Gravidez anembrionária: saiba como lidar com essa notícia

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Sumário

A gravidez anembrionária é um tema pouco falado, mas que pode acontecer com qualquer mulher. A situação é responsável por muitos abortos espontâneos que ocorrem no início da gravidez, e, na maioria das vezes, a gestante nem fica sabendo que se encontrava nesta situação. 

Mas afinal, o que é gravidez anembrionária? Como é feito o diagnóstico? Existe tratamento? Para saber mais detalhes sobre este assunto, leia o texto a seguir.

O que é gravidez anembrionária?

A gravidez anembrionária, também conhecida como ovo cego, é uma gestação na qual não há a formação do embrião. Ou seja, o óvulo fertilizado se implanta no útero, o saco gestacional se desenvolve normalmente, porém sem um embrião.

Para entender melhor o que é a gravidez anembrionária, é importante saber que quando o espermatozoide fecunda o óvulo, duas estruturas se formam: uma é responsável pela formação da placenta, saco gestacional e líquido amniótico (anexos embrionários), que irão abrigar o feto, enquanto a outra é do próprio embrião. 

Dessa forma, quando uma gravidez normal acontece, essas duas estruturas se implantam no útero. Porém, na gravidez anembrionária, também chamada como gestação anembrionada, apenas os anexos embrionários se desenvolvem, mas com um vazio em seu interior.

Contudo, ainda que não exista um embrião, o corpo da mulher continua produzindo hormônios da gestação como em uma gravidez normal. Por isso, se a mulher fizer teste nas primeiras semanas, de farmácia ou o HCG, o resultado será positivo. Além disso, podem aparecer sintomas comuns de gravidez como enjoos, dores nos seios, cansaço entre outros.

Gravidez anembrionária é comum?

A gravidez anembrionária é uma condição bastante comum e que pode acontecer com qualquer mulher. Segundo especialistas, esse tipo de distúrbio é responsável por 20% dos abortos espontâneos, sendo que muitas gestantes nem ficam sabendo que tiveram uma gestação anembrionária.

Causas da gravidez anembrionária 

Na verdade, não há uma causa específica para gravidez anembrionária, mas alguns fatores podem acabar contribuindo para este quadro.

Veja alguns fatores que podem contribuir para uma gestação anembrionada:

  • Fatores genéticos;
  • Baixa qualidade dos gametas;
  • Erros espontâneos da divisão celular;
  • Alterações cromossômicas do óvulo fertilizado;
  • Mulher com mais de 35 anos;
  • Homens com mais de 40 anos (mais risco de espermatozoides com defeitos genéticos);
  • Algumas doenças crônicas;
  • Tabagismo;
  • Consumo elevado de álcool.

Sintomas de gravidez anembrionária

A gravidez anembrionária não apresenta sintomas específicos. A gestante pode apresentar os mesmo sinais e sintomas de uma gestação normal como falta de menstruação, náuseas, sono em excesso, entre outros. 

Além disso, algumas mulheres sentem uma dor parecida com cólica e podem ter sangramentos, variando entre o tipo borra de café ou até vermelho vivo. Mas é importante lembrar que nem sempre sangramento é sinal de aborto ou da gestação anembrionada. Dessa forma, é indicado procurar o médico sempre que sentir algo diferente.

Diagnóstico da gravidez anembrionária

A gravidez anembrionária é diagnosticada logo nas primeiras semanas de gestação, no início do pré-natal, quando é solicitado o ultrassom obstétrico transvaginal. Nesse sentido, através deste exame é possível identificar a falta do embrião e da vesícula vitelínica no interior do saco gestacional

Esta ultrassonografia é normalmente realizada a partir da 7ª semana de gestão, e no caso de suspeita de gestação anembrionada, o exame é repetido após 7 -10 dias para confirmar o diagnóstico. 

Gravidez anembrionária precisa fazer curetagem?

