Muitas pessoas já ouviram falar em embriologia, mas poucas sabem exatamente o que é, e qual sua área de atuação.
No texto a seguir vamos explicar no que consiste a embriologia, o que ela estuda e qual sua relação com a Reprodução Assistida.
Além disso, vamos abordar também qual o papel do embriologista nos tratamentos de infertilidade.
Boa leitura!
O que é embriologia?
A embriologia é a área da biologia que estuda as fases iniciais do desenvolvimento dos seres vivos, desde os processos que antecedem a formação do embrião até o nascimento. Dessa forma, a embriologia engloba o estudo e a pesquisa da formação dos gametas feminino e masculino, a fecundação (união do oócito e do espermatozóide), e as diferentes fases do desenvolvimento embrionário e fetal.
Durante o desenvolvimento inicial, o período entre a fecundação e a 8ª semana de gravidez é chamado de embrionário. Já a partir da 8ª semana até o nascimento o embrião passa a ser chamado de feto, compreendendo o período fetal.
Ao longo dessas fases ocorrem as primeiras clivagens embrionárias, a diferenciação celular e a formação dos tecidos e órgãos do bebê em desenvolvimento. Apesar de que o cultivo embrionário humano in vitro seja feito apenas até o estágio de blastocisto (anterior à formação dos tecidos e órgãos), a embriologia estuda todas as etapas do desenvolvimento pré-natal.
Quais as áreas da embriologia?
Como vimos, a embriologia estuda a biologia do desenvolvimento, tanto em seres humanos, quanto em outros animais e vegetais. Por isso, a embriologia se subdivide em três grandes grupos:
- Embriologia Vegetal: analisa os estágios da formação das plantas.
- Embriologia Humana: estuda desde a formação dos gametas até o nascimento, englobando tanto o desenvolvimento embrionário quanto fetal.
- Embriologia Comparada: relaciona a evolução do desenvolvimento embrionário e fetal em diferentes espécies animais, de forma comparativa.
Qual a importância de estudar embriologia?
Apesar dos avanços científicos na área da embriologia, ainda há muitas lacunas sobre os diferentes processos envolvidos no desenvolvimento de um organismo. Dessa forma, estudos e pesquisas na área da embriologia são fundamentais para a compreensão da complexidade do desenvolvimento inicial. Assim, contribui para o entendimento de seu funcionamento, e de possíveis causas de anomalias congênitas.
Nesse sentido, os conhecimentos da embriologia, muitas vezes relacionados à citologia, histologia e genética, têm ajudado a sociedade em diferentes aspectos. Desta forma, contribui na elucidação de causas e medidas preventivas de anomalias congênitas, como na possibilidade de ter filhos por meio de tecnologias de reprodução assistida.
Veja algumas contribuições do conhecimento na área da embriologia:
- Permite avanços nas técnicas de reprodução assistida, trazendo possibilidades para casais com problemas de infertilidade, bem como casais homoafetivos e pais e mães “solos”;
- Contribui na identificação de causas e mecanismos relacionados a anomalias congênitas, bem como na prevenção e na busca por tratamentos eficientes;
- Auxilia no acompanhamento de gestantes e no monitoramento da saúde do bebê e do desenvolvimento pré-natal ;
- Por meio da embriologia comparativa, contribui no entendimento e na dinâmica de mecanismos evolutivos.
Conheça as fases da embriologia
Como já explicado, a embriologia se dedica aos processos que antecedem a formação do embrião, até o nascimento do bebê. Dessa forma, estuda toda a dinâmica do desenvolvimento inicial, incluindo a gametogênese, a fecundação e a fertilização, bem como os processos de Clivagem, Gastrulação e Organogênese.
Veja as fases do desenvolvimento embrionário humano:
Clivagem ou Segmentação
Após a fecundação do oócito pelo espermatozóide ocorre a fertilização e a formação do zigoto (embrião de uma célula), marcando o início do desenvolvimento embrionário. Em seguida, nas primeiras 24h após a fecundação, é iniciado o processo de clivagens.
Nessa fase, o zigoto, que consiste no primeiro estágio celular do embrião, sofre várias divisões mitóticas, resultando em células chamadas de blastômeros. Essas células se multiplicam rapidamente em projeção geométrica, aumentando o número celular do embrião mas não o seu volume. Após, inicia-se o processo de compactação celular e a formação da mórula, estrutura esférica parecida com uma amora que possui entre 16 e 32 blastômeros.
