Os folículos ovarianos consistem em bolsas de líquido onde os óvulos femininos se desenvolvem. Eles se formam ainda na vida intrauterina e são essenciais para que a mulher engravide.
Nesse sentido, é preciso que o folículo ovariano esteja presente nos ovários da mulher e tenha um tamanho ideal para liberar o óvulo que poderá ser fecundado pelo espermatozoide.
A partir de agora, vamos esclarecer todas as dúvidas sobre os folículos ovarianos: sua função, a importância para a gravidez e a relação com a fertilidade feminina.
O que são folículos ovarianos?
Os folículos ovarianos são pequenas vesículas (bolhas de líquido) dos ovários que armazenam os óvulos. Eles têm a capacidade de se desenvolver e liberar os gametas femininos durante a ovulação em cada ciclo menstrual.
É importante esclarecer que todos os folículos que constituem a reserva ovariana de uma mulher são formados ainda durante o desenvolvimento fetal. Desta forma, após o nascimento, não existe mais a produção de óvulos.
Assim, os folículos permanecem em repouso e, com a chegada da puberdade, passam por processos de crescimento durante os ciclos menstruais. Nesse sentido, o número estimado de folículos ovarianos na menina recém-nascida é de cerca de 1 a 2 milhões. Já com a chegada da puberdade esta reserva ovariana cai para 300 a 400 mil.
A partir daí, em cada ciclo menstrual, ocorre a perda natural de centenas de folículos. A quantidade vai diminuindo até a chegada da menopausa, quando a fertilidade da mulher acaba.
Folículos estimulantes e folículos antrais: quais a relação?
Como já vimos, a mulher já nasce com todos os folículos que serão usados durante a sua vida reprodutiva. Nesse sentido, a cada mês, alguns folículos participam do processo de crescimento e amadurecimento. Porém, normalmente, apenas um é liberado na ovulação e pode ser fecundado pelo espermatozoide.
Durante esse processo, temos a presença do FSH (hormônio folículo estimulante) que em funcionamento com o estradiol ajuda a produzir os folículos antrais. Confira abaixo os detalhes destes agentes tão importantes para que aconteça a gravidez:
Folículos Antrais
Os folículos antrais são as estruturas presentes em ambos os ovários que podem ser visualizadas por meio do ultrassom transvaginal em cada ciclo menstrual da mulher.
Como vimos anteriormente, o folículo é o local onde o óvulo se desenvolve a cada mês. Os antrais são os folículos que cresceram através da ação do FSH e do LH e chegaram a um tamanho que varia de 2 a 10 milímetros. Nesse sentido, eles servem como um dos marcadores da reserva ovariana feminina.
Além disso, são os folículos antrais que produzem o hormônio anti-mülleriano, outro marcador que mede a fertilidade feminina. Ou seja, quanto mais folículos antrais, maior o nível do hormônio anti-mülleriano.
Hormônio Folículo Estimulante (FSH)
O hormônio folículo estimulante, também chamado de FSH, é produzido pela hipófise e é responsável pela seleção e crescimento dos folículos antrais dos ovários.
Dessa forma, o FSH é um hormônio ligado à fertilidade e a sua concentração no sangue ajuda a identificar se os ovários estão funcionando corretamente.
Sendo assim, os valores de referência do exame FSH variam de acordo com a idade das mulheres e com a fase do ciclo menstrual. Além disso, o exame também pode ser útil para confirmar a perda da função ovariana e a entrada da menopausa.
Qual a diferença entre folículos e ovários?
Os ovários são os órgãos do sistema reprodutor feminino responsável por produzir os folículos e os óvulos. Além disso, produzem também os hormônios sexuais denominados de estrógeno e progesterona.
Já os folículos ovarianos são uma espécie de bolsa cheia de líquido, dentro das quais se encontram os óvulos – as células sexuais femininas. Ou seja, os folículos protegem os óvulos.
Desta forma, quando a mulher atinge a maturidade sexual e começam os ciclos menstruais, os óvulos passam a se desenvolver. De maneira geral, a cada ciclo, um folículo ovariano se rompe e libera o óvulo que estava em seu interior, causando a ovulação e determinando o período fértil da mulher. Se o óvulo não for fecundado, ocorre o início de um novo ciclo menstrual.
