Perimenopausa: tudo o que você precisa saber sobre este período de transição

Sumário

Você já ouviu falar em perimenopausa? Sabe o que é? Para entender o que esta palavra representa vamos analisar sua etimologia: “peri” do grego significa “ao redor de”, “a cerca de”.  Assim, a perimenopausa é uma etapa inevitável da vida de todas as mulheres que antecede a menopausa causando mudanças físicas e emocionais. 

No texto a seguir vamos abordar este tema explicando o que é a perimenopausa, suas causas, sintomas e possíveis tratamentos. Iremos mostrar o que ocorre nesta fase que marca o fim da jornada reprodutiva  feminina.  

Boa leitura!

O que é perimenopausa?

A perimenopausa é o período de transição natural entre a idade fértil feminina e a menopausa quando determina o fim dos anos reprodutivos da mulher.  Também chamada pré-menopausa, esta etapa da vida é marcada por importantes flutuações hormonais que impactam fortemente o corpo da mulher.

Nesse sentido, uma das principais alterações é a produção inconstante de estrogênio pelos ovários, cujos níveis aumentam e diminuem de forma instável. Como esse hormônio controla o ciclo menstrual da mulher, sua oscilação reflete em menstruações irregulares.

Embora apresentem sintomas semelhantes, a perimenopausa e a menopausa são etapas diferentes do envelhecimento feminino.  Assim, a perimenopausa é uma fase transitória quando a produção de estrogênio começa a diminuir, mas a menstruação ainda ocorre. Já a menopausa é definitiva, marcando o fim da fertilidade. 

É importante ressaltar que o início da perimenopausa e sua duração variam de mulher para mulher. Em média, ela ocorre por volta dos 40 anos, mas algumas pessoas já notam mudanças aos 30 anos. Da mesma forma, esta etapa pode durar meses ou anos, sendo que seu fim ocorre após  12 meses consecutivos sem menstruação quando chega a menopausa. 

Sinais e sintomas da perimenopausa

A perimenopausa é um processo natural decorrente principalmente de oscilações  hormonais que tendem a provocar diferentes sintomas. É importante ressaltar que as manifestações e suas intensidades variam de mulher para mulher.

Veja os sintomas mais relatados pelas pessoas que passam pela perimenopausa:

Ciclos menstruais irregulares

As menstruações se tornam mais leves ou mais intensas, com frequência variada. Além disso, os períodos podem ser espaçados, com maior ou menor sangramento, até que eventualmente terminem por completo.

Ondas de calor

Também chamados de fogachos, é comum a sensação súbita de calor intenso, no rosto e na cabeça, que se espalha para o resto do corpo. Muitas vezes essas ondas são acompanhadas de sudorese e causam bastante desconforto.

Diminuição da libido

A diminuição ou falta de libido é uma das queixas mais frequentes entre as mulheres na perimenopausa.  Isto normalmente é resultado da diminuição dos hormônios testosterona, estrogênio e progesterona comum nesta fase da vida da mulher.

Atrofia urogenital

Um sintoma recorrente nas mulheres que estão na perimenopausa é a diminuição da lubrificação, causando secura vaginal que pode levar à dor na relação sexual, e incontinência urinária de esforço, quando perde urina ao tossir, por exemplo.  Além disso, outro relato comum é o aumento das infecções urinárias e da necessidade de urinar.

Distúrbios do sono

Outra queixa da perimenopausa é alteração do sono. Muitas mulheres reclamam de problemas para dormir, insônia e despertares frequentes.

Mudanças de humor

O aumento da irritabilidade, depressão e ansiedade também fazem parte dos sintomas de muitas mulheres durante a perimenopausa.

Perda de densidade óssea

Nesta fase da vida, o corpo das mulheres perde massa óssea mais rápido do que a recupera, aumentando assim o risco de osteoporose.

Aumento de peso 

A perimenopausa pode impactar também na facilidade de ganhar peso e na distribuição da gordura pelo corpo. 

Diminuição da fertilidade

Como a ovulação na perimenopausa se torna menos regular, as chances de engravidar nessa fase são bem menores.

Outros sintomas

Algumas pessoas também têm dor de cabeça frequente, queda de cabelo, unhas quebradiças, dores musculares e  cãibras.

Causas da perimenopausa

Como vimos, um dos principais acontecimentos na perimenopausa é a instabilidade hormonal responsável por grande parte dos desagradáveis sintomas.  Nesse sentido, um dos “vilões” é a diminuição do estrogênio, hormônio crucial no ciclo reprodutivo mensal que passa a acontecer de forma instável e irregular. 

Além disso, outros hormônios fundamentais para o ciclo menstrual como a progesterona e o FSH, que estimulam a libertação de óvulos, também sofrem alterações. 

