Formar uma família é um desejo legítimo para todas as pessoas. Nesse sentido, quando falamos sobre não-binários e reprodução assistida, é importante reconhecer que a identidade de gênero não define nem limita a vontade ou a capacidade de gerar uma vida. Assim, a reprodução assistida para pessoas não-binárias é uma realidade possível e merece ser discutida com acolhimento, respeito e informação.
Se você está em busca de detalhes sobre reprodução sendo uma pessoa não-binária, este texto foi pensado para responder suas dúvidas e oferecer orientações.
Na Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, acreditamos que o cuidado começa pelo respeito. Nossa equipe atua com uma abordagem inclusiva, acolhedora e sensível às diferentes vivências de gênero, reafirmando o compromisso com um atendimento ético, livre de julgamentos e focado na pessoa.
Para entender melhor como funciona esse processo, sugerimos começar pelo nosso conteúdo o que é reprodução assistida, que explica as principais técnicas de tratamentos utilizadas.
Além disso, neste artigo, vamos explorar as possibilidades clínicas para quem deseja engravidar e os impactos que os tratamentos hormonais podem ocasionar. Da mesma forma, vamos falar sobre os cuidados com a saúde emocional e o papel essencial do acolhimento em todas as etapas do processo. Boa leitura!
O que significa ser uma pessoa não-binária e por que isso importa nos cuidados reprodutivos
O gênero não binário, representado pela letra “N” na sigla LGBTQIAPN+, diz respeito a identidades que não se enquadram nas classificações tradicionais de masculino ou feminino. Pessoas não binárias podem não se identificar com nenhum desses dois gêneros, transitar entre eles, combiná-los ou se reconhecer em uma identidade única. Segundo o portal Educa Mais Brasil – Identidade de gênero, é a maneira como a pessoa se percebe, o que pode ou não coincidir com o sexo atribuído no nascimento.
Dentro do “guarda chuva” não binário podemos identificar gênero-fluido, agênero, bigênero e demigênero, que refletem a complexidade e a riqueza das vivências não binárias. Cada uma dessas expressões representa uma forma singular de se relacionar com o corpo, com o mundo e com a própria existência. Além disso, muitas pessoas não-binárias escolhem usar pronomes neutros, como elu/delu, ou neopronomes, como uma maneira de afirmar quem são e de serem reconhecidas com respeito e sensibilidade.
No contexto da reprodução assistida, a Dra. Daiane Pagliarin, especialista em reprodução assistida, enfatiza a importância de lembrar que pessoas não-binárias podem ter útero, ovários, testículos ou outras estruturas biológicas que possibilitam sua participação nos processos reprodutivos. Ignorar essa realidade resulta em atendimentos inadequados e experiências de exclusão. É nesse cenário que o acolhimento na reprodução assistida se mostra indispensável para garantir um cuidado mais ético, inclusivo e centrado na pessoa.
Assim, reconhecer e respeitar a identidade de cada pessoa, incluindo o uso correto de nomes e pronomes, é um passo fundamental para tornar os cuidados na saúde reprodutiva não-binária mais acolhedora, humana e segura. Essa postura fortalece vínculos, melhora a qualidade do atendimento e pode impactar positivamente os resultados dos tratamentos reprodutivos.
Para saber mais sobre essa e outras identidades de gênero, acesse:
Significado LGBTQIAPN+ e Não binário
Fertilidade e anatomia reprodutiva: o que é possível para pessoas não-binárias
É importante esclarecer que a fertilidade está diretamente relacionada à anatomia reprodutiva e a produção hormonal adequada e não à identidade de gênero de cada pessoa. Por isso, os caminhos da reprodução assistida devem considerar cada corpo e cada história de forma individualizada e respeitosa.
Assim como um homem trans pode engravidar se possuir útero e ovários, pessoas não-binárias também podem engravidar, doar óvulos ou doar sêmen. Isso depende de suas características reprodutivas e das decisões tomadas ao longo da vida, como o uso de hormônios ou a realização de cirurgias.
Entre os procedimentos possíveis, destacam-se:
- Fertilização in vitro (FIV): técnica em que óvulos e espermatozoides são coletados e fertilizados em laboratório. O embrião em fase de blastocisto é então transferido para o útero.
- Inseminação artificial: introdução dos espermatozoides diretamente no útero em um momento próximo à ovulação, facilitando a fecundação de forma menos invasiva.
- Congelamento de óvulos ou sêmen: permite preservar os gametas para uso futuro. Realizado antes de tratamentos hormonais para transição de gênero ou cirurgias que possam afetar a fertilidade.
Essas alternativas ampliam as possibilidades de planejamento familiar para pessoas não-binárias. No entanto, mais do que oferecer tecnologia, os serviços de saúde devem garantir respeito e empatia, reconhecendo a diversidade de quem busca realizar o sonho da parentalidade.
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Terapias hormonais e seus efeitos sobre a fertilidade
Algumas pessoas não-binárias optam por realizar terapias hormonais, com o uso de testosterona ou estrogênio, como parte de seu processo de alinhar seu corpo com sua identidade de gênero, reduzindo o desconforto ou sentimento negativo, para assim afirmar sua expressão de gênero. Essas terapias são importantes para a saúde mental, mas podem afetar a fertilidade, o que torna essencial discutir esse tema com clareza e sem alarmismo.
