Você já ouviu falar em Fertilização Artificial? Na verdade, esse termo é usado erroneamente para identificar um dos tratamentos de reprodução assistida, como a Fertilização in Vitro e a Inseminação Artificial
Isto acontece, pois embora as técnicas da medicina reprodutiva estejam mais conhecidas, ainda existe muita confusão sobre seus nomes e indicações.
No texto a seguir vamos diferenciar os diversos tratamentos existentes, com destaque especial à Inseminação Artificial (IA) e a Fertilização in Vitro (FIV) que são frequentemente confundidos.
Boa leitura!
Fertilização Artificial: Um Equívoco Comum
A Fertilização Artificial é uma forma muito usada, porém equivocada de se referir a uma técnica de reprodução humana, que, na verdade, é denominada de Fertilização in Vitro (FIV).
Este equívoco ocorre, pois as pessoas confundem este tratamento com outro chamado Inseminação Artificial (IA). Embora os nomes possam sugerir que as técnicas são a mesma coisa, na verdade, elas se diferenciam bastante. Nesse sentido, elas têm indicações e procedimentos bem distintos.
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O que é Inseminação Artificial?
A inseminação artificial (IA) é um procedimento da medicina reprodutiva de baixa complexidade para casos de infertilidade conjugal. Nesse sentido, o tratamento consiste na introdução dos espermatozóides previamente selecionados diretamente dentro do útero da mulher durante seu período fertil.
Desta forma, o objetivo é facilitar que a fecundação do óvulo aconteça dentro do corpo da mulher aumentando as chances de uma gravidez.
Também chamada de inseminação intrauterina (IIU), é indicada para casos leves de infertilidade feminina e masculina, e em casos de infertilidade sem causa aparente.
A técnica que foi testada na década de 70 apresenta uma taxa de sucesso em torno de 20%.
Etapas da inseminação artificial
Para que a Inseminação Artificial aconteça é preciso que sejam realizadas algumas etapas. Além disso, é necessário que a mulher tenha pelo menos uma das trompas pélvicas e que o homem possua uma concentração mínima de espermatozoides móveis.
Sendo assim, o médico acompanha o desenvolvimento do óvulo através de ultrassonografias, o sêmen é coletado e introduzido através do colo uterino.
Confira as fases da Inseminação Artificial:
Estimulação ovariana
Para realizar a Inseminação Artificial, é essencial sincronizar com o período de ovulação feminina. Para potencializar o sucesso do procedimento, induz-se a estimulação ovariana com medicamentos específicos que provocam o crescimento folicular.
Maturação dos óvulos/Indução da ovulação
Quando os folículos atingem a dimensão desejada, aplica-se uma injeção de hCG, hormônio responsável pelo amadurecimento e liberação dos óvulos. Assim, o processo de inseminação é programado para ocorrer entre 24 a 36 horas após a injeção, coincidindo com a ovulação da mulher. Esse é o período mais propício para a introdução dos espermatozoides no útero.
Preparação do sêmen
A preparação dos espermatozoides é realizada aproximadamente duas horas antes da inseminação agendada. Inicia-se com a coleta do sêmen, geralmente por masturbação. Posteriormente, no laboratório, ocorre a escolha dos espermatozoides mais aptos para a fecundação.
É aconselhável, para melhorar a qualidade do sêmen, que se mantenha de 2 a 5 dias de abstinência sexual antes do procedimento. Além disso, recomenda-se evitar situações de estresse, consumo excessivo de bebidas alcoólicas e o uso de tabaco.
Inseminação
O passo final é a própria inseminação, momento em que os espermatozoides escolhidos são inseridos no organismo feminino. Este procedimento é breve e dispensa anestesia, assemelhando-se ao exame ginecológico de Papanicolau.
Durante o processo, utiliza-se um espéculo vaginal, seguido da inserção de um cateter fino, que transporta os gametas. Uma vez concluído este passo, o tratamento está completo. Segue-se então o período de espera, conhecido como “beta espera”, para verificar se ocorreu a gestação.
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Fertilização In Vitro (FIV): Entendendo o Processo
A Fertilização In Vitro (FIV) é uma das técnicas de reprodução assistida de alta complexidade que tem ajudado milhares de pessoas a superarem problemas de infertilidade. Esse tratamento ficou conhecido em 1978, com o nascimento de Louise Brown, na Inglaterra, o primeiro bebê de proveta do mundo.
Desde então, a Fertilização In Vitro vem evoluindo muito e ajudando milhares de pessoas a realizarem o sonho de ter um filho. A técnica promove o encontro do óvulo e do espermatozoide em laboratório, fora do corpo da mulher, facilitando que ocorra a fecundação.
Desta forma, os embriões formados são cultivados em meio de cultura, selecionados e posteriormente transferidos ao útero onde será gestado. Nesse sentido, com interessantes taxas de sucesso, a FIV vem evoluindo muito e ajudando milhares de pessoas a ter um filho.
No entanto, as chances do tratamento dar certo depende de fatores como idade da mulher, reserva ovariana, receptividade endometrial, qualidade do esperma, qualidade dos óvulos, entre outros.
Veja as etapas da FIV:
Estimulação ovariana
Com uso de medicamentos hormonais, a indução ovariana estimula que um maior número de folículos, que contêm os óvulos, cresça e amadureça. Dessa forma, é possível obter mais óvulos para serem fertilizados.
Durante o período de estimulação, realizam-se exames de ultrassonografias para acompanhar o crescimento dos folículos, até que estejam prontos para coleta.
Punção folicular
Quando os folículos alcançam o tamanho ideal, ocorre a coleta de óvulos através da punção folicular. Todos os folículos produzidos pelos ovários são aspirados por uma agulha bem fina, guiada pelo ultrassom transvaginal. O procedimento é simples e rápido e acontece sob sedação.
Coleta de Sêmen
No caso dos homens, o sêmen é coletado através de masturbação ou por técnicas de aspiração, ou biópsia testicular, quando não há espermatozoides no ejaculado. O próximo passo é selecionar os espermatozoides mais saudáveis e viáveis para a facilitar a fecundação.
Fecundação
No tratamento de Fertilização In Vitro, a fecundação ocorre em laboratório. Dessa maneira, o encontro do óvulo com o espermatozoide para formar o embrião acontece fora do corpo da mulher, com a ajuda do embriologista.
Cultivo e transferência embrionária
Os embriões formados no laboratório são cultivados em uma incubadora por alguns dias, até serem transferidos para o útero materno. Isto acontece geralmente no quinto dia do seu desenvolvimento, D5, quando o embrião atinge o estágio de blastocisto. Em casos de exceção, pode ocorrer no terceiro dia, D3.
Leia também: Conheça o passo a passo da Fertilização in vitro
Diferenças entre Inseminação Artificial e Fertilização In Vitro
É comum confundir Inseminação Artificial com Fertilização In Vitro (FIV), mas são técnicas distintas de reprodução assistida. Ambos os métodos compartilham passos como a indução ovulatória e a coleta de esperma, mas diferem significativamente.
A diferença crucial entre os dois reside na fase de fertilização do óvulo. Na Inseminação Artificial, a fertilização ocorre internamente, no corpo da mulher, enquanto na FIV, a formação do embrião acontece em laboratório, sendo depois transferido para o útero.
É importante destacar que, embora a Inseminação Artificial seja um processo mais simples, a FIV apresenta maior eficácia, com taxas de sucesso aproximadas de 45%.
Contudo, uma análise detalhada de cada situação específica é essencial para determinar o método mais adequado para realizar o sonho da maternidade.
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