Geralmente, até o final do primeiro trimestre da gravidez anembrionária o corpo feminino já percebe que não há um embrião em desenvolvimento, e desta forma, a gestação se torna inviável. Assim, a produção hormonal é interrompida naturalmente, o que acaba levando a um aborto espontâneo. 

Quando a gravidez anembrionária é identificada, existem diferentes caminhos a seguir. A primeira opção é aguardar até que o aborto espontâneo aconteça, e a outra é realizar procedimento médico para o esvaziamento uterino através de curetagem ou AMIU – aspiração manual intrauterina.

Veja os possíveis sinais de abortamento:

  • Cólicas abdominais moderadas a intensas;
  • Sangramento vaginal de leve a moderado;
  • Parada dos sintomas gestacionais como náuseas, tontura, sonolência.

Gravidez anembrionária cresce a barriga? 

Como vimos, a gravidez anembrionária parece decorrer normalmente no seu início, o saco gestacional continua se desenvolvendo e produzindo os hormônios da gravidez. Dessa forma, muitas mulheres sentem alguns sintomas comuns de gravidez, inclusive podem perceber um leve aumento da barriga. 

No entanto, sem a presença do embrião a gravidez não irá evoluir por muito tempo, durando apenas poucas semanas. Nesse sentido, se a barriga crescer será algo bem discreto. 

Gravidez anembrionária falsa existe?

Não existe gravidez anembrionária falsa, mas o que pode acontecer é um exame de ultrassonografia feito precocemente, quando a gestação ainda está em estágio muito inicial.

Nesse casos, quando o ultrassom é feito muito precocemente se identifica apenas o saco gestacional, mas posteriormente irá ocorrer o desenvolvimento da vesícula vitelínica e o embrião. Por isso, os médicos recomendam que seja realizado pelo menos a partir da 7ª semana de gestação, quando já se consegue ver mais do que um saco gestacional. 

Quando houver suspeita de gestação anembrionada, sempre se deve solicitar novo exame após 10 dias para confirmar o diagnóstico se houver alguma dúvida.

Gravidez anembrionária pode acontecer duas vezes?

Embora seja muito raro, é possível que uma mulher tenha mais de uma gestação anembrionada. Porém, para a maioria das mulheres uma gestação assim ocorre apenas uma vez, com baixíssimo risco de acontecer novamente.

De qualquer forma é importante esclarecer que o fato de passar por uma situação como esta não aumenta a chance de isso se repetir. Isso tanto é verdade que muitas dessas mulheres conseguem ter gestações normais posteriormente.

A gravidez anembrionária também acontece na FIV?

A resposta para essa pergunta é sim. Como vimos, a gravidez anembrionária acontece após a fecundação, durante a divisão celular. Dessa forma, não importa se a fertilização aconteceu naturalmente, dentro do corpo da mulher, ou em laboratório, no caso da Fertilização In Vitro (FIV). 

Nesse sentido, na Reprodução Assistida após o embrião ser transferido para ao útero, ele se divide em duas partes. A primeira é chamada de trofoblasto ou trofoderma e dará origem à placenta. Já a outra, denominada embrioblasto, formará o feto. Desta forma, se esta segunda parte não se formar, ocorrerá a gestação anembrionada.

A gravidez anembrionada pode levar a mulher a não ter mais filhos?

A gestação anembrionária não está relacionada à infertilidade e assim, não impede que posteriormente a mulher tenha uma gestação saudável. Além disso, ela ocorre de forma esporádica e isolada, e não compromete as possibilidades de uma nova gestação natural. 

Porém, se esse distúrbio acontecer mais de duas vezes, é necessário fazer exames para verificar se não existe algum outro problema de fertilidade, seja na mulher ou no homem.

Gravidez anembrionária: quanto tempo depois posso engravidar?

A mulher que teve uma gestação anembrionada não precisa esperar muito tempo para tentar uma nova gravidez. Porém, por segurança, sugere-se conversar com o seu médico para ver qual a recomendação dele para o seu caso. Geralmente o indicado é aguardar em torno de 3 meses (se não for feita curetagem) e 6 meses com curetagem.


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