Nesse sentido, o uso de hormônios pode alterar a função dos ovários ou dos testículos e, com o tempo, reduzir ou suspender a produção de óvulos ou espermatozoides. No entanto, a Dra. Daiane Pagliarin destaca que isso não significa uma perda automática da fertilidade. Em muitos casos, ainda é possível recuperar a função reprodutiva com a suspensão temporária da terapia, especialmente se houver acompanhamento médico adequado. Por isso, é fundamental que os tratamentos de fertilidade para não-binários sejam conduzidos com sensibilidade, conhecimento técnico e respeito à individualidade de cada pessoa.
Assim, falar sobre fertilidade e identidade de gênero é necessário para garantir que as decisões sejam tomadas com autonomia e respeito. Desta maneira é imprescindível avaliar o melhor momento para preservar gametas, preferencialmente antes do início do uso de hormônios, ou até mesmo durante o processo, se for clinicamente viável. Essa decisão deve ser tomada de forma clara e respeitosa, levando em conta os planos de vida, os impactos emocionais e as possibilidades técnicas envolvidas.
Desta forma, o aconselhamento profissional tem um papel extremamente importante nesse processo. Através dele, a pessoa recebe orientações individualizadas sobre os efeitos da hormonioterapia, as alternativas de preservação da fertilidade e os caminhos possíveis para ter filhos no futuro.
De acordo com a Dra. Daiane é importante lembrar que a escolha de fazer ou não a preservação de gametas é pessoal e deve ser sempre respeitada. O mais importante é garantir que as pessoas não-binárias tenham acesso à informação de qualidade e ao cuidado humanizado para tomar decisões conscientes sobre seus corpos e seus projetos de futuro.
Cuidados médicos e psicológicos no processo de reprodução assistida para pessoas não-binárias
Promover um ambiente onde cada pessoa possa se sentir segura, reconhecida e bem cuidada é parte determinante da missão da Nilo Frantz. Afinal, tratar da fertilidade também é cuidar da identidade e da saúde emocional de quem busca realizar o sonho da parentalidade.
Na Clínica Nilo Frantz, a equipe multidisciplinar está preparada para oferecer um atendimento que reconhece e valoriza a diversidade. Isso se reflete no uso correto de nomes e pronomes, e em uma comunicação livre de pressuposições de gênero. Cada pessoa é recebida em sua singularidade, sem a imposição de categorias binárias como “homem” ou “mulher” para dar continuidade ao tratamento.
Esse compromisso ético e respeitoso se estende também ao suporte psicológico especializado, que acompanha cada etapa do processo. Assim, o cuidado emocional considera tanto os sentimentos envolvidos quanto às decisões relacionadas ao corpo, à fertilidade e ao desejo de formar uma família.
Além disso, a Nilo Frantz se diferencia por oferecer diversos caminhos para a parentalidade, como a produção independente, uma alternativa viável para pessoas que desejam ter filhos sem parceria.
A autonomia reprodutiva como direito: formar uma família sendo quem se é
Toda pessoa tem o direito de decidir se deseja ou não formar uma família, e essa escolha deve ser respeitada sem imposições e estigmas baseados na identidade de gênero. Portanto, o desejo de ter filhos não é exclusivo de um gênero específico. Ele é humano, legítimo e merece acolhimento.
Desta forma, ser uma pessoa não-binária não reduz ou invalida o desejo da parentalidade e não deve ser um obstáculo ao acesso aos tratamentos de reprodução assistida. O que deve guiar esse processo é o que faz sentido para cada indivíduo, dentro de sua história, corpo, vínculos e projetos de vida.
Na Clínica Nilo Frantz, o cuidado começa pela escuta. A equipe oferece suporte individualizado, respeitando os tempos, os sentimentos e as decisões de quem busca trilhar esse caminho. O objetivo é construir, junto com cada pessoa, um projeto de parentalidade possível, realista e coerente com sua identidade e seus desejos. Nesse sentido, a reprodução assistida torna-se uma ferramenta de liberdade e possibilidade.
Afinal, formar uma família deve ser um direito de todas as pessoas, independentemente de como se identificam. E esse direito começa com o reconhecimento da autonomia sobre o próprio corpo, sobre os afetos e sobre os sonhos.
Aqui, saiba mais sobre O que é reprodução assistida.
Oferecer caminhos viáveis e acolhedores para que pessoas não-binárias possam formar uma família é parte de um cuidado verdadeiramente inclusivo e ético. A fertilidade não está limitada à identidade de gênero ou orientação seual, e sim às possibilidades reais de cada corpo.
Com respeito e orientação especializada, é possível construir projetos de parentalidade que façam sentido para cada pessoa. Preservar a fertilidade é uma opção possível, e os tratamentos de reprodução assistida oferecem alternativas concretas, desde que conduzidas com sensibilidade e informação de qualidade.
A Clínica Nilo Frantz se posiciona como um espaço de confiança, acolhimento e inclusão, preparado para acompanhar com seriedade e humanidade cada jornada rumo à parentalidade. Aqui, cada pessoa é vista em sua totalidade, com sua identidade, seus desejos e seus direitos respeitados.