretanto, se a mulher quer engravidar, tem muitos pólipos, ou a lesão é grande ou ainda possui a suspeita de câncer, a cirurgia é o tratamento mais indicado.
Vale ressaltar que apenas o médico ginecologista poderá confirmar o quadro e definir o tratamento adequado.
Como prevenir o pólipo uterino?
Ainda não se sabe ao certo as causas dos pólipos uterinos, apenas que podem estar associados à tendência genética, alterações hormonais ou traumas preexistentes na camada interna do útero. Por esta razão, não existe prevenção, e o único cuidado possível é manter a rotina ginecológica em dia, consultando um especialista regularmente.
Desta forma, as mulheres conseguem evitar lesões ginecológicas mais graves podendo iniciar o tratamento em tempo hábil, em casos de pólipos ou outras alterações.
Pólipo uterino e a infertilidade: entenda as relações
A mulher diagnosticada com pólipos uterinos e que almeja engravidar precisa passar pelo procedimento cirúrgico, pois a presença das lesões durante a gravidez pode aumentar o risco de aborto espontâneo e falha de implantação.
No entanto, vale ressaltar que esses casos necessitam de cuidados específicos. Durante a histeroscopia, a ressecção dos pólipos é feita de maneira muito delicada, visando atingir somente os nódulos e garantir o menor trauma possível na cavidade endometrial.
Assim, um mês após a cirurgia, a paciente em casos selecionados pode ser submetida a uma nova histeroscopia diagnóstica, com o objetivo de avaliar se a cicatrização ocorreu de forma adequada e se o útero está preparado para uma gravidez.
Em casos mais sérios, é indicado à paciente procurar um especialista em fertilidade. Desta forma, através de técnicas de reprodução assistida como a Fertilização In Vitro (FIV) é possível realizar o sonho da maternidade com mais segurança e tranquilidade.
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