Mas não são apenas os hormônios que impactam na perimenopausa. Outros fatores como a genética também desempenham um papel significativo no início e na duração do quadro. Desta forma, a idade em que uma mulher começa a perimenopausa pode ser influenciada pela idade em que sua mãe ou irmãs mais velhas entraram nessa fase. Assim, pessoas com histórico familiar de menopausa precoce têm mais chances de passar pelo mesmo processo.

É preciso ressaltar também que condições de saúde como doenças autoimunes ou tratamentos de quimioterapia podem desencadear uma perimenopausa precoce.

E ainda, vale lembrar que hábitos de vida como tabagismo, estresse e peso corporal, também podem influenciar o início da perimenopausa.

Diagnóstico da perimenopausa

O diagnóstico da perimenopausa é normalmente feito com base nos sintomas relatados, no histórico médico e nos testes hormonais. Entretanto, como os níveis hormonais são flutuantes, eles podem não ser definitivos.

Veja o que o médico leva em conta para fazer o diagnóstico de perimenopausa:

Revisão dos Sintomas

O médico analisa os sintomas como irregularidades nas menstruações, se a paciente apresenta ondas de calor, suores noturnos, insônia, e variações de humor. Desta forma, um relato dos sintomas típicos da perimenopausa é fundamental para fazer um diagnóstico  preciso.

Histórico Médico

Saber o histórico médico detalhado é crucial para chegar ao diagnóstico de perimenopausa. Nesse sentido, o médico vai perguntar sobre a regularidade dos ciclos menstruais e se há casos de menopausa precoce na família. Além disso, vai investigar as condições médicas da paciente,  se toma algum medicamento, bem como, se fez cirurgia ginecológica anteriormente. 

Exame Físico

Um exame físico geral, incluindo o ginecológico, pode ser realizado para avaliar a saúde reprodutiva da mulher e excluir outras condições que possam estar causando os sintomas.

Testes Hormonais

Os testes hormonais podem ser solicitados  para medir as taxas de hormônios como o estrogênio e o hormônio folículo-estimulante (FSH). Nesse sentido, na perimenopausa os níveis de FSH tendem a subir devido à diminuição da produção de estrogênio pelos ovários. No entanto, esses níveis podem flutuar, e assim, fazer um único teste pode não ser conclusivo.

Teste de Gravidez

Para mulheres que ainda menstruam, especialmente se houver irregularidades menstruais, o médico pode solicitar também um teste de gravidez  para excluir essa possibilidade 

Exclusão de Outras Condições

Para fechar o diagnóstico,  o médico pode pedir mais exames para descartar outras condições médicas como problemas de tireóide, diabetes ou outras desordens hormonais com  sintomas semelhantes. 

Tratamentos e cuidados durante a perimenopausa

A perimenopausa não é uma doença, mas uma etapa transitória na vida das mulheres. Por isso, os tratamentos não visam a cura e sim aliviar os sintomas através de diferentes abordagens, incluindo terapias hormonais e alternativas naturais. 

Nesse sentido, uma das alternativas é a terapia hormonal (TH) através do uso de estrogênio e, em alguns casos, progesterona. A reposição desses hormônios tendem a reduzir os fogachos e suores noturno, e ajudam a prevenir a perda óssea. Outra escolha pode ser o uso da pílula contraceptiva que também pode ajudar a regular os níveis hormonais.

Entretanto, a terapia hormonal pode não ser indicada para todas as mulheres,    especialmente para quem tem  histórico de certos tipos de câncer ou doenças cardiovasculares. Por isso, é muito importante o acompanhamento médico que vai avaliar os benefícios e os riscos do tratamento

Para as mulheres que não podem utilizar hormônios ou preferem alternativas naturais, existem algumas opções que podem ajudar a aliviar os sintomas. Entre eles os suplementos como fitoestrógenos encontrados em alimentos como soja, linhaça, erva-de-são-cristóvão entre outros.

E dependendo do caso, outros tratamentos podem ser necessários, como uso de  antidepressivos para alterações de humor e depressão, cremes lubrificantes e/ou hidratantes vaginais para atenuar a secura vaginal. 

Importância da Alimentação Balanceada e Exercícios Físicos

Uma atitude importante para quem está na perimenopausa é manter uma alimentação equilibrada rica em frutas, vegetais, proteínas magras, e grãos integrais. Esses alimentos ajudam a minimizar alguns sintomas e melhoram a saúde geral. 

Além disso, evitar alimentos processados, açúcares refinados e cafeína e álcool em excesso também contribui para reduzir os sintomas​ da perimenopausa. 

Vale lembrar que a ingestão adequada de cálcio e vitamina D é particularmente importante para a saúde óssea, prevenindo a osteoporose.

E para completar o tratamento da perimenopausa, é indicado a prática de atividade física regularmente. Isto porque exercícios como caminhada, natação, ioga e musculação ajudam a manter o peso, fortalecem os ossos e combatem a insônia e o estresse. 