Desta forma, os ovários abrigam os folículos ovarianos, que protegem os óvulos femininos.
Quantos folículos é preciso para ter uma boa reserva ovariana?
Para saber quantos folículos a mulher tem em cada ciclo, realiza-se a a contagem de folículos antrais por meio de ultrassonografia transvaginal. Desta forma, através de imagem é possível identificar, medir e contar os folículos presentes nos dois ovários. Avalia-se, assim, a fertilidade da mulher e também o acompanhamento do processo de estimulação ovariana, caso haja necessidade de realizar uma FIV.
Consideram-se folículos antrais aqueles que tenham de 2 a 10 milímetros de diâmetro. Assim, com essas dimensões, os folículos ovarianos são “recrutáveis” e poderão gerar óvulos de boa qualidade.
Sendo assim, a quantidade de folículos por ciclo considerada normal e com boas chances de gestação é de 6 ou mais folículos em cada ovário. Abaixo disso, entende-se a reserva ovariana como baixa e a mulher pode ter mais dificuldade para engravidar.
Como estimular a produção de folículos?
Muitas situações podem desregular os hormônios, interferir no desenvolvimento dos folículos e consequentemente na ovulação. Nesse sentido, para quem está tentando engravidar por métodos naturais existem recomendações práticas que ajudam a aumentar a fertilidade.
A seguir, veja dicas simples de mudanças de hábitos que podem ajudar a engravidar mais rápido.
- Manter o peso saudável;
- Evitar café e bebidas alcoólicas;
- Ter uma alimentação saudável;
- Não fumar;
- Evitar o estresse;
- Ter uma boa noite de sono;
- Fazer atividade física regularmente.
Já para quem for passar pela técnica de Fertilização in Vitro, ocorre a estimulação ovariana através de medicamentos hormonais que ajudam no crescimento de mais folículos e consequentemente na produção de mais óvulos.
Nesse sentido, é importante esclarecer que os folículos ovarianos são responsivos a hormônios assim como o endométrio. Portanto, à medida que os folículos crescem o endométrio também cresce progressivamente, preparando um ambiente favorável à implantação do embrião no endométrio.
Sabe-se que em um ciclo natural, devido a uma série de estímulos hormonais altamente regulados, somente um óvulo é liberado para ser captado pelas trompas de falópio. No entanto, no procedimento de estimulação ovariana não há dominância folicular. Desta maneira, outros folículos crescem simultaneamente e é possível aspirar uma quantidade maior de óvulos, dependendo da resposta da paciente.
Folículo no ovário pode ser gravidez?
Não, folículo no ovário não indica gravidez. No entanto, a sua presença é de vital importância para que uma gestação aconteça. Nesse sentido, vale lembrar que os óvulos, as células reprodutivas femininas, se desenvolvem dentro dos folículos.
Folículo no ovário impede a gravidez?
Como já vimos, o folículo ovariano é um excelente sinal da fertilidade feminina e em geral não traz maiores transtornos. No entanto, ele pode ocasionar problemas para a gravidez caso exista um folículo não roto. Ou seja, quando o folículo se desenvolve, mas não consegue fazer a ruptura de liberação do óvulo para a ovulação. Desta forma, este folículo pode se transformar em um cisto no ovário.
O que é síndrome do folículo vazio?
A síndrome do folículo vazio (SFV) é um evento raro que se caracteriza pela ausência de óvulos nos folículos de pacientes que fazem estimulação ovariana para ciclos de Fertilização in Vitro.
Nesse sentido, para entender a síndrome é preciso esclarecer que a primeira fase do tratamento de Fertilização in Vitro é a estimulação ovariana com medicações hormonais. Essa etapa tem o objetivo de incentivar o crescimento dos folículos para o amadurecimento de mais óvulos em um mesmo ciclo.
