Você já ouviu falar em epididimite? A condição, uma inflamação no epidídimo, pode causar uma série de problemas ao homem, e se não tratada afeta, inclusive, a fertilidade masculina,
No texto a seguir vamos entender melhor os sintomas, as causas e os tratamentos mais adequados desta doença. confira!
O que é epididimite?
A epididimite é a inflamação do epidídimo, um pequeno ducto localizado no sistema reprodutor masculino. Esta estrutura é responsável por coletar e armazenar os espermatozoides produzidos pelos testículos. Além disso, ele conecta os canais deferentes aos testículos, facilitando o transporte dos espermatozoides.
Para entender a gravidade da epididimite é fundamental conhecer a anatomia do epidídimo e sua função no aparelho reprodutor do homem. Desta forma, é importante saber que o epidídimo está localizado atrás de cada testículo. Assim, é o responsável por armazenar e transportar os espermatozoides para os ductos deferentes durante a ejaculação.
A anatomia do epidídimo inclui cabeça, corpo e cauda. Os espermatozoides imaturos entram pela cabeça da estrutura, avançam para o corpo e alcançam a cauda, onde são armazenados. Esse trânsito, que dura de dois a seis dias, permite a maturação dos espermatozoides, tornando-os capazes de nadar e fecundar um óvulo.
Durante a ejaculação, os espermatozoides fluem da cauda do epidídimo para o ducto deferente. Lá, são misturados com fluidos da próstata e das vesículas seminais, formando o sêmen que será expelido pela uretra.
Sinais e sintomas da epididimite
A epididimite pode provocar diversos sintomas, como dor e desconforto na região genital, afetando homens de todas as idades, embora seja mais comum entre 18 e 35 anos.
A condição é classificada em duas formas: aguda e crônica. Na forma aguda, os sintomas aparecem abruptamente e duram menos de seis semanas, com dor e inchaço na bolsa escrotal sendo os primeiros sinais. Sem tratamento, a condição pode evoluir para a forma crônica.
Já na epididimite crônica, os sintomas persistem por mais de 45 dias e, muitas vezes, são leves no início, o que pode levar a um diagnóstico tardio. A condição alterna entre períodos de melhora e agravamento, com os sintomas progredindo lentamente. Em casos mais graves, a dor pode se tornar tão intensa que o movimento se torna difícil para o paciente.
Entre os sinais de epididimite, podemos destacar:
- Febre,
- Calafrios;
- Dor nos testículos;
- Dor geral na região da pelve;
- Sensação de pressão ou de peso nos testículos;
- Inchaço e vermelhidão no escroto;
- Dor e quentura no escroto;
- Dor ao urinar;
- Dor durante a relação sexual;
- Eliminação de secreção pelo pênis.
É muito importante lembrar que quando não tratada adequadamente, a epididimite pode levar o homem à infertilidade!
Causas da epididimite
Como já vimos, a epididimite pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais frequente entre os homens sexualmente ativos de 18 a 35 anos. Na infância, os casos de epididimite são raros, mas podem ser causados por traumatismos na região pélvica e pelo refluxo da urina da uretra para o epidídimo. Além disso, ocorrem por torção do testículo ou por alterações anatômicas no sistema genital e trato urinário do menino.
Em algumas circunstâncias, a epididimite pode ser uma condição sem origem definida. No entanto, a principal causa ainda são as doenças sexualmente transmissíveis. Confira abaixo a lista dos principais motivos do surgimento da doença:
- Infecções bacterianas como as doenças sexualmente transmissíveis (ISTs): Gonorreia e Clamídia;
- Bactérias não transmitidas sexualmente como Escherichia coli, presentes no trato
urinário ou na próstata (maior vulnerabilidade em crianças e idosos);
- Epididimite química: Refluxo de urina no epidídimo causado por esforços físicos intensos;
- Estreitamento da uretra (estenose) e hiperplasia benigna da próstata: Obstrução da saída de urina e facilitação do refluxo;
- Uso de medicamentos como amiodarona: O uso do medicamento para controle da arritmia cardíaca pode causar inflamação no epidídimo como efeito colateral raro;
- Traumas na região da virilha: Comuns em exercícios físicos intensos;
- Procedimentos cirúrgicos no trato urinário: Vasectomia, uso de cateteres ou sondas urinárias;
- Infecções virais: Vírus da caxumba e herpes-zóster (menos comuns após vacinas).
Diagnóstico da epididimite
O diagnóstico inicial da epididimite é realizado com base no exame físico, durante o qual o médico pode identificar dor, inchaço e outras alterações na região escrotal. No entanto, em alguns casos, os achados clínicos não são suficientes para chegar a um diagnóstico definitivo.
Assim, para diferenciar a epididimite de outras doenças com sintomas semelhantes como a torção testicular, hérnia inguinal ou tumores, são solicitados testes laboratoriais e de imagem.
Nesse sentido, para confirmar o diagnóstico são pedidos exames como hemograma completo, de urina, urocultura e, em alguns casos, espermograma. Além disso, ultrassonografia com doppler e ecografia escrotal, são fundamentais para avaliar o fluxo sanguíneo no escroto e identificar abscessos, cistos ou outras alterações nos testículos. Em casos mais complexos, podem ser solicitadas tomografia computadorizada e ressonância magnética para fornecer imagens detalhadas da área afetada.
