A gravidez é o período que dura cerca de 40 semanas (280 dias) em que uma mulher gesta um bebê. Nesse sentido, é o resultado da fecundação de um óvulo (gameta feminino) por um espermatozoide (gameta masculino), formando o embrião, e a sua posterior fixação no útero materno.
Quando ocorre a fecundação do óvulo, ele transforma-se em zigoto (primeira fase do embrião) e viaja pela trompa uterina em direção ao útero. Dessa forma, após uma jornada, em torno de 6, o embrião chega ao útero e implanta-se na sua parede, processo chamado de nidação.
Sendo assim, podemos dizer que a fecundação marca o início de uma possível gravidez que só vai realmente acontecer com implantação do embrião no útero materno. A partir daí, serão 9 meses de gestação para o desenvolvimento completo do feto até o momento do parto.
Gravidez: quais os principais sintomas?
A gravidez tem como característica diversos sintomas que indicam que a gestação está em andamento. Nesse sentido, especialmente na fase inicial, existem alguns indícios bem clássicos que são percebidos por muitas gestantes.
Os primeiros sinais surgem geralmente quando o embrião implanta-se no útero, o que ocorre entre a 1ª e a 2ª semana após a relação sexual. Nesse sentido, desde a implantação até mais ou menos a 13ª semana de gestação, o organismo da grávida passa por diversas mudanças, principalmente hormonais, que podem provocar vários sintomas.
No entanto, é importante lembrar que cada gravidez é única e, deste modo, a experiência de cada gestante e os sintomas que sentem podem variar bastante.
Veja aqui alguns sinais que podem indicar uma gravidez:
Atraso menstrual
O atraso menstrual é o primeiro sintoma que leva a grande maioria das mulheres desconfiarem de uma gravidez. Nesse sentido, é o principal sinal de alerta que surge por volta da 4ª semana.
Contudo, vale destacar que mulheres de ciclos menstruais irregulares e/ou que apresentam períodos de anovulação (não ovulam durante um determinado mês) podem ter dificuldades de identificar o atraso da menstruação.
Mudanças no seios (volume, sensibilidade e aparência)
As alterações nos seios, como o aumento no volume e na sensibilidade das mamas, são sinais muito comuns e típicos de gravidez. Nesse sentido, ocorrem devido à ação dos hormônios que estimulam as glândulas mamárias, preparando a mulher para a amamentação.
Além disso, no que se refere à aparência, a gravidez também causa um escurecimento dos mamilos, o aparecimento de veias ao redor dos seios e o surgimento dos tubérculos de Montgomery. Esses pequenos nódulos são glândulas que produzem secreções para manter a aréola e o mamilo lubrificados.
Náusea e vômitos
As náuseas e vômitos, especialmente pelas manhãs, são sintomas clássicos da gravidez, e iniciam a partir da 4ª ou 5ª semana da gestação. Nesse sentido, cerca de 70% das gestantes sentem enjoos durante o primeiro trimestre, podendo variar de quadros leves até bem intensos. Estes sintomas tendem a passar ou diminuir a partir do segundo trimestre da gestação.
Sono e cansaço
Outros sintomas bem frequentes de gravidez são o aumento do sono e o cansaço excessivo, que surgem logo no início da gestação. Isto acontece pelas alterações hormonais, principalmente da progesterona, que age diretamente no sistema nervoso central e nos sistemas respiratórios e cardiovascular.
Nesse sentido, é normal que a futura mamãe sinta mais sono e cansaço, especialmente nas primeiras 12 semanas de gravidez, enquanto o corpo adapta todo seu metabolismo para fornecer a energia necessária para o desenvolvimento do bebê.
Aumento do apetite e desejos alimentares
Ter mais fome do que o normal e vontade de comer coisas diferentes também pode indicar uma gravidez. Nesse sentido, as gestantes podem ter vontade de comer comidas estranhas, experimentar misturas diferentes, ou até comer alimentos que nunca provaram antes.
Quanto aos famosos “desejos alimentares”, a ciência ainda não sabe explicar exatamente porque acontecem durante a gravidez, mas estima-se que sejam decorrentes de alterações emocionais e hormonais, principalmente da progesterona e do HCG. Nesse sentido, vale ressaltar que muitos desejos estão ligados à falta de algum nutriente ou vitamina.
Além disso, do mesmo modo que as grávidas adquirem desejos, as gestantes também podem desenvolver aversões a certas comidas e/ou cheiros.
Alterações do paladar e do olfato
As mudanças no paladar e no olfato são outras características muito comuns na gravidez. Dessa forma, algumas grávidas passam a não gostar mais de algumas comidas que antes apreciavam, ou mesmo, começam a comer alimentos que antes não toleravam.