Na etapa final da clivagem, o embrião com mais de 100 blastômeros inicia sua transformação em blastocisto, apresentando uma cavidade cheia de líquido denominada blastocele.. Nesse estágio, o embrião cresce em volume e apresenta dois tipos celulares: a massa celular interna e o trofectoderma.
Gastrulação
Após a formação do blastocisto, ocorre rearranjo e movimentação celular formando as camadas germinativas (endoderme, mesoderme e ectoderme), que caracterizam a etapa de gastrulação. Assim, as diferentes camadas germinativas darão origem aos tecidos e órgãos do organismo em desenvolvimento.
É também nessa fase que ocorre a formação dos eixos ântero-posterior, dorso-ventral e esquerdo-direito do embrião.
Organogênese
A organogênese é a etapa final do desenvolvimento embrionário quando as camadas germinativas se diferenciam e dão origem aos órgãos do organismo.
Qual o papel da embriologia na Reprodução Assistida?
Podemos dizer que a embriologia é uma das bases da Reprodução Assistida. Nesse sentido, o conhecimento sobre os gametas, a fertilização e o desenvolvimento dos embriões são primordiais para os resultados dos tratamentos, uma vez que são usados de base para o cultivo embrionário in vitro e todas as técnicas associadas.
A Reprodução Assistida atua tanto no diagnóstico de infertilidade quanto nas técnicas utilizadas para atingir a gravidez. Nesse sentido, em casos leves, procedimentos de baixa complexidade como coito programado e inseminação intra-uterina podem ser indicados.
No entanto, em casos mais severos, como idade materna avançada, azoospermia e problemas tubários, podem ser necessários tratamentos de alta complexidade como a Fertilização In Vitro (FIV).
Assim, a embriologia está presente na coleta e no preparo dos gametas para a FIV, na fecundação realizada em laboratório e no acompanhamento do desenvolvimento do embrião até sua transferência ao útero ou criopreservação (no estágio de blastocisto).
Qual o papel do embriologista na Reprodução Assistida?
O papel do embriologista na Reprodução Assistida é primordial para o sucesso dos tratamentos, uma vez que o desenvolvimento embrionário pode ser influenciado por diversos fatores. Desta forma, os embriologistas controlam os processos para garantir a qualidade e a correta execução técnica de todos os procedimentos laboratoriais.
Além disso, é o embriologista quem analisa e prepara os gametas para as técnicas de fertilização in vitro. Desta forma, ele seleciona os melhores espermatozóides no caso da injeção intracitoplasmática de espermatozóide (ICSI), além de garantir as condições ideais de cultivo para o desenvolvimento embrionário.
O embriologista também avalia o desenvolvimento embrionário nos dias 5, 6 e 7 pós-fecundação. Ao longo desses três dias, aqueles embriões que chegam ao estágio de blastocisto são criopreservados. Ainda, em ciclos de transferência a fresco, o(s) embrião(ões) no dia 5 do desenvolvimento é(são) transferido(s) ao útero da paciente.
Dessa forma, é o embriologista quem executa a técnica de criopreservação de gametas (preservação de fertilidade) e embriões. Além disso, quando há indicação de investigar possíveis variações genéticas no embrião, é este profissional que realiza a biópsia para o teste genético pre-implantacional (PGT).
Mas a atuação do embriologista não para por aí. Além das competências técnicas, este profissional tem um papel intelectual imprescindível para o bom funcionamento de um laboratório de fertilização in vitro. É por meio do seu conhecimento que é possível garantir o controle de qualidade e o aprimoramento contínuo, visando melhores resultados e estando atento aos avanços científicos da área.
Como a Nilo Frantz usa a embriologia na Fertilização In Vitro?
A Nilo Frantz Medicina Reprodutiva reconhece a importância da embriologia para o sucesso dos tratamentos de reprodução assistida. Para isso, investe constantemente em tecnologia para oferecer aos pacientes acesso aos melhores laboratórios de embriologia do país.
No entanto, bons resultados não dependem apenas de tecnologia. Por isso, a Nilo Frantz atua com uma equipe multidisciplinar super qualificada que inclui embriologistas experientes, médicos especialistas, enfermeiras e psicólogas com foco no atendimento diferenciado.
Desta forma, com muita dedicação, a Nilo Frantz Medicina Reprodutiva ajuda pessoas com dificuldade de engravidar, casais homoafetivos ou pais e mães solos a realizarem o sonho de ter um filho.