A prolactina, também chamada pela sigla “PRL”, é um hormônio produzido pela glândula hipófise, que fica localizada na parte inferior do cérebro. Uma das principais funções da prolactina é estimular a produção de leite pelas glândulas mamárias, para que ocorra a amamentação após o parto. Por esta razão, recebeu o nome popular de “hormônio do leite”.
Além disso, fora do período gestacional, a prolactina também controla outros hormônios femininos. Nesse sentido, ela está envolvida na regulação da menstruação e da ovulação.
Vale lembrar que a hipófise, além de produzir a prolactina, é ainda responsável pela produção de outros hormônios que determinam funções importantes do organismo, como as gônadas, supra renais e tireoide. Sendo assim, recomenda-se verificar os níveis de prolactina e suas respectivas alterações, como um balizador da hipófise. Dessa maneira, se a prolactina estiver alterada, o médico poderá investigar uma série de complicações no organismo que podem, inclusive, afetar a fertilidade feminina e masculina.
Tenho prolactina alta? Descubra sintomas e causas
De acordo com a literatura médica, o aumento da produção da prolactina provoca a hiperprolactinemia, doença que pode atingir tanto mulheres quanto homens em idade adulta fértil (entre 20 a 50 anos).
Nesse sentido, nas mulheres, pode causar alteração menstrual e infertilidade. Já nos homens, gera impotência sexual por prejudicar a produção de testosterona, além de aumentar as mamas (ginecomastia).
Sintomas:
Quando a prolactina está alta, vários sinais e sintomas podem atingir os pacientes. Confira os principais:
- Infertilidade;
- Falta de libido;
- Dor durante o ato sexual (dispareunia);
- Menstruação irregular (oligomenorreia);
- Ausência de menstruação (amenorreia);
- Produção de leite sem gestação (calactorreia);
- Disfunção erétil;
- Aborto espontâneo;
- Dores de Cabeça (suspeita de tumor na hipófise);
- Alterações visuais (suspeita de tumor na hipófise).
Causas:
Muitos fatores podem levar uma pessoa a apresentar alteração na produção de prolactina. As causas podem ser fisiológicas, farmacológicas e patológicas:
- Fisiológica: o próprio organismo, por necessidade, aumenta a liberação de prolactina no sono, no stress físico e psicológico, na gravidez, durante a amamentação e no orgasmo sexual;
- Farmacológica: a alta da prolactina também pode se relacionar ao uso de algum medicamento. Assim, qualquer droga que modifique a liberação da dopamina induz a alterações da prolactina.
Além disso, alguns medicamentos que têm a possibilidade de interferir são: antipsicóticos, antieméticos (reguladores da motilidade gástrica), metoclopramida e domperidona. Os anti-hipertensivos, antiácidos, opioides (estimuladores da secreção de dopamina), alguns antidepressivos e estrógenos (hormônios sexuais) também estão nessa lista.
- Patológica: outra causa do aumento do hormônio é quando envolve alterações no bom funcionamento do organismo, como:
- Lesões do Hipotálamo ou da Haste Hipofisária: a dopamina tem a capacidade de inibição da secreção de prolactina. Sendo assim, quando há problema na liberação dela, a produção de prolactina não tem controle, e a hipófise secreta o hormônio em maiores quantidades;
- Tumores secretores de Prolactina: tumores do tipo Prolactinomas são produtores de Prolactina;
- Demais lesões da hipófise: massas tumorais que não estejam relacionadas com tumores secretores de prolactina também podem induzir o aumento do hormônio, pois eles comprimem a haste hipofisária. Portanto, diminuem a comunicação inibitória da dopamina e a hipófise.
- Demais Causas: hipotiroidismo, síndrome dos ovários policísticos, estimulação periférica neurogênica, falência renal ou cirrose hepática.
Confira, no quadro abaixo, as principais causas da Hiperprolactinemia:
Exame de prolactina: como funciona?
O exame de prolactina é fundamental para verificar como andam os níveis do hormônio no corpo.
Nesse sentido, acontece por meio de coleta de sangue, e o resultado sai, aproximadamente, em um dia. Contudo, os valores de referência da prolactina podem variar de acordo com o laboratório e o método de análise realizado. De forma geral, os níveis são:
Quando a prolactina está acima de 100 ng/mL, a causa mais comum é o uso de remédios ou a presença de micro tumores. Por outro lado, quando os valores estão acima de 250 ng/mL, provavelmente, se trata de um tumor maior.
Além disso, para realizar o exame, é importante estar atento a algumas recomendações, como:
Gravidez e prolactina elevada: atenção para os riscos
A prolactina elevada ocorre em aproximadamente 0.5% da população geral. Nesse sentido, pode causar infertilidade por promover alterações na produção dos hormônios FSH (folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante). Eles são responsáveis pela estimulação das gônadas (testículo e ovários).
Isto ocorre pois a prolactina tem também a função de inibir a secreção destes hormônios. Sendo assim, se a prolactina estiver alta e fora da normalidade, resulta na diminuição do LH e do FSH. Nesse sentido, a deficiência dos hormônios sexuais pode gerar diminuição do desejo sexual (libido), impotência, infertilidade, menstruação irregular ou ausência de menstruação.
Em muitos casos, a alteração da prolactina pode acontecer por meio de medicamentos. Caso o nível do hormônio seja estabilizado, a paciente consegue retomar a função ovariana, assim como a menstruação e a fertilidade.
Nos casos mais graves, quando identifica-se um tumor maior na hipófise (adenoma), o tratamento é cirúrgico e, na maioria das vezes, o problema é solucionado.
Nesse sentido, se a paciente com histórico de hiperprolactinemia engravidar, o acompanhamento pré-natal deverá ser mais cuidadoso do que o normal, já que, durante a gravidez, a mulher tem muitas alterações hormonais.
Entretanto, se a paciente passar por ambos os tratamentos e mesmo assim não conseguir engravidar, é possível que a causa da infertilidade relacione-se a outra condição. Desta forma, ela deve recorrer a um especialista em reprodução assistida que vai avaliar o caso, e possivelmente sugerir um tratamento de fertilização in vitro.
Tratando as alterações de prolactina com tranquilidade
Como já abordamos anteriormente, a alteração da prolactina deve-se a vários fatores e, de uma maneira geral, há tratamento para todos. Nesse sentido, nos casos onde a hiperprolactinemia é causada pelo uso de remédios, é preciso avaliar com o médico a possibilidade de trocar o medicamento por outro que não interfira na produção de prolactina.
Quando a causa é um adenoma (tumor na hipófise), deve-se realizar o tratamento com medicamentos, como Cabergolina e Bromocriptina, que normalmente reduzem o seu tamanho. Apenas em casos mais raros pode ser necessário fazer cirurgia e/ou radioterapia. Entretanto, a indicação destes tratamentos só são para tumores agressivos ou malignos.
Dessa forma, vale lembrar aos casais que possuem o desejo de ter um filho que iniciem o tratamento com antecedência. Alguns até conseguem engravidar com níveis de prolactina entre 50 a 60 ng/mL. Porém, pode ser preciso baixar ainda mais esses valores com o uso de remédios ou através de outros tratamentos. Se você está nesta situação, baixe nosso e-book “Não adie o seu sonho” e tire suas dúvidas sobre gravidez.