Desta forma, durante a estimulação, a mulher passa por alguns exames de ultrassom transvaginal para monitorar o crescimento dos folículos. Por meio desse acompanhamento, presume-se que esteja ocorrendo o devido amadurecimento dos óvulos para a coleta.
Porém, como estas estruturas (os óvulos) não são visíveis ao ultrassom, não é possível ter certeza de quais folículos realmente contém óvulos em seu interior. Assim, quando é feita a coleta de óvulos, espera-se que estes estejam disponíveis no fluido folicular para a aspiração.
Sendo assim, a síndrome do folículo vazio determina-se quando existe resposta ovariana à estimulação e crescimento de um ou mais folículos. Porém no momento da coleta estes folículos não fornecem óvulos, impossibilitando o prosseguimento do processo de fertilização.
Quais são as causas da síndrome do folículo vazio?
A síndrome do folículo vazio é uma incógnita no universo da reprodução humana. Ainda não se sabe com certeza as causas desta síndrome. No entanto, várias hipóteses são aventadas como:
- Uso inadequado da medicação final da estimulação ovariana: geralmente, é necessário um prazo médio entre a administração da medicação final e a coleta dos óvulos. Caso a medicação aconteça de forma errada (com um intervalo menor de tempo), isso poderá afetar a disponibilidade dos óvulos para coleta;
- Metabolização inadequada da medicação final da estimulação: estudos sugerem que algumas pacientes podem necessitar de um tempo maior entre a administração da medicação final e a coleta de óvulos, para que o processo de desprendimento do óvulo da parede folicular ocorra;
- Alterações na foliculogênese: quando ocorre alteração na geração dos folículos, que podem levar a atresia (degeneração) precoce dos óvulos;
- Alterações no lote das medicações utilizadas: alguns lotes podem vir alterados gerando efeito inadequado.
Qual é o melhor tratamento para a síndrome do folículo vazio?
O primeiro passo para avaliar o tratamento da síndrome do folículo vazio é checar se o uso da medicação final da estimulação ovariana foi correto. Isto porque, em grande parte das vezes em que não são obtidos óvulos no procedimento, se constata o uso inadequado da medicação final (trigger).
Além disso, outra estratégia para tentar contornar a síndrome do folículo vazio é o duo trigger (duplo gatilho, em tradução livre). Esta conduta permite utilizar duas vias hormonais diferentes para a maturação final dos óvulos.
Nesse sentido, nestes casos, a fase final de administração de medicamentos contará com dois aliados, o agonista do GnRH e a gonadotrofina coriônica humana (hCG). Essas substâncias servem para disparar a ovulação, daí o nome “duplo gatilho”. Em condições normais, geralmente apenas uma das substâncias é administrada.
Vale lembrar, também, que o tratamento adequado será definido a partir de uma análise individual da paciente. Quando o assunto é Reprodução Assistida, não há uma única conduta que deva ser aplicada de forma geral.
Folículos e FIV: qual a relação?
Os folículos são elementos centrais para o procedimento de Fertilização in Vitro. Nesse sentido, o especialista em reprodução humana analisa a reserva ovariana da paciente utilizando a contagem de folículos antrais (CFA). Este exame é feito através de ultrassonografia transvaginal, aproximadamente, entre o 2ª e o 5ª dia de fluxo menstrual da paciente.
Durante o exame são analisados todos os folículos encontrados nos dois ovários e os que têm medidas entre 2 e 10 mm de diâmetro são contabilizados. A partir da soma é possível classificar a reserva ovariana.
Se a conta resultar em um número menor a 12, indica uma baixa reserva ovariana e, consequentemente, um baixo potencial fértil. Esse resultado auxilia o especialista na orientação quanto ao melhor tratamento de reprodução humana para a paciente, de acordo com os reais interesses dela.
Já se o número de folículos encontrados nos dois ovários for igual ou maior que 12 (dependendo da idade da mulher), significa que a reserva ovariana está normal. Sendo assim, o primeiro passo para o tratamento é a estimulação ovariana. Nesse sentido, o procedimento consiste em utilizar medicamentos hormonais com o objetivo de aumentar o número de óvulos disponíveis para se conseguir produzir melhores embriões para serem fertilizados.
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