Além disso, o olfato também pode ficar mais sensível na gravidez. Desta forma, odores intensos, mesmo que agradáveis, como os de perfumes ou comidas, podem fazer as grávidas enjoarem.
Cólicas ou dor abdominal
Outros sintomas iniciais que podem indicar gravidez é uma sensação de desconforto ou inchaço na parte inferior do abdômen e cólicas. No primeiro trimestre, essas dores podem ser causadas pelo início do crescimento do útero e alterações hormonais.
Tonturas e dor de cabeça
As tonturas como sinal de gravidez podem ocorrer pela queda da pressão arterial ou redução da glicose no sangue e, muitas vezes, causam desmaios. Por isso, para evitar hipoglicemia, indica-se que a gestante se alimente a cada 3 horas. Além disso, dores de cabeça também são comuns durante a gravidez devido às alterações hormonais.
Aumento da vontade para urinar
Já nas primeiras semanas de gestação, a grávida pode sentir vontade de fazer xixi com mais frequência. Isto acontece pois o hormônio progesterona, cuja produção aumenta durante a gestação, relaxa a bexiga que não esvazia completamente quando a gestante vai urinar. Desta forma, pouco tempo após urinar, a mulher já sente vontade de fazer xixi novamente.
Constipação e aumento de gases
Devido às alterações hormonais, o intestino também é afetado pela gestação. Sendo assim, desde as fases mais iniciais, muitas mulheres podem apresentar quadros de prisão de ventre. Como consequência, é bem comum que as gestantes experimentem também um aumento dos gases intestinais durante a gestação.
Variações no humor
As grandes concentrações de hormônios que acontecem na gravidez podem causar também alterações de humor nas gestantes. Nesse sentido, especialmente no início da gestação, a mulher fica mais emotiva, pode ter crises de choro e ansiedade, além de altos e baixos no humor.
Os sintomas da gravidez são os mesmos para todas as mulheres?
Os sintomas da gravidez não são iguais para todas as mulheres, inclusive algumas grávidas podem não apresentar nenhum sinal de que estão gestantes, além do atraso menstrual.
Esta variação acontece porque a sensibilidade de cada pessoa às mudanças hormonais são diferentes. Nesse sentido, características corporais e estilo de vida de cada grávida acabam interferindo na forma e na intensidade com que os sintomas se manifestam.
Além disso, uma mesma mãe pode apresentar sintomas bem diferentes na sua primeira e segunda gravidez. E, ainda que os sinais se repitam, há chances das manifestações variarem em frequência, força, época do surgimento e duração.
Sendo assim, vale destacar também que muitos sintomas iniciais da gestação se parecem com desconfortos pré-menstruais, o que causa certa confusão. Dessa forma, algumas mulheres só se dão conta de que estão grávidas depois de várias semanas de gestação.
Como confirmar uma gravidez?
As mulheres que estão com atraso na menstruação podem confirmar a gestação através dos exames de gravidez. Nesse sentido, o diagnóstico é feito habitualmente através de análises laboratoriais, tanto na urina como no sangue.
O método mais confiável é a dosagem sanguínea de um hormônio chamado beta hCG. Dessa maneira, os exames mais modernos conseguem detectar o hormônio até 1 semana antes do atraso menstrual. Porém, para evitar a ocorrência de falso-negativos, o mais seguro é realizar o teste após a menstruação ter atrasado.
Além disso, existem os testes de gravidez vendidos em farmácias, que detectam a presença do BhCG na urina. Dessa forma, basta a mulher urinar em uma das fitas reativas e esperar para ver se há reação ou não. Nesse sentido, como as concentrações de beta hCG na urina são menores que no sangue, os testes de gravidez de farmácia demoram um pouco mais para ficarem positivos. Sendo assim, após uma semana de atraso menstrual, a sensibilidade dos testes de farmácia supera os 99%.
Quais são os tipos de gravidez?
A gravidez é um momento mágico na vida das mulheres e suas famílias, afinal, um novo indivíduo está sendo gerado. Portanto, é uma fase de muitas mudanças fisiológicas e emocionais que merece muito cuidado e atenção. Por isso, assim que que a gravidez é confirmada, a gestante deve procurar um médico para receber as primeiras orientações, e saber qual tipo de gravidez ela vai vivenciar nos próximos 9 meses.
Existem diferentes formas de classificar uma gravidez, e os critérios mais utilizados são :
Local de implantação do embrião
A fecundação do óvulo normalmente ocorre nas tubas uterinas, e o embrião migra para o útero por volta do 7º dia de desenvolvimento onde deve ser implantado. No entanto, a implantação pode ocorrer de 2 formas, classificando a gravidez em:
- Gravidez tópica: ocorre quando o óvulo fertilizado é implantado corretamente dentro do útero e se desenvolve normalmente. Também chamada de gravidez intrauterina, é o tipo de gravidez mais comum.
