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Falha de implantação FIV: o que fazer e quais são as opções?

A falha de implantação na Fertilização In Vitro (FIV) pode ser um momento difícil, e desanimador. No entanto, é importante lembrar que uma tentativa não define o fim do sonho de ter um filho. Cada jornada é única, e entender as razões por trás dessa dificuldade pode abrir novos caminhos para o sucesso futuro. Existem várias razões para que um embrião não se fixe no útero, e cada caso deve ser analisado individualmente para ajustar a estratégia no próximo ciclo.

Neste artigo, trazemos informações e dicas que podem aumentar as chances de sucesso em uma nova tentativa. Boa Leitura!

Principais motivos para falha de implantação na FIV

A falha de implantação na Fertilização In Vitro (FIV) pode ser influenciada por diversos fatores, tanto embrionários quanto uterinos. Nesse sentido, identificar a causa é essencial para ajustar a estratégia e conseguir obter uma gravidez. Abaixo temos três razões que são determinantes para o sucesso da implantação do embrião.

1. Qualidade embrionária

A viabilidade do embrião desempenha um papel fundamental na implantação. Nesse sentido, embriões com anormalidades genéticas apresentam menor chance de fixação no útero, resultando em falhas na FIV. Para minimizar esse risco, a biópsia genética (exame PGT) pode ser utilizada para selecionar embriões com maior potencial de sucesso, aumentando as chances de uma gravidez saudável. É importante ter em mente também que a qualidade embrionária tem relação direta com a qualidade dos óvulos e espermatozoides

2. Alterações no endométrio

O endométrio, tecido que reveste o útero, precisa estar na espessura e receptividade ideais para permitir a fixação do embrião. Um endométrio muito fino ou receptivo no momento inadequado pode dificultar a implantação. Desta forma, os exames do endométrio como: histeroscopia, biópsia de endométrio e o ERA (Endometrial Receptivity Analysis) auxiliam na determinação do melhor momento para a transferência embrionária, personalizando o tratamento e otimizando as chances de sucesso.

3. Problemas imunológicos e trombofilias

O sistema imunológico da mulher também pode interferir na implantação do embrião. Em alguns casos, uma resposta imunológica desregulada pode atacar o embrião, impedindo sua fixação. Além disso, trombofilias, condições que afetam a coagulação do sangue, podem comprometer a irrigação do endométrio e dificultar a gestação. Desta forma, exames como testes de trombofilia e imunofenotipagem ajudam a identificar essas condições, permitindo um tratamento adequado para melhorar a receptividade uterina.

Assim, com a identificação precisa das causas da falha de implantação, é possível adaptar o tratamento e aumentar as chances de uma gestação bem-sucedida.

Passos para investigar uma falha de implantação

Como já mencionamos, quando há falha na implantação do embrião, é natural que o casal busque entender as possíveis causas. Assim, identificar os fatores envolvidos é fundamental para ajustar o tratamento e aumentar as chances de sucesso nas próximas tentativas. A seguir, estão os principais exames recomendados após falha de implantação.

1. Exames genéticos do embrião

A qualidade do embrião é essencial para a implantação, pois alterações cromossômicas podem comprometer o desenvolvimento embrionário, resultando em falhas de fixação e perdas gestacionais. Nesse sentido, o exame PGT analisa a carga genética antes da transferência, ajudando a selecionar embriões saudáveis e com maior potencial de implantação. Essa triagem pode reduzir significativamente as chances de falhas nos ciclos seguintes.

2. Avaliação do endométrio

Para que um embrião se fixe com sucesso, o endométrio também precisa estar preparado no momento da transferência. Exames como a histeroscopia, biópsia de endométrio e o ERA (Endometrial Receptivity Analysis) identificam o período mais receptivo do útero, permitindo um ajuste personalizado no protocolo de tratamento. Além disso, uma avaliação completa da espessura e saúde do endométrio pode revelar possíveis barreiras à implantação.

3. Testes hormonais e imunológicos

Alterações hormonais como níveis inadequados de progesterona e estrogênio, podem comprometer o ambiente uterino. Da mesma forma, um sistema imunológico desregulado dificulta a fixação do embrião. Sendo assim, exames específicos ajudam a detectar desequilíbrios e identificar condições como trombofilias ou doenças imunológicas, permitindo intervenções direcionadas para melhorar as condições uterinas.