Técnicas de Manejo do Estresse e Saúde Mental

A gestão do estresse é vital para manter a saúde mental durante a perimenopausa. Técnicas como meditação, respiração profunda, e mindfulness podem ajudar a reduzir a ansiedade e melhorar a qualidade do sono. Terapias como a terapia cognitivo-comportamental podem ser úteis para lidar com mudanças de humor e depressão.​ 

Manter conexões sociais fortes e buscar apoio emocional também é importante. Assim, participar de grupos de apoio ou conversar com amigos e familiares pode proporcionar sentimento de compreensão e alívio. Em alguns casos, a consulta com um terapeuta ou conselheiro pode ser benéfica para promover o bem-estar mental​. 

Adaptações no estilo de vida para aliviar os sintomas

A perimenopausa envolve tanto aspectos físicos quanto psicológicos, e assim, as variações hormonais podem desencadear alterações de humor, ansiedade e até depressão.  Além disso, muitas mulheres sofrem emocionalmente em ter que lidar com o fim da fertilidade e com as mudanças que ocorrem no corpo nesta etapa da vida.

Não é fácil. Portanto, contar com apoio emocional seja de profissionais da área da saúde, de amigos ou familiares é fundamental para viver melhor esta fase. 

Mitos e verdades sobre a perimenopausa

A perimenopausa, é marcada por mitos e desinformação, por isso,  muitas mulheres passam por esse período sem compreender totalmente as mudanças que ocorrem em seus corpos. Desta forma, para esclarecer suas dúvidas é importante conversar com um especialista e buscar informações confiáveis, baseadas em evidências científicas.

Veja alguns dúvidas mais comuns sobre perimenopausa:

1.As mulheres podem engravidar durante a perimenopausa?

Apesar da fertilidade diminuir devido ao desequilíbrio hormonal que impacta na ovulação, ainda é possível engravidar durante a perimenopausa. Portanto, se a mulher não quiser ter mais filhos é importante continuar utilizando métodos contraceptivos até chegar à menopausa.

2.Perimenopausa e menopausa são a mesma coisa?

Não. Embora as duas apresentem sintomas similares, são fases distintas da vida da mulher. Neste sentido, a perimenopausa é marcada pela variação hormonal e mudanças no ciclo menstrual, enquanto a menopausa é o ponto final da menstruação e encerra a  etapa reprodutiva feminina.

3. Quanto tempo dura a perimenopausa?

A duração da perimenopausa varia de mulher para mulher, podendo levar alguns meses ou anos. Entretanto,  em média, a perimenopausa dura cerca de 4 anos.

4. É normal ganhar peso durante a perimenopausa?

Sim. Muitas mulheres experimentam um ganho de peso, especialmente na região abdominal. Isso pode ser resultado de mudanças hormonais, além de fatores como envelhecimento, diminuição da atividade física e alterações no metabolismo.

 5. A perimenopausa afeta a vida sexual? 

Embora varie de mulher para mulher, alguns sintomas da perimenopausa como ressecamento vaginal, diminuição da libido, irritabilidade e alterações do humor podem afetar a vida sexual feminina.,

Entretanto, há tratamentos como hidratantes vaginais, terapia de reposição hormonal local, entre outros, que podem ajudar a aliviar os sintomas. 

Como buscar suporte e informação

Navegar pela perimenopausa pode ser um desafio, e assim, ter suporte e  informações confiáveis faz toda a diferença. Desta forma, é fundamental conversar com profissionais da saúde como ginecologistas, endocrinologistas, entre outros, que podem fazer diagnósticos precisos, monitorar mudanças hormonais e sugerir tratamentos personalizados. 

Além disso, é muito importante  contar também com apoio emocional já que a perimenopausa pode afetar a saúde mental. Com a ajuda certa é possível enfrentar essa fase com mais confiança e tranquilidade. Nesse sentido, outra opção é participar de grupos de apoio,  presenciais ou online que possibilitam compartilhar experiências, dúvidas e obter mais suporte afetivo. 

E para aquelas pessoas que buscam ainda mais informações sobre a perimenopausa, há sites, blogs, podcasts e outras fontes que tratam do assunto. Porém atenção: é importante recorrer a fontes confiáveis e oficiais para obter conteúdo atualizado e realmente esclarecedor.

Conclusão

Como vimos, a perimenopausa é o período de transição que precede a menopausa, geralmente começando entre os 40 e 44 anos, mas podendo ocorrer bem mais cedo.. Durante essa fase, as mulheres experimentam uma série de sintomas devido às flutuações hormonais, como irregularidade menstrual, ondas de calor, suores noturnos, mudanças de humor e secura vaginal. 

É importante buscar  suporte médico para um diagnóstico preciso e tratamento adequado, especialmente se os sintomas estiverem afetando a qualidade de vida. Participar de grupos de apoio e acessar informações confiáveis também são estratégias úteis para enfrentar essa fase com mais tranquilidade.

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