A caxumba é uma doença infecciosa causada por um vírus, da família dos paramyxovirus, que acomete as glândulas parótidas, assim como as glândulas submaxilares e sublinguais. Geralmente ocorre na infância, sendo que a transimissão é feita através do contato direto com secreções respiratórias da pessoa infectada. O período de incubação varia de 2 a 3 semanas. O diagnóstico é basicamente clínico. Entretanto, há exames de sangue que ajudam identificar a presença de anticorpos contra o vírus da caxumba.
Existe como prevenir a caxumba. A vacina é produzida com o vírus vivo atenuado da doença e faz parte do Calendário Básico de Vacinação no Brasil. Pode ser aplicada isoladamente. No entanto, em geral, está associada às vacinas contra sarampo e rubéola., também conhecida como vacina tríplice viral. A primeira dose deve ser administrada aos doze meses e a segunda, entre 4 e 6 anos.
É uma doença benigna e autolimitada, porém podem ocorrer complicações como minigite, pancreatite, assim como acometimento do ouvido (levando a surdez) e dos órgão reprodutivos, ovários ou testículos, podendo acarretar em problemas com a fertilidade. Quando acomete os testículos, conhecida como orquite pós-caxumba, geralmente é um quadro muito doloroso, com aumento do volume do testículo. No entanto, após a resolução do quadro, pode haver o contrário, com atrofia (redução do tamanho) dos testículos. O acometimento testicular ocorre entre um e oito dias após a parotidite, entretanto, em aproximadamente um terço dos casos a parotidite não precede à orquite, ou seja, ocorrem simultaneamente.
A orquite viral representa a causa mais comum de infecção testicular isolada, sendo o vírus da caxumba o agente etiológico de maior destaque. A orquite pós-caxumba ocorre em cerca de 20% dos casos, sendo que em metade destes casos pode evoluir para atrofia testicular. Esta complicação é mais frequente em meninos acima de 10 anos de idade, sendo muito raro antes disso. O acometimento bilateral é mais visto em adolescentes e adultos jovens, ocorrendo em cerca de 30% dos casos. Daqueles com acometimento bilateral, um terço apresentará, no futuro, azoospermia, ou seja, ausência de espermatozóides no sêmen. Isto pode ocorrer por um dano causado nas células do testículo que produzem os espermatozóides, sendo que este dano pode ser total, ausência completa de produção, ou parcial, com pequena produção intratesticular de espermatozóides. Nestes casos, os homens necessitarão de técincas de reprodução assistida para poderem ter filhos, com necessidade de captação de espermatozóides de dentro dos testículos, através de microcirurgia realizada por médico especializado em reprodução humana.
Texto: Dr. Caio Schmitt