Assim, com uma investigação detalhada e testes adequados, é possível ajustar a estratégia de tratamento, aumentando significativamente as chances de uma gestação bem-sucedida.

Leia mais sobre falhas recorrentes na implantação na FIV.

Alternativas para um novo ciclo de FIV: estratégias para aumentar as chances de sucesso

Após identificar as possíveis causas da falha na implantação, o médico especialista avalia estratégias para otimizar os resultados de uma segunda FIV.  Desta forma, ajustes no tratamento podem aumentar as chances de uma gravidez.

1. Ajuste no protocolo hormonal

A resposta do organismo à estimulação ovariana pode variar de paciente para paciente. Em alguns casos, modificar a dosagem ou o tipo de medicação utilizada melhora a qualidade do endométrio, tornando-o mais receptivo à implantação do embrião. Desta forma, a personalização do protocolo hormonal com base em exames específicos pode fazer toda a diferença para um ciclo mais eficiente.

2. Seleção embrionária avançada

A escolha do embrião ideal é determinante para o sucesso da FIV. Optar por técnicas mais avançadas como o cultivo embrionário até o estágio de blastocisto, permite uma melhor seleção, aumentando as chances de implantação. Além disso, exames genéticos como o exame PGT identifica possíveis alterações cromossômicas, auxiliando na escolha do embrião mais saudável para a transferência.

3. Uso de óvulos ou espermatozoides doados

Quando há muitas falhas de implantação e, consequentemente, diversos abortos de repetição é avaliada a possibilidade de adoção de gametas. Esse recurso é especialmente indicado para casais que enfrentam dificuldades relacionadas à baixa reserva ovariana ou alterações significativas na qualidade seminal.

Depoimento de especialista: qual a melhor estratégia após uma falha?

Enfrentar uma falha na Fertilização In Vitro (FIV) pode ser desafiador, mas cada tentativa traz informações valiosas que ajudam a ajustar o tratamento para aumentar as chances de sucesso. Segundo especialistas em reprodução assistida, é essencial analisar individualmente cada caso, investigando possíveis fatores que podem ter impedido a implantação.

“O primeiro passo após uma falha é realizar uma avaliação detalhada para entender o que pode ter ocorrido. Muitas vezes, um simples ajuste no protocolo de estimulação ovariana, na escolha do momento da transferência embrionária ou na abordagem imunológica pode fazer toda a diferença. Essas mudanças aumentam as chances de um novo ciclo bem-sucedido”, explica o Dr. Nilo Frantz, especialista em reprodução assistida da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva.

Segundo o especialista,  a Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia (ESHRE) atualizou recentemente suas diretrizes, enfatizando a importância de uma abordagem personalizada no tratamento de falhas de implantação. As recomendações incluem exames genéticos pré-implantacionais para detectar anomalias cromossômicas e avaliação da receptividade endometrial para definir o melhor momento da transferência embrionária. 

Essas estratégias visam aumentar as chances de uma gestação saudável em ciclos subsequentes de FIV.​ Da mesma forma, Dr. Nilo explica que para alguns casais  apenas mudanças na suplementação hormonal ou o uso de terapias imunológicas podem garantir a gestação.

Além disso, a medicina reprodutiva vem evoluindo e trazendo novidades para melhorar as taxas de implantação do embrião na FIV.  Foi lançado recentemente um meio de cultivo embrionário enriquecido com citocinas, como o Sage 1-step GM-GSF, desenvolvido pela CooperSurgical. 

Este meio inclui uma citocina que facilita o desenvolvimento embrionário e protege contra o estresse celular. Estudos internacionais indicam que o uso deste meio pode aumentar as taxas de implantação e de nascidos vivos em pacientes com falhas de implantação ou abortos recorrentes

Conclusão

Passar por uma falha de implantação na FIV pode ser frustrante exigindo muita coragem e força, mas não significa o fim do sonho de ter um filho. Com os avanços da medicina reprodutiva e um plano de tratamento ajustado às necessidades de cada paciente, as chances de sucesso aumentam significativamente. 

Sem dúvida alguma, com uma abordagem personalizada, aliada ao acompanhamento especializado, é possível identificar novas estratégias, otimizar o processo e transformar a maternidade e a paternidade em realidade. Não desista! Busque a orientação de um especialista e mantenha viva a esperança de construir a família que tanto deseja. 


Agende uma consulta com um especialista para avaliar seu caso e planejar o próximo ciclo de FIV.

Revisado por
Nilo Frantz

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