O assisted hatching é uma técnica relativamente nova da reprodução humana, que foi mencionada pela primeira vez em 1991. Desde então, ela vem sendo usada como uma etapa extra de alguns tratamentos de Fertilização In Vitro, para aumentar as taxas de gravidez.
Mas afinal, o que é o assisted hatching? Em que casos se utiliza? Como funciona? Para entender mais sobre este assunto, leia o texto abaixo.
O que é hatching?
Hatching em inglês significa eclosão, o que na biologia representa o momento em que os filhotes de alguns animais começam a sair do ovo ou do casulo. Nesse sentido, acontece quando já atingiram seu desenvolvimento máximo e estão prontos para nascer.
Já na reprodução humana, hatching determina o momento em que o embrião rompe a zona pelúcida, camada externa que o recobre. Dessa forma, a eclosão do embrião ocorre quando ele está prestes a se implantar no endométrio, possibilitando assim que a gravidez evolua.
O que é assisted hatching?
O assisted hatching, ou eclosão assistida, é uma técnica adicional do tratamento de Fertilização In Vitro (FIV) que provoca o rompimento da zona pelúcida.
Normalmente os embriões se libertam da camada externa que os envolvem de forma natural, porém, em alguns casos, não conseguem abrir esta “casca” espontaneamente. Dessa forma, preso na sua “casca”, o embrião tem mais um obstáculo para se implantar no útero.
Nesse sentido, o assisted hatching tem como objetivo ajudar o embrião formado em laboratório a eclodir antes da sua transferência ao útero. Dessa forma, a eclosão “forçada”, realizada de forma artificial, aumenta as chances de implantação e as taxas de sucesso da FIV.
Vale ressaltar que esta técnica pode acontecer com embriões que estavam criopreservados e foram desvitrificados para um novo ciclo de transferência embrionária, pois a vitrificação enrijece um pouco a zona pelúcida.
Como funciona assisted hatching?
Como vimos, o assisted hatching é a técnica que auxilia o embrião no processo de ruptura da zona pelúcida, facilitando a eclosão e implantação no endométrio. Dessa forma, consiste em um método de micromanipulação que abre um pequeno orifício na zona pelúcida momentos antes da transferência do embrião ao útero.
Nesse sentido, o assisted hatching pode ser feito por três métodos diferentes: mecânico, químico ou a laser (térmico).
Veja as diferenças entre as formas de ruptura assistida da zona pelúcida
- Método a laser (térmico): método mais utilizado atualmente, utiliza disparos de um laser e apresenta resultado mais preciso;
- Método mecânico: com o uso de uma microagulha, o embriologista faz mecanicamente uma pequena perfuração na zona pelúcida;
- Método químico: menos usual, esse método utiliza o agente químico ácido para afinar a camada da zona pelúcida.
Como o assisted hatching é feito?
Uma vez em que se opta pelo assisted hatching, o primeiro passo é remover o embrião cuidadosamente da incubadora e levado para o microscópio invertido. Dessa forma, dependendo do método escolhido, será usada uma microagulha, ácido ou laser para romper a zona pelúcida. Assim, após o procedimento, o embrião volta à incubadora por algumas horas até sua transferência ao útero.
Assisted hatching: para quem é indicado?
Na Nilo Frantz, indica-se o assisted hatching em casos onde de desvitrificação do embrião ou exame PGT, onde na vitrificação a zona pelúcida é enrijecida, e para realizar o PGT, é necessário romper a zona pelúcida.
Dependendo do caso de cada paciente, existem outras situações em que se recomenda o assisted hatching. Veja abaixo:
- Falhas prévias na Fertilização In Vitro (FIV);
- Pacientes em que os embriões apresentam a zona pelúcida espessa (grossa);
- Transferência de embriões criopreservados.
Assisted hatching aumenta as chances de gravidez?
Diversos estudos indicam que com o assisted hatching as taxas de gravidez nos tratamentos de Fertilização In Vitro são maiores do que nas FIV sem este procedimento. Além disso, fica claro que o sucesso é consideravelmente maior quando o método usado é o com laser (térmico).
É importante ressaltar que as taxas de gravidez e nascidos vivos com uso do assisted hatching podem variar entre os centros de reprodução humana. Isto porque o resultado depende da técnica de cultivo usada, da qualidade do laboratório, e da experiência da equipe médica e dos embriologistas envolvidos no tratamento.
Existem riscos associados à eclosão assistida?
Sobre os riscos da eclosão assistida, muito raramente um embrião é danificado pelo processo tornando-o inutilizável. Em todo caso, e equipe médica junto aos pacientes irão determinar se o assisted hatching deve ou não ser realizado.
Assisted hatching é a mesma coisa que ICSI?
Não. Como já explicado, o assisted-hatching é uma técnica que visa aumentar as chances de implantação do embrião em casos de Fertilização in Vitro, a partir da eclosão assistida. Por sua vez, a Injeção Intracitoplasmática de espermatozoides ICSI é um tipo de FIV, que se diferencia da FIV clássica pelo método usado para formação do embrião em laboratório.
Dessa forma, tanto os pacientes da FIV clássica quanto os da ICSI passam pelas mesmas etapas que incluem a preparação e coleta dos gametas, fertilização do óvulo em laboratório, cultivo do embrião e a transferência ao útero materno. Contudo, a fertilização ocorre de formas diferentes.
Vejas a diferença entre FIV clássica e ICSI
Cada tratamento de Fertilização in Vitro é único, e a equipe de especialista define qual o melhor caminho a seguir para se alcançar a gravidez. Dessa forma, a escolha pode ser pela FIV tradicional ou ICSI.
Fecundação na FIV clássica
Na FIV clássica, os óvulos e uma quantidade pré-determinada de espermatozoides são colocados em uma placa e mantidos em incubadora com as condições ideais à fecundação. Assim, o objetivo é deixar os espermatozoides fecundarem o óvulo de maneira similar à fertilização natural, com menos interferência do embriologista.
Fecundação na FIV com ICSI
Na FIV com ICSI, os espermatozoides são selecionados e injetados, um a um, dentro de cada um dos óvulos, para que ocorra a fecundação. Nestes casos, a fertilização não ocorre espontaneamente, e há total interferência do embriologista.
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