- Gravidez ectópica: quando a implantação do embrião ocorre fora do útero. Ela é causada por complicações durante a descida do embrião pela Trompa de Falópio que não consegue chegar ao útero. Desta forma, o embrião é implantado em um local inadequado,mais comumente na trompa, o que não permite seu desenvolvimento. Também chamada de gravidez extrauterina, é muito arriscada para a vida da mãe e não oferece nenhuma possibilidade para o feto. Desta forma, se não houver aborto espontâneo, o médico geralmente recomenda a interrupção da gestação.
Número de embriões fixados no útero
Outra forma de classificar uma gravidez se refere ao número de embriões que são implantados no útero:
- Gravidez única: apenas um embrião implantado no útero, e em desenvolvimento;
- Gravidez múltipla (gemelar): ocorre quando dois ou mais embriões se desenvolvem no útero. Desta forma, a gravidez pode ser de Gêmeos Dizigóticos (Bivitelinos), quando há duas placentas e duas bolsas amniótica, ou Gêmeos Monozigóticos (Univitelinos), gêmeos idênticos que dividem a mesma placenta.
Risco de complicações para a mãe e para o bebê
A terceira classificação do tipo de gravidez diz respeito ao grau de risco gestacional, tanto para a futura mãe quanto para o bebê.
- Gravidez de risco habitual: ocorre sem intercorrências graves, e não há risco iminente previsto no pré-natal.
- Gravidez de alto risco: quando doenças maternas prévias ou adquiridas durante a gestação, como pressão alta e diabetes, podem colocar mãe e feto em risco. Nesses casos, o pré-natal deve ser especialmente criterioso para monitorar a evolução da gravidez, bem como a saúde e segurança da mãe e do bebê.
Gravidez: conheça as principais complicações que existem
Toda mulher que engravida espera ter uma gestação tranquila e saudável; contudo, algumas complicações podem surgir ao longo dos 9 meses de gestação. Nesse sentido, as grávidas com problemas de saúde ou que não seguem corretamente o pré-natal apresentam maior risco.
Porém, embora as complicações da gravidez geralmente sejam leves, algumas podem ser graves e prejudicar a saúde da mãe e do bebê. Dessa forma, é preciso estar sempre atento e ter acompanhamento médico durante toda evolução da gestação.
Conheça algumas das principais complicações que ocorrem durante a gravidez:
Ameaça de parto prematuro
O nascimento de bebês prematuros ocorre com certa frequência e, na maioria das vezes, não gera grandes preocupações. Porém, quando a gestante apresenta contrações antes da 37ª semana e corrimento gelatinoso, com ou sem vestígios de sangue, pode indicar uma complicação.
Nesse sentido, partos que acontecem antes da hora têm origem em anomalias uterinas, desnutrição, doenças da mãe, infecções, situações de estresse, esforço físico demasiado, além de outras causas desconhecidas.
Anemia ferropriva na gravidez
A anemia ferropriva, causada por deficiência de ferro, é uma das complicações mais comuns da gravidez e, dependendo da gravidade, pode significar prejuízo para mãe e/ou feto.
Nesse sentido, é causada pelo baixo consumo de alimentos ricos em ferro, ou por problemas de má absorção de ferro no intestino. Seus sintomas são cansaço fácil, dor de cabeça e fraqueza.
Diabetes gestacional
Muitas mulheres desenvolvem diabetes gestacional, até mesmo aquelas que não tinham diabetes antes da gravidez.
Mulheres que têm aumento da insulina antes da gravidez, têm mais risco de desenvolver diabetes gestacional. Nesse caso, a grávida deve fazer mudanças na dieta, além de exercícios físicos para permanecer saudável e com níveis de açúcar estáveis.
Pré-eclâmpsia
A pré-eclâmpsia é a hipertensão arterial desenvolvida na gravidez. Neste sentido, ocorre pois a placenta gera substâncias que entopem as artérias, causando pressão alta, acima de 140/90 mmHg, inchaço na face, mãos e pés, e uma quantidade excessiva de proteína na urina.
Os sintomas podem se manifestar principalmente após a 20ª semana de gestação, no parto ou após o parto. Sendo assim, algumas condições aumentam o risco de desenvolver pré-eclâmpsia, como: mulheres com mais de 35 anos ou menos de 17 anos, diabéticas, obesas, gravidez de gêmeos, histórico de doença renal, hipertensão ou pré-eclâmpsia anterior.
