O homem participa como causa da infertilidade do casal em 50% das vezes, sendo 25% junto com um fator feminino ou 25% isoladamente. Existem muitos fatores de risco para a infertilidade masculina.
A avaliação da fertilidade masculina é muito simples, devendo ser realizada por um urologista especializado em reprodução humana. Inicialmente, realiza-se uma entrevista, exame físico e alguns exames laboratoriais. Dentre os exames possíveis, encontram-se o exame do sêmen, dosagens dos hormônios, análise genética, ultrassonografia do aparelho reprodutor masculino e avaliação imunológica.
Hoje, com os avanços dos métodos de diagnóstico, é muito difícil ficarmos sem uma explicação para alterações da fertilidade masculina. Infelizmente, no entanto, ainda existem casos que ficarão sem um diagnóstico confirmado.
A causa tratável mais comum de alteração da fertilidade masculina é a varicocele, que são as varizes das veias testiculares, presente em quase 40% dos homens inférteis. Existem ainda as causas genéticas, infecciosas, hormonais e ocasionais, como uso de medicamentos, uso de drogas, tabagismo, doenças sexualmente transmissíveis, doenças crônicas, alimentação, fatores ambientais e ocupacionais, tumores, idade avançada, doenças testiculares, estresse e cirurgias prévias, como a vasectomia.
Existem diversas modalidade de tratamento para melhorar a fertilidade masculina. Podemos dividir o tratamento em não-específico e específico. Aproximadamente 25 a 30% dos homens com alteração na fertilidade não irão ter uma causa definida. Nestes casos, o tratamento não é direcionado, devendo ser focado em medidas geris de saúde.
O tratamento não específico consiste no uso de antioxidantes e estimulantes da espermatogênese, assim como modificações do estilo de vida (sobrepeso, sedentarismo, alcoolismo, uso de estereoides anabolizantes, esportes radicais, situações que elevem a temperatura escrotal como sauna, banheira com água quente, exposição a fontes de calor etc).
O tratamento medicamentoso específico pode ser relacionado às causas endocrinológicas e hormonais, através de antibiótico para alguma infecção, medicações para alterações da ejaculação, bem como estimulantes da produção dos espermatozoides àqueles com baixa contagem devido à falta de estímulo hormonal.
O tratamento cirúrgico inclui a correção da varicocele, cirurgias para extração dos espermatozoides diretamente do epidídimo ou testículo, cirurgias para corrigir qualquer obstrução do trato genital masculino, assim como cirurgias na região prostática.
Além destes, podem ser necessários tratamentos alternativos para problemas ejaculatórios, tais como eletro ou vibroestimulação e busca de espermatozoide na urina.
PRESERVAÇÃO DA FERTILDADE
A fertilidade masculina também pode ser preservada, em alguns casos. Por exemplo, realizar a cirurgia da varicocele em adolescentes com testículos assimétricos, realizar orquidopexia (colocar o testículo na bolsa escrotal, quando ele não está lá) até o primeiro ano de vida, detecção e tratamento precoce de infecções genitais, controle do peso e do estresse, controle do tabagismo, controle do alcoolismo, evitar medicamentos tóxicos aos testículo, identificação e redução dos fatores ambientais e ocupacionais, congelamento de sêmen antes de radioterapia ou quimioterapia que afetem a produção ou ejaculação dos espermatozoides e controle de doenças crônicas (hipertensão, diabete, doenças da tireoide etc).
Para concluir, deve-se ressaltar que o conhecimento sobre a fertilidade masculina aumentou muito nos últimos anos. O número de opções para descobrir as causas da infertilidade dos homens, bem como as opções de tratamento e manejo destas situações são vastas. Portanto, qualquer homem com alteração da fertilidade deve procurar um especialista com o objetivo final de constituir uma família, com alta chance de sucesso.
Fonte: Coleção Possibilidades para a vida Nilo Frantz
Texto: Dr. Caio Schmitt