Tratamentos para epididimite
O tratamento da epididimite tem como principal objetivo o alívio dos sintomas e o controle da inflamação. A epididimite bacteriana geralmente é tratada com antibióticos para combater as bactérias sexualmente transmissíveis (clamídia e gonorreia) ou aquelas que causam infecções urinárias. Assim, o tratamento com antibióticos deve ser seguido rigorosamente pelo período prescrito pelo médico, para garantir a eliminação total da infecção.
Além disso, existem cuidados para acelerar a recuperação e melhorar o bem-estar do paciente. Desta forma,o médico pode indicar o uso de analgésicos e anti-inflamatórios não esteroidais para aliviar a dor e a inflamação. Vale lembrar que repouso é uma parte essencial do tratamento. Para isso, o paciente deve evitar atividades extenuantes e manter o escroto elevado com suporte adequado. Da mesma forma, a aplicação de compressas frias pode ajudar a reduzir o inchaço e proporcionar alívio da dor.
Nos casos mais graves, a epididimite pode levar à formação de abscessos no epidídimo, que consistem em acúmulos de pus resultantes da infecção. Quando isso ocorre, a drenagem cirúrgica é necessária para evitar complicações como a necrose do tecido ou a disseminação da infecção. Em casos raros, onde há dano grave aos testículos ou epidídimo, pode ser necessária a remoção cirúrgica da área afetada (epididimectomia). A cirurgia também pode ser indicada em casos onde o tratamento conservador não é eficaz.
Prevenção e cuidados com a epididimite
O principal fator de risco para o surgimento da epididimite aguda é a prática de relações sexuais desprotegidas, isto é, sem o uso de preservativos. Além disso, deve-se considerar como fatores de risco também a ausência de vacinação contra doenças como caxumba e herpes. Da mesma forma, não ser circuncidado, alterações anatômicas nas vias genitais e urinárias e hábitos que envolvem longos períodos sentado ou pedalando também podem desencadear a doença.
Sabendo disso, prevenir a epididimite envolve práticas de sexo seguro, como o uso regular de preservativos, além de uma boa higiene pessoal diária. Manter os órgãos genitais limpos e secos também reduz o risco de infecções. Outro aspecto importante é tratar rapidamente infecções urinárias e sexualmente transmissíveis para evitar que evoluam para complicações no sistema reprodutor.
Existem algumas medidas que podem ajudar a manter a saúde em dia e reduzir o risco de complicações. Confira:
- Usar preservativos durante as relações sexuais para prevenir ISTs;
- Vacinar-se contra doenças que podem afetar o sistema reprodutor, como caxumba e HPV;
- Manter uma boa higiene genital;
- Evitar longos períodos de imobilidade ou de pressão contínua sobre a região genital, como ao pedalar;
- Consultar regularmente um médico, especialmente se houver histórico pessoal ou familiar de doenças reprodutivas;
- Procurar assistência médica ao notar sintomas como dor, inchaço ou secreções incomuns na região genital.
Complicações possíveis da epididimite
A epididimite é uma doença relativamente comum que afeta o sistema reprodutor masculino. Porém, se não tratada, podem ocorrer complicações como o surgimento de abscessos que exigem intervenção cirúrgica ou até levar à infertilidade masculina.
Além disso, o encolhimento do testículo, a formação de cistos e a necrose de tecidos são outras complicações possíveis da doença.
Por esta razão, é fundamental estar atento a sinais como dor intensa e contínua nos testículos, inchaço no escroto, febre alta, calafrios persistentes e secreção. Caso algum desses sintomas apareçam, é preciso procurar ajuda médica de urgência. O acompanhamento com especialista é crucial para garantir que a epididimite esteja sendo tratada de forma eficaz e que quaisquer complicações sejam prevenidas ou identificadas precocemente.
Sendo assim, mesmo após o alívio dos sintomas, é recomendado continuar o acompanhamento para garantir que a infecção tenha sido completamente eliminada. Desta forma, é possível monitorar a recuperação do sistema reprodutor, prevenindo sequelas a longo prazo, como a infertilidade.
Conclusão
Como já vimos, a epididimite é uma inflamação do epidídimo, uma estrutura localizada na parte posterior do testículo que armazena e transporta espermatozoides. Ela é mais comum em homens entre 20 e 35 anos, mas pode ocorrer em qualquer idade. As causas principais incluem infecções bacterianas, especialmente aquelas transmitidas sexualmente, como a clamídia e a gonorreia, além de infecções urinárias e traumatismos.
Entre os principais sintomas estão:
- Dor e inchaço no escroto (parte inferior do abdômen);
- Sensação de peso ou desconforto nos testículos;
- Febre e calafrios;
- Ardência ao urinar;
- Presença de sangue no sêmen;
- Secreção anormal do pênis.
O tratamento geralmente envolve o uso de antibióticos, repouso, elevação do escroto e compressas frias para aliviar o inchaço. Em casos mais graves, pode ser necessária cirurgia.
Sendo assim, ao notar qualquer sintoma de epididimite, é essencial procurar orientação médica imediatamente. O tratamento precoce evita complicações como a disseminação da infecção para os testículos (orquite), a infertilidade ou abscessos no escroto. Desta forma, o diagnóstico correto e o manejo adequado garantem uma recuperação eficaz e a preservação da saúde reprodutiva.
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