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Otosclerose e gravidez: entenda os riscos e cuidados essenciais

A otosclerose é uma doença que afeta a audição devido ao crescimento anormal dos ossículos do ouvido médio, especialmente o estribo, o que pode levar à perda auditiva progressiva. Embora a condição seja relativamente comum, muitas mulheres diagnosticadas com otosclerose têm dúvidas sobre como a doença pode impactar a fertilidade ou a gravidez.

Será que a otosclerose interfere na capacidade de engravidar? A gestação pode agravar a perda auditiva? Existe algum risco para o bebê? A otosclerose piora na gravidez? Essas são questões frequentes entre pacientes e especialistas. Neste artigo, vamos esclarecer as dúvidas com base em estudos científicos e relatos de casos reais, trazendo informações seguras para quem enfrenta esse problema e deseja planejar uma gestação com tranquilidade. Boa leitura!

O que é otosclerose e como ela afeta a audição?

A otosclerose é uma doença caracterizada pelo crescimento anormal de tecido ósseo no ouvido médio. Desta forma, ela afeta principalmente o estribo, um dos três pequenos ossos responsáveis pela transmissão do som até o ouvido interno. Nesse processo, a otosclerose  compromete a movimentação dos ossículos e dificulta a condução das vibrações sonoras, levando a uma perda auditiva progressiva.

A condição tem causas multifatoriais, sendo a predisposição genética um dos principais fatores de risco. Distúrbios imunológicos, alterações hormonais e infecções virais também são possíveis causas da doença.

Quem tem otosclerose pode engravidar?

Como vimos, a otosclerose é uma doença que afeta a audição, mas não interfere em nada na fertilidade, ou seja, mulheres com a condição podem engravidar normalmente. Entretanto, embora não exista relação entre otosclerose e fertilidade, as alterações hormonais na gestação podem acelerar a progressão da perda auditiva, especialmente em pacientes que já apresentam sintomas avançados da doença.

Por isso, é fundamental contar com o acompanhamento de um otorrinolaringologista e de um obstetra para avaliar os riscos individuais. Desta forma, é possível adotar estratégias que minimizem eventuais impactos na audição durante a gestação.

A otosclerose piora na gravidez?

Nem sempre, em algumas mulheres, a otosclerose pode piorar durante a gravidez devido às alterações hormonais, especialmente pelo aumento dos níveis de estrogênio e progesterona. Esses hormônios podem influenciar o metabolismo ósseo e agravar a fixação do estribo, intensificando a perda auditiva.

Nesse sentido, estudos médicos indicam que a progressão da doença é mais comum em gestantes com predisposição genética ou quadros avançados da otosclerose. No entanto, algumas grávidas descreveram uma melhora parcial da audição após o parto, possivelmente devido à estabilização dos níveis hormonais. Ainda assim, o acompanhamento médico é essencial para monitorar a evolução da doença e avaliar possíveis intervenções.

O tratamento para a otosclerose é seguro durante a gravidez?

Para quem tem otosclerose, os médicos podem indicar uso de aparelhos auditivos, medicamentos e cirurgia, sendo a estapedectomia o procedimento mais comum para restaurar a audição. Entretanto, no tratamento para otosclerose na gravidez algumas opções podem ser contraindicadas.

Nesse sentido, medicamentos como os bifosfonatos, usados para estabilizar a progressão da doença, não são recomendados para gestantes devido aos possíveis efeitos no desenvolvimento fetal. Já a cirurgia geralmente é adiada para depois do parto, pois a anestesia e o procedimento em si podem apresentar riscos adicionais durante a gestação, além de ainda não se saber o comprometimento da gestação na evolução da doença.

Diante disso, a indicação é que mulheres grávidas com otosclerose realizem um acompanhamento médico cuidadoso. O especialista poderá avaliar o grau de perda auditiva e definir a melhor abordagem para minimizar impactos na audição sem comprometer a saúde materna e fetal.

A otosclerose pode impactar tratamentos de fertilização in vitro (FIV)?

Qual a relação entre a otosclerose e FIV? Embora a otosclerose não afete diretamente a fertilidade, tratamentos de fertilização in vitro (FIV) podem influenciar a progressão da doença devido ao uso de hormônios. Durante a FIV, há um aumento significativo dos níveis de estrogênio, o que pode intensificar a perda auditiva em algumas pacientes.

Desta forma, mulheres com otosclerose que optam pela FIV devem adotar precauções específicas, como o acompanhamento regular da audição antes, durante e após o tratamento. Em alguns casos, o otorrinolaringologista pode recomendar ajustes na abordagem terapêutica para minimizar possíveis impactos.

Por isso, é essencial que o tratamento seja conduzido de forma integrada, com a colaboração entre especialistas em reprodução assistida e otorrinolaringologistas, garantindo mais segurança para a paciente durante todo o processo.

Caso famoso: Adriane Galisteu e a otosclerose

​A apresentadora Adriane Galisteu revelou, em agosto de 2024, ter sido diagnosticada com otosclerose, uma doença autoimune que afeta os ossos do ouvido interno e pode levar à perda auditiva progressiva. Ela compartilhou que essa condição a fez perder 60% da audição e influenciou sua decisão de não tentar uma nova gravidez, pois as alterações hormonais durante a gestação poderiam agravar o quadro.

Galisteu descreveu os desafios enfrentados devido à doença, incluindo episódios de tontura e zumbido constantes, mencionando que, ocasionalmente, ouve um “apito” e que “você não se acostuma nunca com isso”. 

Inicialmente, ela escondeu o diagnóstico até mesmo do marido, sentindo-se envergonhada e associando a condição ao envelhecimento. Com o tempo, ao compartilhar sua experiência, encontrou apoio de outras mulheres que enfrentam a mesma doença, ressaltando a importância de discutir o assunto abertamente. 

Em um post do instagram da clínica Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, foi destacada a experiência da apresentadora com a doença, trazendo visibilidade ao tema e ajudando a conscientizar outras mulheres sobre seus impactos.

Conclusão

A otosclerose é uma condição que afeta a audição de muitas pessoas, podendo ser desafiadora em diversos aspectos. Embora a doença possa levar a uma perda auditiva progressiva, ela não impede a gravidez. Entretanto, é fundamental que gestantes ou mulheres que planejam engravidar consultem um especialista, pois mudanças hormonais podem agravar a audição em casos de otosclerose.

O tratamento adequado, seja com aparelhos auditivos ou procedimentos médicos, pode ajudar a controlar a progressão da doença, permitindo que a gestação ocorra de forma segura e tranquila.

Consultar um especialista é essencial para definir um plano de cuidados personalizado, garantindo o bem-estar da mãe e do bebê , e uma jornada de maternidade saudável e consciente.

10 perguntas que não posso deixar de fazer ao especialista em fertilidade!

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