Placenta prévia
Ter placenta prévia significa que ela não está bem posicionada, ou seja, que se encontra em posição muito baixa no útero. Isso acontece quando a placenta recobre parcial ou totalmente a abertura do colo do útero, impossibilitando o trabalho de parto normal. Dessa forma, se a posição persistir até o final da gestação, a mãe pode sangrar ou ter um parto prematuro.
Oligoidrâmnio ou pouco líquido amniótico
A bolsa amniótica é responsável por proteger o feto e ajudar no seu desenvolvimento durante toda a gestação. Nesse sentido, o quadro de Oligoidrâmnio acontece quando os níveis do líquido amniótico estão baixos, com volume insuficiente, e pode causar complicações para a mãe e para o bebê.
Dessa forma, o médico que acompanha a gestação verifica se essa anomalia se manifesta em algum momento do processo de gestação. No caso de detectá-la no final da gravidez, provavelmente induzirá o parto.
Redução dos movimentos do bebê
Os bebês começam a se movimentar pela 7ª ou 8 semana da gravidez; porém, muitas vezes, as mães nem percebem, pois eles ainda são muito pequenos. Dessa maneira, as gestantes sentem os primeiros movimentos a partir da 18ª semana, que se tornam mais perceptíveis por volta da 20ª. Perto da 28ª semana, a gestante já consegue ter uma ideia do padrão normal de movimentos do seu bebê.
Nesse sentido, é preciso estar atenta: uma queda súbita nos movimentos fetais pode indicar complicações na gravidez e aumento do risco de morte para o bebê. Sendo assim, cerca de 1 em cada 4 gravidezes que evoluem com redução dos movimentos fetais apresenta um dos seguintes problemas:
- Restrição do crescimento fetal;
- Feto com pequeno tamanho para a idade gestacional;
- Insuficiência placentária;
- Oligoidramnio (deficiência de líquido amniótico);
- Ameaça de trabalho de parto prematuro;
- Infecções intra-uterinas.
Gravidez e o pré-natal
O pré-natal é o acompanhamento médico da gestante ao longo de toda gravidez, e deve iniciar assim que a mulher descobre que está grávida.
Na primeira consulta, o doutor identifica a idade gestacional, a classificação de risco da gravidez e calcula a data provável do parto. A partir daí, as visitas ao profissional da saúde acontecem 1 vez por mês, até a 28º semana de gestação. Da 28ª até a 36ª semana, as consultas são de 15 em 15 dias e, a partir da 37ª semana de gravidez, os encontros passam a ser semanais.
Dessa forma, o médico pode avaliar periodicamente a evolução da gravidez, esclarecer dúvidas e pedir os exames específicos de cada fase da gestação para verificar se está tudo bem com a mãe e com o bebê.
Durante cada cada consulta do pré-natal, o enfermeiro ou o médico verificam:
- O peso;
- A pressão sanguínea;
- Sinais de inchaço das pernas e dos pés;
- A altura uterina, medindo a barriga verticalmente;
- Os batimentos cardíacos fetais.
Além disso, os encontros do pré-natal servem também para falar sobre os incômodos que a grávida possa estar sentindo, como azia, dor abdominal, cólica, dificuldade para respirar, sangramento das gengivas, entre outras. Além disso, o médico confere o boletim de vacinação e orienta a grávida sobre amamentação.
Exames realizados no pré-Natal
O pré-natal possibilita o acompanhamento da grávida durante os 9 meses de gravidez. Nesse sentido, em cada uma das fases da gestação, o médico solicita exames específicos para avaliar a saúde e a segurança da mãe e do bebê.
Conheça alguns dos exames que fazem parte da rotina do pré-natal, pedidos pelo médico de família ou obstetra:
- Ultrassonografia;
- Hemograma completo;
- Bacterioscopia do conteúdo vaginal;
- Glicemia de jejum;
- Exame para saber o tipo sanguíneo, sistema ABO e o fator Rh;
- HIV: vírus da imunodeficiência humana;
- Sorologia para rubéola;
- Sorologia para toxoplasmose;
- VDRL para sífilis;
- Sorologia para hepatite B e C;
- Sorologia para citomegalovírus;
- Urina, para saber se está com infecção urinária.
Gravidez é mesmo uma fase mágica que envolve não apenas a gestante, mas toda a família na expectativa pela chegada do bebê. Se você quer saber mais sobre esse assunto e conhecer como a reprodução assistida ajuda muitos casais a realizarem o sonho de ter um filho, você pode acessar gratuitamente o nosso e-book: Reprodução Assistida – Os tratamentos que geram novas possibilidades para a vida. Basta clicar na imagem abaixo.